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Conheça as ideias, os conceitos e o estilo de jogo de Maurício Barbieri, novo técnico do Vasco

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as ideias e conceitos do novo treinador do Trem Bala da Colina

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Anunciado oficialmente na última quarta-feira (7), Maurício Barbieri chega ao Vasco credenciado pelo bom trabalho realizado no Red Bull Bragantino e pela facilidade de trabalhar com jogadores jovens. Foi assim no Flamengo com Vinícius Júnior e Lucas Paquetá, no Massa Bruta com Claudinho e no Goiás com Michael. Pelo menos, foi isso que o diretor executivo Paulo Bracks deu a entender quando falou do novo técnico do Trem Bala da Colina. Não deixa de ser uma indicação do caminho que a 777 Partners pretende seguir a partir da próxima temporada. Formar um time competitivo para disputar títulos e que revele talentos que possam render vendas futuras e encher os cofres do clube.

Mas a escolha por Maurício Barbieri também passa pelo estilo de jogo que a diretoria e a dona da SAF do clube pretendem ver na equipe de São Januário. Eu e você sabemos que as equipes do novo treinador do Vasco são organizadas com vários elementos do “jogo de posição” (estilo imortalizado pelo Barcelona de Pep Guardiola), com muita agressividade nas transições e um estilo mais focado no ataque. E pelo que se desenha no horizonte, a tendência é que Barbieri exerça um papel semelhante ao que exerceu no Red Bull Bragantino nas duas últimas temporadas.

É interessante notar que, antes mesmo da equipe cair demais na temporada de 2022 com as vendas de jogadores e a falta de reposição à altura, o Red Bull Bragantino era uma equipe altamente competitiva e que fez ótima campanha na Copa Sul-Americana de 2021. O Massa Bruta jogava (na maioria das vezes) num 4-3-3 típico das equipes que praticam o “jogo de posição” com triangulações, saída de três com o recuo dos volantes e várias dinâmicas de “terceiro homem”. Artur, Praxedes, Eric Ramires, Ytalo e outros jogadores se destacavam bastante na equipe.

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O Red Bull Bragantino jogava no 4-3-3 típico das equipes que praticam o “jogo de posição”. Intensidade e agressividade no ataque. Foto: Reprodução / YouTube / CONMEBOL Sudamericana

No entanto, engana-se quem pensa que o Red Bull Bragantino ficava trocando passes a esmo. O time comandado por Maurício Barbieri era bastante objetivo e vertical quando tinha a posse da bola. O time se organizava com triangulações pelos lados para abrir espaços e chegar na área adversária. Mas também usava muito bem as inversões de jogo. O time atraía o oponente para uma faixa do campo e rapidamente fazia a virada buscando o ponta, o volante ou o lateral que se lançava às costas da última linha de defesa. O Massa Bruta conseguiu marcar vários gols seguindo a mesma cartilha. Concentrar jogadores de um lado e fazer a virada de jogo rápida buscando quem aparecia do outro lado.

As inversões de jogo são muito utilizadas pelas equipes de Maurício Barbieri. Atrair o adversário para um lado e atacar o outro. Foto: Reprodução / YouTube / CONMEBOL Sudamericana

Não era raro ver Jadson Silva, Ramires e outros buscando as bolas mais longas buscando os pontas ou o centroavante Ytalo. Era ele quem vencia os duelos pelo alto e fazia a jogada de pivô para quem vinha de trás atacando o espaço. A organização ofensiva, no entanto, era sempre a mesma. Artur ou Cuello poderiam recuar até a linha do meio-campo, mas a estrutura da linha de cinco atacantes era mantida com dois jogadores dando opção de passe pelos lados e outros dois vindo mais por dentro. Praxedes ou Eric Ramires pisavam na área com frequência.

Aliás, não se espantem se ele ou outro atacante de mais mobilidade for contratado pelo Vasco nos próximos dias. O sistema utilizado por Barbieri pede jogadores móveis e mais dinâmicos nesse sentido. E desde a saída de bola. Um dos pontos fortes do Massa Bruta em 2021 era a qualidade no passe que os zagueiros Fabrício Bruno (hoje no Flamengo) e Léo Ortiz tinham. Tudo era facilitado por conta dessa característica dos defensores que Maurício Barbieri utilizava. Ao mesmo tempo, os laterais podiam fechar por dentro ou se lançar ao ataque dependendo da situação.

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Artur recuava até a intermediária e Jadsom Silva ocupava o espaço atrás de Ytalo. Os laterais também subiam para dar amplitude. Foto: Reprodução / YouTube / CONMEBOL Sudamericana

Sobre a organização defensiva, o Red Bull Bragantino praticava muito a chamada “pressão pós-perda”. O adversário tem a bola? Então todos os jogadores vão em cima de quem está com ela e pressionam até que ele perca a posse ou se livre dela com um chutão. É essa agressividade que fazia com que Maurício Barbieri optasse por uma marcação num 4-2-4 com os pontas bem adiantados e um dos volantes subindo até a linha ofensiva para encaixar a marcação e recuperar a bola o mais rápido possível. É verdade que execer essa pressão exige que o time corra riscos. Principalmente quando o adversário consegue superá-la. Mas faz partida da filosofia de jogo adotada pelo novo treinador do Vasco.

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As equipes de Maurício Barbieri marcam num 4-2-4 de muita pressão no portador da bola e com marcação encaixada na saída adversária. Foto: Reprodução / YouTube / CONMEBOL Sudamericana

A grande dúvida por conta de Maurício Barbieri fica por conta das dúvidas sobre sua capacidade de gerir o novo projeto de um dos clubes de maior torcida no país. Isso ajuda a explicar a contratação do veterano Abel Braga como diretor-técnico para dar o suporte ao novo treinador do Vasco nos bastidores e no vestiário. Alguém que ajude na convivência e no diálogo. Mesmo assim, a escolha por Barbieri deixa a sensação de que a 777 Partners pretende seguir um caminho semelhante ao do Red Bull Bragantino (guardadas as devidas proporções, é claro). Disputar e conquistar títulos sempre que possível, mas sem esquecer de revelar talentos para gerar dinheiro para o clube de São Januário.

Maurício Barbieri deve participar da montagem do elenco para 2023 e basear suas escolhas no seu estilo de jogo. Não é difícil, inclusive, ver alguns nomes que estiveram com ele no Massa Bruta ou até mesmo no Flamengo chegando ao Vasco nos próximos dias. O entendimento das ideias do novo treinador será fundamental numa temporada de reconstrução e de consolidação do plano do Trem Bala da Colina para se manter de vez na Série A e (finalmente) voltar a brigar por títulos.

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