O Flamendo perdeu nos pênaltis o título da Recopa Sul-Americana nos pênaltis para o Independiente Del Valle, sendo o terceiro perdido em 2023, já que também foi derrotado na Supercopa do Brasil, pelo Palmeiras, e no Mundial de Clubes, pelo Al Hilal, na semifinal.
Porém, para o jornalista Carlos Eduardo Mansur, em seu blog no Ge, o jogo com o Del Valle foi diferente das outras decisões, visto que Vítor Pereira apostou em mudanças para a final. Para Mansur, foi possível ver taticamente as mudanças na equipe.
“Se as três taças ficaram para trás, o mais útil é pensar no que a decisão da Recopa pode indicar para o futuro. Vítor Pereira fez mais uma tentativa no eterno desafio de equilibrar este Flamengo sem bola”, lembrou o analista, que logo detalhou as mudanças no Flamengo.
“Thiago Maia foi um terceiro zagueiro, com os alas Varela e Ayrton Lucas abrindo campo pelos lados. Gabigol, Pedro e Arrascaeta formavam um trio que buscava preferencialmente o centro do ataque, sobrecarregando os três defensores equatorianos. O meio-campo ficava entregue a Vidal e Éverton Ribeiro, um dos melhores da partida.”
Um Flamengo buscando as laterais
Isso mudou até mesmo a forma do Flamengo atacando, especialmente em relação ao time de 2019, que sempre buscava o meio. O time de Vítor Pereira foi diferente do que já foi tentado, teve três zagueiros, e liberdade aos laterais.
“A maior mudança tem a ver com o mais notável traço de identidade do Flamengo no ano passado: no lugar de resolver as jogadas preferencialmente pelo centro, o time passou a buscar os lados”, destacou Mansur, que logo seguiu.
“É fato que, em parte, os 39 cruzamentos dos 90 minutos iniciais se deveram a um segundo tempo em que o time já não achava caminhos. No entanto, a etapa inicial teve Varela e Ayrton Lucas encontrando as costas dos alas do Del Valle. Por ali saíram as melhores jogadas. No segundo tempo, com os equatorianos defendendo mais perto do próprio gol, foi mais duro achar estes espaços e o Flamengo não fluiu. É uma mudança de essência.”
Entretanto, o analista destacou que as tentativas de mudanças no time serão complexas e não serão simples para o português.
“Até mesmo em seus bons momentos contra o Independiente Del Valle, uma coisa ficou nítida: é mais complexo do que parece transformar a reunião de talentos do Flamengo num time equilibrado e competitivo.”