O Botafogo vive o começo de sua trajetória como SAF, com altos e baixos dentro e fora de campo. E alguma situações vividas pelo clube em tal transição para se tornar empresa foram lembradas por pessoas que estiveram em General Severiano neste processo.
Enderson Moreira era o técnico do Glorioso quando da compra da SAF botafoguense por John Textor, fechada em março de 2023. Ainda em fevereiro, antes da aquisição ser confirmada, o atual comandante do Sport acabou sendo demitido por ordem do então futuro acionista majoritário, isto depois de ter levado de volta o Fogão para a Série A do Brasileiro.
Em entrevista ao podcast Embolada, Enderson relembrou da saída do clube e, apesar de ter a decisão como algo pertinente por conta da negociação, criticou o modo como foi demitido, antes de um clássico contra o Fluminense, citando que soube que não ficaria no Alvinegro através de notícias da imprensa.
“Quando teve a venda (do Botafogo), me distanciei um pouco dessa coisa de gratidão porque é um negócio. O Textor tem toda a autoridade. Ele comprou o time, a empresa, e ele faz o que ele quiser. Não posso questionar isso, eu entendo. Se fosse o mesmo presidente que estava comigo já no momento da recuperação e me mandasse embora no ano seguinte, eu ficaria chateado”, disse Enderson.
“Eu estava muito tranquilo. Só não gostei da forma como ele fez. Ele primeiro fala antes de um clássico com o Fluminense. Antes do jogo recebo a informação de que estou demitido, pela imprensa. Isso machuca a gente. Eu estava no estádio. Você imagina a minha preleção… Eu olhava para o jogo e eu pensava ‘o que estou fazendo aqui?’ Os jogadores deviam estar pensando ‘professor, você já caiu, já está fora’. Isso eu acho que foi o desrespeito com o profissional”, completou.
Mas nem tudo foram problemas para Enderson em sua passagem pelo Botafogo. O momento em que chegou ao clube para comandá-lo durante a disputa da Série B em 2021 foi lembrado com certa alegria pelo treinador, que citou a ligeira desconfiança com a qual foi contratado como um fator que depois ajudaria na reação do time para poder tirá-lo da segunda divisão do futebol brasileiro e recolocá-lo na Série A.
“Foi complemente diferente no Botafogo. O time estava tão mal que acho que olharam para mim e falaram ‘Ah, vamos acreditar nesse cara mesmo’. Então, os caras compraram muito rapidamente a ideia. E a evolução foi uma coisa absurda. A gente falava uma coisa num dia e, no outro, eles faziam”, declarou.
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— Botafogo F.R. (@Botafogo) March 15, 2023