No último domingo (15), o Coritiba venceu o Aruko por 1 a 0 em sua estreia no Campeonato Paranaense. No entanto, o destaque foi nas arquibancadas, já que um pedido de Coritiba e Athletico de mudança em penalização fez com que apenas mulheres e crianças de até 12 anos fossem liberadas para entrar no estádio. A medida inédita foi comemorada pela jornalista Milly Lacombe.
Em sua coluna no portal UOL Esporte, a jornalista destaca que “toda mulher que ama futebol já sonhou com uma arquibancada sem violências contra nossos corpos, nossa dignidade e nossa moral”. Segundo Milly, é um “sonho” a possibilidade de torcer sem receio de ser importunada ou levar crianças sem medo de violência.
A jornalista afirmou que o Coritiba tornou esse “sonho” possível. “O Coritiba mostrou que esse lugar pode existir. No dia 15 de janeiro havia apenas mulheres e crianças no Couto Pereira para a estreia do Coxa no Paranaense”, escreveu Milly Lacombe.
De acordo com ela, a maneira de reverter a decisão de punição, que previa portões fechados, foi “criativa e inédita”. Além disso, ela disse ter ficado emocionada com as imagens e, principalmente, com a voz feminina vinda das arquibancadas.
Antes de parabenizar o Coritiba e as mulheres, Milly destaca que as mulheres também torcem e consumem o futebol, assim como os homens, porém com uma ressalva: “E fazemos isso a despeito de sermos maltratadas e excluídas: insistimos em amar um jogo que é abusivo contra nossa moral, nossa dignidade e nossos corpos.”
Além da partida do Coritiba contra o Aruko, mais duas partidas devem seguir a mesma medida de permitir apenas mulheres e crianças de até 12 anos. Serão dois jogos com mando de campo do Athletico, outro clube punido por confusão no clássico com o Coxa.
As partidas em questão serão na Arena da Baixada, contra Maringá e Foz do Iguaçu, nos dias 21 e 25 de janeiro, respectivamente. Além de somente mulheres e crianças de até 12 anos serem permitidas, os ingressos devem ser trocados por 1 kg de alimento.