Apostar na Betnacional
As comparações entre Pelé e Maradona ganharam nova força com a morte do ídolo brasileiro. Porém, poucas pessoas podem ser mais indicadas para falar sobre os dois craques que o ex-técnico da seleção argentina, César Luis Menotti.
O atual coordenador de seleções da Argentina, e responsável pela contratação de Lionel Scaloni, foi direto ao declarar, em entrevista para o portal UOL, que o Rei do Futebol foi superior a qualquer outro jogador de futebol na história.
”O Pelé foi muito melhor que qualquer outro, não só o Maradona. O Maradona era mais vistoso por ser canhoto, e os canhotos, como estão em menor número, dão a sensação de fazer coisas diferentes”, explicou.
Menotti pode falar sobre os dois atletas com conhecimento de causa. O argentino, de 84 anos, lançou Maradona na seleção de seu país e atuou também no Santos, em 1969, ganhando o campeonato paulista daquele ano.
“Jogar com o Pelé me marcou muito, me ensinou demais para ser treinador. Jogar é forma de dizer. Fiz só um jogo. Aquele time do Santos era muito bom, era capaz de ser campeão até se escalasse só os reservas”, completou.
Pelé ensinou muito
Menotti se mostrou muito grato por ter jogado ao lado de Pelé e relembrou da final da Libertadores de 1963, quando o Santos bateu o Boca Juniors e a violência dos argentinos na final.
”Eu me lembro dele [Pelé] na final da Libertadores de 1963 na Bombonera. Queriam quebrá-lo, e ele fazia de tudo. Driblava, chutava, bancava os pontapés…Foi inigualável”, relembrou o argentino.
Para Menotti, o fato de Pelé jogar em uma época com muitos craques só mostra como ele foi grande no futebol.
“Pelé foi o maior numa época de Rivellino, Ademir da Guia, Tostão, Gérson, Jairzinho…Precisa dizer mais? O Brasil de 1970 foi, de longe, o melhor time que vi” disse.
Menotti sempre se disse um verdadeiro admirador do futebol brasileiro, mas ele coloca um ponto para a mudança na filosofia do futebol do Brasil, o que criou a dificuldade para ganhar mais no futebol: a queda das seleções de 1982 e 1986.
”A derrota do Telê em 1982 e 1986 foi péssima. Ela abriu espaço a outras pessoas e outras ideias, então houve uma mudança bruta de mentalidade e de forma de jogar. Por isso o Brasil vinha jogando mal desde os anos 1990”, analisou o treinador campeão do Mundial de 1978.
