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Forte candidata ao título da Copa do Mundo, Holanda passa pelos Estados Unidos e avança para as quartas

Luiz Ferreira analisa a vitória tranquila da Laranja Mecânica e destaca as ideias de Loius van Gaal na coluna PAPO TÁTICO

Por Luiz Ferreira em 04/12/2022 02:17 - Atualizado há 8 meses

Forte candidata ao título da Copa do Mundo, Holanda passa pelos Estados Unidos e avança para as quartas
Reprodução / Twitter / OnsOranje

A Holanda mostrou neste sábado (3) que tem todas as condições de brigar pelo título da Copa do Mundo. Não somente pela vitória sobre os Estados Unidos e a classificação para as quartas de final, mas pela forma como o escrete comandado por Louis van Gaal vem conseguindo superar seus adversários. Sem atuações brilhantes, é verdade, mas com muita consistência e a execução quase perfeita do plano de jogo do seu exigente treinador. Talvez a única vez em que a “Laranja Mecânica” tenha sofrido um pouco mais nesse Mundial foi no jogo contra o Equador. Mas nada que abalasse a confiança dos jogadores na estratégia traçada por Louis van Gaal. A Holanda não é favorita por acaso.

Fato é que os Estados Unidos começaram melhor o jogo no Estádio Internacional Khalifa. Os “Yankees” entraram em campo organizados no usual 4-3-3 do técnico Gregg Berhalter com Jesús Ferreira no lugar do centroavante Sargent e o retorno de Zimmerman na zaga ao lado de Tim Ream. Muita pressão na saída de bola holandesa com movimentos coordenados e bem treinados para ganhar profundidade e tentar mexer o trio de zagueiros formado por Timber, Van Dijk e Aké. Se não fosse o goleiro Noppert, Pulisic teria balançado as redes logo aos dois minutos de partida.

Do outro lado, a Holanda entrava em campo no mesmo 3-4-1-2 preferido do seu treinador. Van Gaal optou pela entrada de Marten de Roon ao lado de Frenkie de Jong no meio-campo e Memphis Depay se juntou a Gakpo e Klaassen mais à frente. Sem a bola, o trio ofensivo participava pouco da marcação e se posicionava mais voltado para os contra-ataques e deixava o “serviço sujo” com o restante da equipe. A Holanda mantinha a calma e visivelmente atraía os Estados Unidos para seu campo com o objetivo de aproveitar os espaços que apareceriam no campo adversário.

Formação inicial das duas equipes. Os Estados Unidos começou o jogo pressionando bastante e a Holanda se defendia para recuperar a bola e iniciar o contra-ataque.

É preciso dizer que o jogo mudou completamente depois que a Holanda venceu a pressão alta dos Estados Unidos pela primeira vez. Memphis Depay recuperou a bola ainda no campo de defesa e passou para Gakpo que carregou até a intermediária antes de passar para Dumfries no lado direito. O camisa 22 neerlandês avançou, viu Klaassen e De Roon arrastando a zaga estadunidense para trás e abrindo espaço para o mesmo Memphis aparecer e bater no canto do goleiro Matt Turner. Jogada que tem a cara do time de Louis van Gaal. Muitos movimentos de apoio a quem está com a posse e muita coordenação em cada passo dado no campo do rival para encontrar tempo e espaço para fazer a melhor escolha.

Gakpo carrega a bola até a intermediária e passa para Dumfries. Depois de iniciar a jogada, Depay aparece dentro da área para finalizar. Foto: Reprodução / YouTube / Cazé TV

Difícil não perceber que os Estados Unidos sentiram o gol. Tanto que McKennie, Musah, Pulisic e Timothy Weah encontraram mais dificuldades para se livrar dos encaixes na marcação holandesa. Tim Ream, zagueiro com a pior saída de bola nos “Yankees” era o único com liberdade para sair jogando e a Holanda encaixou mais duas boas chances com Blind e Memphis antes dos Estados Unidos se recuperarem com o cansaço natural do seu adversário nas perseguições individuais. Timothy Weah e Dest desperdiçaram boas chances de empatar ainda na primeira etapa.

O escrete do técnico Gregg Berhalter estava melhor na partida quando Dumfries recebeu no lado direito e cruzou rasteiro para Blind balançar as redes em lance muito parecido com o primeiro gol neerlandês. Após o intervalo, Van Gaal sacou de Roon e Klaassen para as entradas de Bergwijn e Koopmeiners, recuando Gakpo para o meio-campo. Do outro lado, Jesús Ferreira deixava o jogo para a entrada de Reyna. O panorama não mudou. Os Estados Unidos pressionavam e tinham a posse da bola enquanto a Holanda sempre levava muito perigo quando vencia a pressão.

Matt Turner trabalhou muito no segundo tempo e evitou o terceiro gol da “Laranja Mecânica” em finalizações de Memphis Depay e Koopmeiners, mas os Estados Unidos seguiram martelando até diminuir o placar com Haji Wright aos 31 minutos em jogada em assistência de Pulisic. A empolgação acabou fazendo com que o escrete “Yankee” diminuísse ainda mais a proteção na frente da área e Blind fez cruzamento perfeito Dumfries às costas da última linha adversária. O camisa 22 teve apenas o trabalho de escorar para as redes de Matt Turner e fechar o placar no Estádio Internacional Khalifa. Vitória justa de uma Holanda que se impôs com autoridade e que soube como se adaptar ao contexto da partida.

Memphis Depay, Gakpo e Bergwijn arrastam os zagueiros e Dumfries recebe cruzamento na medida de Blind para fazer o terceiro gol neerlandês. Foto: Reprodução / YouTube / Cazé TV

A Holanda pode não encantar os mais puristas como a “Laranja Mecânica” encantou em 1974. O time de Louis van Gaal segue uma linha muito mais pragmática e a filosofia de que é preciso vencer antes de se pensar em dar espetáculo. Inclusive, não é difícil encontrar semelhanças com a equipe que ficou com o terceiro lugar em 2014 (na Copa do Mundo disputada aqui no Brasil). Sneijder era o meio-campista mais recuado e acionava a dupla de ataque formada por Van Persie e Robben em contra-ataques de altíssima velocidade. Transições rápidas para pegar a defesa desprevenida, encaixes individuais e muita intensidade. Van Gaal repete a fórmula que deu certo em outras ocasiões.

Fato é que a Holanda detém agora a maior invencibilidade entre seleções. São quatorze vitórias e cinco empates em dezenove jogos disputados com 49 gols marcados e apenas 15 sofridos. Os números falam por si só. As atuações podem não agradar a todos, mas o desempenho seguro e que sempre tenta atrair o adversário para explorar os espaços que aparecem colocam sim a “Laranja Mecânica” no grupo dos favoritos ao título da Copa do Mundo. Eu não me surpreenderia se ela chegar lá.

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