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Botafogo: John Textor reclama de formato da Lei das SAFs

Insatisfeito com a legislação adotada para as Sociedades Anônimas do Futebol, dono do glorioso escancara problemas estruturais

Alan Vasconcelos
22 anos, graduando em jornalismo pela Universidade Salvador. Apaixonado por futebol desde criança, vejo o esporte como uma válvula de escape.

O Botafogo só joga amanhã (26), mas o torcedor já tem algo para se preocupar nesta quarta-feira. John Textor, proprietário do clube, fez declarações importantes a respeito da lei que rege as Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).

Em entrevista ao site Fogão Net, Textor criticou a Lei da SAF, dando a entender que ela foi mal elaborada. “A Lei da SAF está quebrada. Ela não funciona. Começamos a controlar o clube no dia 11 de março [de 2022], mas desde o começo sentimos que os juízes e as cortes brasileiras não tiveram cuidado em interpretar a lei como ela foi criada”, afirmou o inglês de 57 anos.

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Rodrigo Capelo, jornalista do Grupo Globo, falou sobre a declaração dada por Textor. De acordo com Capelo, a atitude do investidor escancara uma situação controversa: o pagamento das dívidas.

Além disso, Capelo explica que os relatores da lei elaboraram uma medida para “salvar” os clubes muito endividados. Ele explica que as dívidas das associações seriam gerenciadas através de um sistema chamado Regime Centralizado de Execuções (RCE). O RCE funciona como uma lista de prioridade para credores trabalhistas e cíveis. O Botafogo teria 10 anos para pagar seus dividendos.

O jornalista aponta qual o problema em tudo isso. “o mecanismo já surge com problemas. Todos os credores de natureza trabalhista e cível são forçados a entrar na fila? Eles têm direito a recusar os termos apresentados – descontos e prazos? Quais receitas a SAF entrega? O mau trabalho dos legisladores deixou várias lacunas”, criticou.

Como isso afeta o Botafogo?

Para Capelo, o resultado dessa gambiarra legislativa afeta não somente o clube carioca, mas todos os que venham a se tornar SAF e as pessoas/empresas que eles devem. “Alguns credores do Botafogo aguardarão por até dez anos, enquanto outros encontram meios para receber já. Já a SAF não pode contar com determinadas quantias, que poderiam ser usadas no futebol, em custos ou investimentos”, finalizou.

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