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Minas desbanca o Praia Clube e conquista a Copa Brasil de vôlei feminino

Equipe de Belo Horizonte se impõe e supera o rival pela sexta vez em finais de competições nacionais, a terceira pela Copa Brasil

Por Thiago Chaguri em 07/03/2023 23:41 - Atualizado há 9 meses

Maurício Val/FVImagens/CBV

Equipe de Belo Horizonte se impõe e supera o rival pela sexta vez em finais de competições nacionais, a terceira pela Copa Brasil

Superando o favoritismo rival, o Gerdau/Minas oscilou na terceira parcial, mas fez uma ótima exibição no geral e colocou o terceiro título da Copa Brasil de voleibol feminino em sua extensa galeria de troféus. A equipe comandada pelo treinador Nicola Negro aplicou 3 sets a 1, com parciais de 28/26, 25/18, 15/25 e 25/17 e assim garantiu vaga para a Supercopa e para o Campeonato Sul-americano da próxima temporada. A final foi realizada na moderna Arena Jaraguá, na cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina.

O time se destacou principalmente nos fundamentos de saque e bloqueio, enquanto o Praia sofreu bastante com sua linha de passe, abusou dos erros e teve uma atuação abaixo do que vem apresentando na Superliga, onde lidera com 17 vitórias e apenas uma derrota.

Apesar dos altos e baixos, o clube minastenista ergueu mais um caneco na temporada

Com este título, o Gerdau/Minas iguala o Osasco como o segundo maior campeão da Copa Brasil. Ambos possuem três taças, enquanto o Sesc-Flamengo é o recordista com quatro.

Já o time do Triângulo Mineiro amarga o gosto de nunca ter vencido o torneio. A marca negativa se torna ainda mais expressiva pelo fato de a equipe somar o maior número de participações em finais (seis) pelo naipe feminino.

Apesar de atravessar momentos de instabilidade pela Superliga, o time belo-horizontino chegou à sua segunda conquista nesta temporada 2022-23, pois já havia vencido o Campeonato Mineiro em outubro. Houve, ainda, o vice-campeonato pela Supercopa, onde foi derrotado para o Sesi-Bauru.  

Rivalidade regional ganhou notoriedade nacional na última década

As equipes assumiram o protagonismo e dominam o voleibol brasileiro desde a segunda metade da década de 2010. São figurinhas carimbadas nas finais das três principais competições do país, a Superliga, Copa Brasil e Supercopa. Quando não protagonizam o duelo, pelo menos uma participa do jogo mais importante destas competições.

A rivalidade regional ganhou força e os embates valendo taças se multiplicaram. O encontro de hoje foi o oitavo em decisões de importância nacional e o Gerdau/Minas ampliou sua longa vantagem.

O clube da capital mineira faturou não somente a atual edição, como também as de 2019 e 2021 da Copa Brasil. Além disso, é o atual tricampeão (2018-19, 2020-21 e 2021-22) da Superliga, batendo seu antagonista de forma consecutiva.

Neste duelo, o Dentil/Praia Clube levou a melhor somente nas edições de Supercopa de 2019 e 2021.

O jogo

1° Set

O primeiro ponto da partida foi à favor do Praia após Pri Heldes cometer a infração de dois toques ao tentar um levantamento. Carol, umas das melhores sacadoras do país, anotou um ace e quebrou, por duas vezes, o passe do Minas, dificultando os ataques do oponente. A equipe abriu 5 a 2, porém rapidamente sofreu o empate. A partir dali, a parcial ficou parelha e a liderança do placar se revezou até Carol Gattaz partir para o saque e colocar três de frente. Além do ace, confirmado pela arbitragem de vídeo no fundo de quadra, o saque da central criou dificuldades para a defesa praiana e Thaisa se aproveitou. Com sua ótima leitura e posicionamento de bloqueio, a camisa número 6 do Minas marcou quatro pontos no fundamento ainda na primeira metade do set e o marcador saltou para 14/11.

Nicola Negro pediu tempo, pois o Praia encostou. A paralisação não minou a reação aurinegra, que melhorou nas viradas de bola e empatou (15). Os serviços voltaram a fazer a diferença e a boa passagem de Yonkaira Peña, que marcou um ponto no fundamento, recolou a vantagem alviceleste em três. Quando tudo parecia se encaminhar para a vitória, o Minas sofreu um apagão. Entregou duas bolas de xeque convertidas pelo Praia, que passou a explorar as mãos adversárias para se recuperar e empatar em 24.

Tainara cresceu na reta final e converteu ataques importantes, dois deles responsáveis por dois set points. Mas o sua equipe não aproveitou e o Minas, valente, não desistiu. Após vencer o primeiro grande rali do jogo e conseguir retomar a liderança com Pri Heldes acionando Thaisa, que fez seu primeiro ponto de ataque, a equipe da capital mineira fechou o set inicial em 28/26 com um ataque de Kisy.

2° Set

Se no período anterior houve muito equilíbrio e alternâncias na liderança do placar, o segundo iniciou de forma totalmente diferente. A defesa do Praia apresentou muitos problemas na linha de passe e facilitou bastante a vida do Minas. Além de sofrer com os bloqueios, os erros foram cruciais para a construção da vantagem rival, que chegou a 7 a 1. Num desses lances, Claudinha tentou acionar Carol pelo meio de rede, mas errou o tempo do levantamento e a bola encobriu a central, caindo na própria quadra. Nem a paralisação por parte do treinador Paulo Coco solucionou a má atuação.

O primeiro ponto de bloqueio do Praia ocorreu apenas neste começo de parcial pelas mãos de Jineiry Martinez, que havia marcado oito pontos no fundamento durante a semifinal contra o Fluminense. No entanto, sua equipe tinha um déficit de seis pontos (10/4). Tainara tentava reanimar a equipe, mas o bloqueio minastenista estava impecável. Peña, com bloqueio, ataque e boa passagem no saque, contribuiu bastante para um maior distanciamento no marcador (16/9). Paulo Coco usou seu segundo e último tempo para chacoalhar o time.

As jogadoras do Minas, entretanto, não se acomodaram em quadra. Prosseguiram impiedosas, imprimindo um forte ritmo até abrir 22/14. Kasiely foi para o serviço e o Praia marcou três pontos seguidos, mas este foi o último suspiro. Assim como no primeiro set, a oposta Kisy fechou a conta do segundo ao finalizar um belo rali e colocar 25/17 no placar.

3° Set

De costas para a parede, o Praia voltou mais vibrante para a parcial. Com um bloqueio de Jineiry Martinez e dois aces de Carolana, o clube aurinegro largou com 6/2 de frente. As complicações defensivas, desta vez, mudaram de lado. O Minas atrapalhou-se nos passes e desconcentrou-se no jogo. Enquanto isso, o Praia voltou a se portar como o líder da Superliga. Seu jogo fluiu e tudo dava certo. Carolana, por exemplo, permaneceu por sete serviços consecutivos. Sua passagem foi encerrada quando os números indicavam 11/2.

As minastenistas não conseguiam rodar as bolas. Nem mesmo as substituições de Nicola funcionaram. Pelo outro lado da quadra, tudo funcionava. A vantagem chegou a impressionantes 12 pontos. Yonkaira Peña e Pri Daroit retornaram e a formação titular estava em quadra para tentar recuperar a confiança, mas praticamente já pensando para o próximo período. O time até marcou três pontos seguidos (22/14), porém já era tarde. Kasiely atacou explorando o bloqueio rival e deu sobrevida ao Praia na partida com um 25/15.

4° Set

A quarta parcial teve polêmica já no primeiro ponto. A arbitragem assinalou ponto para o Praia devido à condução de Kisy, que tentou defender uma bola muito rente à seu corpo, embaixo da rede. As jogadoras reclamaram bastante, mas a marcação foi mantida. Thaisa, sempre importante na parte ofensiva, protagonizou uma linda defesa, subiu a bola e Pri Heldes levantou para Peña arrematar, levantando o moral da equipe. A central ainda foi o para o serviço e fez o ponto de saque, abrindo 5/2. O Minas seguiu mantendo a vantagem, que subiu para seis (13/7) quando Tainara cometeu dois erros de ataque e Kisy, muito bem na partida, converteu sua bola.

Após o tempo técnico pedido por Paulo Coco, o Praia retornou disposto a diminuir o prejuízo e despejou três pontos consecutivos, sendo um deles o de saque de Carolana, seu quinto no jogo. Brayelin Martinez chegou a quatro com uma largadinha, mas Pri Daroit também estava bem no período. Igualou a pontuação da adversária e posteriormente a ultrapassou com mais dois acertos, colocando 18/13 no marcador. Mas lá estava Carolana, a melhor bloqueadora do mundo, fechando a porta do ataque minastenista para dar sobrevida as aurinegras (19/17).

Peña, também neste fundamento, trancou a porta para Tainara por duas vezes num momento crucial e Pri Heldes fez seu primeiro ponto no jogo com um ace. Abatido, o Praia errou o último ataque pelas mãos de Carolana e deu números finais ao set, em 25/17, e ao jogo, em 3 sets a 1 para o Gerdau/Minas.

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