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Corinthians e Palmeiras se igualam no placar, na entrega e nas fortes doses de emoção

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação das equipes comandadas por Fernando Lázaro e Abel Ferreira

Por Luiz Ferreira em 17/02/2023 02:56 - Atualizado há 10 meses

Reprodução / Twitter / Paulistão

Corinthians e Palmeiras protagonizaram o jogo mais emocionante do Paulistão até o momento sem sombras de dúvidas. A igualdade no marcador também foi vista na entrega das duas equipes, nas chances criadas e nas fortes doses de emoção que o torcedor teve durante todo o jogo desta quinta-feira (16). É lógico que cada time vive um momento diferente. Abel Ferreira já está há quase três anos no Verdão e seus atletas jogam quase “de memória” tamanha é a precisão dos movimentos da equipe alviverde. Já Fernando Lázaro tem pouco mais de um mês no comando do Timão e tenta implementar seus conceitos o mais rápido possível. Situações distintas e que cria contextos diferentes para cada equipe.

Por outro lado, isso não acabou prejudicando o andamento da partida na Neo Química Arena. Muito pelo contrário. O Corinthians conseguia encontrar espaços apostando na movimentação constante do 4-2-3-1 preferido de Fernando Lázaro e na criatividade de Renato Augusto (o melhor em campo junto com os palmeirenses Rony e Weverton). É interessante notar que todo o time circulava. Yuri Alberto buscava as costas de Piquerez e deixava o corredor esquerdo com Róger Guedes. Foi assim que o camisa 10 abriu o placar logo aos oito minutos da primeira etapa.

Do outro lado, o Palmeiras também se organizava num 4-2-3-1, mas sofria para conter a movimentação do seu adversário às costas de Gabriel Menino e Zé Rafael (os dois um pouco apagados na partida). Não era difícil perceber que os dois volantes alviverdes demoraram para entender como o Corinthians circulava na frente da última linha com tanta. A chave era Renato Augusto. O camisa 8 sempre procurava o espaço vazio para a tabela ou chutes a gol. Com Yuri Alberto sempre procurando as costas de Piquerez, Adson vinha mais por dentro e confundia a marcação.

O Corinthians explorou bem os espaços na frente da última linha do Palmeiras. Renato Augusto foi o “regente” do 4-2-3-1 de Fernando Lázaro. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

Vendo que sua equipe não estava bem no jogo, Abel Ferreira algumas alterações táticas. Rony passou a jogar mais enfiado (quase como um centroavante), Dudu ficou mais à direita (em cima de Fábio Santos) e Endrick ficou de olho nas subidas de Fagner ao ataque. Além disso, Marcos Rocha ficou mais contido no apoio e Piquezez se transformou num autêntico ponta pela esquerda. O gol de empate saiu aos 42 minutos da primeira etapa (com o camisa 10 acertado completando cruzamento de Raphael Veiga), mas num momento em que o Corinthians empilhava chances perdidas contra um Palmeiras ainda meio atordoado em campo. Mesmo assim, essa nova distribuição do Verdão em campo ajudou nesse processo.

Piquerez e Dudu pelos lados, Endrick e Rony por dentro e Marcos Rocha mais contido no apoio. O Palmeiras cresceu no final do primeiro tempo. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

A pequena vantagem que o time do Palmeiras tem em cima de qualquer outro adversário é a forma como o time executa os conceitos de Abel Ferreira. Há quase três anos no clube, o treinador português sabe como tirar o melhor de cada jogador em cada situação do jogo. É bem verdade que as entradas de Jailson e Breno Lopes poucos minutos depois de Rony marcar o gol da virada (em mais uma assistência de Raphael Veiga) derrubou um pouco o nível de intensidade do time. E a impressão que fica é a de que Abel Ferreira parece querer preservar seus jogadores. Pelo menos nesse início de temporada

Enquanto isso, Fernando Lázaro apostava nas entradas de Romero e Fausto Vera nos lugares de Adson e Roni respectivamente. Na prática, seu 4-2-3-1 básico não foi modificado e o Corinthians seguiu pressionando o Palmeiras na busca do gol de empate com Renato Augusto e Róger Guedes circulando no espaço entrelinhas do Palmeias e contando com o apoio constante de Fagner e Fábio Santos pelas laterais. Aos poucos, o Timão foi criando suas chances de gol e obrigando o goleiro Weverton a trabalhar. Foram pelo menos duas grandes defesas durante o segundo tempo.

O Palmeiras caiu de produção com as substituições feitas por Abel Ferreira. Renato Augusto e Róger Guedes circulavam bastante pelo ataque. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

Gil empatou a partida aos 32 minutos do segundo tempo depois de bola levantada na área por Giuliano e o placar não foi mais alterado. Resultado justo que mostra com clareza tudo aquilo que Corinthians e Palmeiras produziram nesta quinta-feira (16). Cada um em seu contexto específico, é verdade. Mas se Fernando Lázaro vem encontrando um norte com Renato Augusto jogando um pouco mais adiantado no seu 4-2-3-1 preferido, a tendência é que a equipe suba ainda mais de produção no decorrer das partidas. Já Abel Ferreira ainda precisa corrigir os problemas defensivos. Este que escreve não se lembra de ver o Verdão cometendo tantas falhas como as vistas na Neo Química Arena.

Certo é que o Derby desta quinta-feira (16) nos entregou muita coisa em termos de futebol bem jogado, ótimas estratégias e fortes doses de emoção do início ao fim. Corinthians e Palmeiras têm seus pontos fortes e pontos fracos, seus problemas e suas soluções. Mas precisamos reconhecer que os dois times fizeram jogo bastante equilibrado apesar dos contextos quase que completamente diferentes. A entrega dos jogadores e a dedicação na busca pelo resultado foi o ponto alto do clássico na Neo Química Arena. Que as coisas continuem assim em 2023.

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