Futebol feminino: a rivalidade entre EUA e Noruega na década de 1990
Desde a primeira edição da Copa do Mundo, Estados Unidos e Noruega protagonizaram boas decisões no futebol feminino
Desde a primeira edição da Copa do Mundo, Estados Unidos e Noruega protagonizaram boas decisões no futebol feminino
A Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2023 será realizada na Austrália e na Nova Zelândia. Entre futebol masculino e feminino, esta será a primeira vez que o Mundial de seleções da Fifa será sediado na Oceania.
O mais perto que um torneio deste nível chegou da Oceania foi quando a Ásia sediou a Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2002 (Coreia do Sul e Japão) e as Copa do Mundo de Futebol Feminino de 1991 e 2007 (China).
Durante a década de 1990, a competição foi responsável por boas rivalidades no futebol feminino. Entres os destaques, aparece Estados Unidos e Noruega.
China 1991
A edição de 1991 foi a primeira e contou com 12 participantes. Nigéria (África), China, Japão, Taipé Chinês (Ásia), Nova Zelândia (Oceania), Brasil (América do Sul), Estados Unidos (América do Norte) Dinamarca, Alemanha, Itália, Noruega e Suécia (Europa).
A primeira final da história foi decidida entre Noruega e Estados Unidos. Foi quando também nasceu uma forte rivalidade no futebol feminino durante a década de 1990. As americanas venceram as norueguesas pelo placar de 2 a 1, conquistando assim o primeiro de quatro títulos.
Construído em 1997 e inaugurado em 1991, o Tianhe Stadium foi o primeiro estádio a sediar uma final de Copa do Mundo Feminina. Lotado, americanos e noruegueses fizeram uma grande festa para celebrar, com sucesso, o fim da realização da primeira edição.
Michelle Akers (Estados Unidos) e Linda Medalen (Noruega) foram duas das melhores jogadoras do mundo na época. A craque americana terminou como artilheira da competição, com 10 gols. A norueguesa marcou seis gols, ficando com a chuteira de bronze.
Com o tempo, seus nomes ficaram marcados na história do futebol feminino. Ambas marcaram os gols daquela final, sendo todos de cabeça. Posteriormente, elas acabaram se encontrando outras vezes, duas em torneios de alto nível.
Suécia 1995
Com a realização a cada quatro anos, a Suécia foi quem sediou a segunda edição. Tentando repetir ou superar a campanha anterior, quando terminaram em terceiro lugar, as suecas foram eliminadas pela China, nos pênaltis, nas quartas de final.
Pela primeira vez na semifinal, as chinesas não conseguiram segurar a poderosa Alemanha e tiveram que se contentar com o quarto lugar. Na outra semifinal, a Noruega teria o prazer de tentar uma vingança contra os Estados Unidos.
Desta vez, a seleção de Linda Medalen superou a seleção de Michelle Akers. 1 a 0 foi o placar, com gol marcado por Ann Kristin Aarones, que terminou sendo artilheira do torneio com seis gols.
Na final, a Noruega venceu a Alemanha por 2 a 0 e garantiu seu único título mundial na história do futebol. Ademais, ficou marcada na história como a segunda campeã com menos gols sofridos (1 gol) e a terceira com o maior ataque (23 gols).
Jogos Olímpicos de Atlanta 1996
No ano seguinte, o Comitê Olímpico Internacional decidiu integrar o futebol feminino aos jogos olímpicos. A estreia da modalidade ocorreu em Atlanta, nos Estados Unidos, no ano de 1996. Essa foi a segunda vez que o país sediou um grande evento dentro de um intervalo de nove anos
1994: Copa do Mundo Masculina
1999 e 2003: Copa do Mundo Feminina
Estados Unidos e Noruega eram as seleções favoritas para decidirem a final. No entanto, no Grupo E, as americanas se classificaram em segundo. Portanto, tiveram que enfrentar as norueguesas na semifinal, algo que aumentou ainda mais a rivalidade.
Linda Medalen marcou o primeiro gol do jogo. Mas Michelle Akers empatou de pênalti quando faltavam 15 minutos para terminar, sendo o seu único gol na competição. Na prorrogação, Shannon MacMillan marcou o gol da virada.
Derrotando o Brasil, a Noruega ficou com a medalha de bronze. Os Estados Unidos garantiram o ouro após superarem a China.
Estados Unidos 1999
No final dos anos 90, a maioria apostava em uma nova decisão mundial envolvendo americanas e norueguesas. Desta vez, ambas se classificaram como primeiras colocadas de seus grupos, sem sofrer uma derrota. Repetindo os confrontos da semifinal de 1991, mas desta vez nas quartas de final, a Noruega derrotou a Suécia por 3 a 1 e os Estados Unidos derrotaram a Alemanha por 3 a 2.
Tudo estava encaminhado para duas das grandes forças do futebol feminino se encontrarem na final. Os Estados Unidos eliminaram o Brasil por 2 a 0, mas a Noruega sofreu uma grande goleada da China: 5 a 0.
Na final, as americanas comemoram, nos pênaltis, o segundo título mundial. Foi a única vez na história que o título mundial foi conquistado pelo país sede.
Outros encontros
Após a década de 1990, os Estados Unidos aumentaram cada vez mais a sua força no futebol feminino. Entretanto, a Noruega não conseguiu fazer o mesmo e teve uma decaída no cenário mundial.
As seleções voltaram a se encontrar nas duas edições seguintes. Em 2003, as americanas venceram nas quartas de final por 1 a 0. Em 2007, foram terceiro lugar após aplicar uma goleada de 4 a 1 sobre as norueguesas.
Noruega e Estados Unidos em 2023
A Noruega tenta voltar a disputar uma semifinal de Copa do Mundo após 16 anos. Na última edição, na França, foi eliminada pela Inglaterra nas quartas de final. Em 2023, sua estreia está marcada para ocorrer no dia 20 de julho contra a Nova Zelândia na partida de abertura.
Tetracampeão, os Estados Unidos defendem o título conquistado há quatro anos sobre a Holanda. Na história, a equipe nunca ficou fora das quatro melhores campanhas. Em oito edições, o país disputou cinco finais, sendo três de forma consecutiva: 2011, 2015 e 2019.
A estreia das norte-americanas em 2023 será no dia 22 de julho contra o Vietnã.