A grande final da Copa do Mundo 2022 vai marcar o embate entre a seleção que mais cresceu durante a competição e a que foi mais consistência. Argentina e França se enfrentam neste domingo (18) prometendo um verdadeiro “jogo de xadrez” entre os treinadores Lionel Scaloni e Didier Deschamps e talvez uma das partidas mais emocionantes desse Mundial. É praticamente impossível apontar um favorito ao título diante de todas as variações táticas que “Les Bleus” e a Albiceleste nos mostraram nas últimas semanas. Certo é que franceses e argentinos vão focar seu jogo em cima dos seus melhores jogadores. E não poderia ser diferente.
A tendência é que Messi e Mbappé estejam sob os holofotes na partida deste domingo (18) e não poderia nunca ser diferente. Ainda mais diante do que os dois fizeram nessa Copa do Mundo. Não é por acaso que os dois são as principais peças na engrenagem das duas seleções finalistas dessa Copa do Mundo. Mais do que natural que Lionel Scaloni e Didier Deschamps montem suas estratégias em cima dos dois melhores jogadores da competição no Catar. E o objetivo desta humilde prévia tática é tentar descobrir quais serão os caminhos que Argentina e França vão seguir no Estádio Lusail em busca da maior glória do futebol mundial.
A trajetória de Lionel Scaloni no comando da Albiceleste ficou marcada pela recuperação da confiança em cima de um elenco altamente talentoso. Talvez melhor até do que o time que ficou com o vice-campeonato em 2014. Conforme mencionado anteriormente, o treinador da Argentina monta sua equipe de modo a fazer com que Messi tenha liberdade para descomplicar e resolver as coisas lá na frente. As entradas de Enzo Fernández e Julián Álvarez no time ainda na fase de grupos ajudou a deixar o camisa 10 ainda mais livre de obrigações defensivas. Vale destacar a escalação de quatro volantes atrás da dupla de ataque contra a Croácia na semifinal.
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Já é sabido que Lionel Scaloni gosta de escalar a Argentina de acordo com as características do seu adversário. Foi assim contra a Holanda (quando apostou numa linha de cinco defensores) e contra a Croácia (partida em que voltou às duas linhas com quatro jogadores atrás da dupla de ataque). Mas algumas coisas não mudam. A Albiceleste não usa tanto a profundidade e gosta de jogar mais por dentro, onde o camisa 10 faz a diferença. Ao mesmo tempo, De Paul e Julián Álvarez se comportam como uma espécie de “seguranças” do craque portenho. São eles quem saltam para a pressão e deixam o jogador descansado para puxar os contra-ataques.
E do outro lado tempos a França de Didier Deschamps. Quem pensava que “Les Bleus” iam perder força com tantos desfalques (principalmente Benzema) se deparou com uma seleção muito forte coletiva e mentalmente. Falar que o atual campeão mundial já não é o mesmo é subestimar o poder de decisão de um time que conta com nomes como Mbappé, Giroud, Griezmann (talvez o nome mais importante do escrete francês), Lloris e Tchouaméni. A chave está na forma como Deschamps montou a sua equipe e no entendimento do que cada um dos jogadores precisa fazer com e sem a bola. Não é errado afirmar que a França joga quase “de memória”.
O posicionamento de Mbappé (quase sempre o jogador mais avançado da equipe comandada por Didier Deschamps) dita a forma como a equipe se comporta dentro de campo. Ao invés da linha de cinco defensores usada na Liga das Nações, “Les Bleus” voltaram ao 4-4-2 com Rabiot jogando mais pelo lado esquerdo e Griezmann se comportando como um volante em determinados momentos. Além disso, Giroud e Dembélé mostram grande compreensão na leitura dos espaços e muita dedicação na cobertura defensiva junto de Tchouaméni. Tudo para que Mbappé possa bagunçar as defesas adversárias com dribles e passes precisos para os companheiros de equipe.
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Este que escreve não espera grandes mudanças na formação das duas equipes na finalíssima deste domingo (18). A tendência é que Lionel Scaloni e Didier Deschamps mantenham Messi e Mbappé no foco das suas estratégias e não mexam muito nos seus times. É preciso lembrar também que os dois gostam muito de estudar o adversário e se adaptar ao contexto de cada partida. Nesse quesito, no entanto, a França parece estar um pouco à frente da Argentina por conta da incrível versatilidade dos seus jogadores. As vitórias sobre Inglaterra e Marrocos comprovam essa alta capacidade de adaptação dos comandados de Didier Deschamps.
Por outro lado, como sempre diz Pep Guardiola, a equipe que tem Messi já começa como favorita. Difícil manter essa tese numa final de Copa do Mundo, mas também não há como refutá-la diante de tudo que vimos nessas últimas semanas. Este colunista acredita numa Argentina escalada no mesmo 4-4-2 da França com a linha de volantes jogando atrás do camisa 10 e de Julián Álvarez. Também não é difícil imaginar Enzo Fernández mais colado em Griezmann e Paredes fazendo a proteção da última linha. Mesmo assim, todo espaço, todo lance e toda jogada será altamente disputada naquela que pode ser uma das finais mais emocionantes dos últimos tempos.
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Se Lionel Scaloni apostar numa linha de cinco defensores (com Lisandro Martínez no lugar de Paredes), Enzo Fernández pode guardar mais sua posição no meio e a Argentina deve fazer apostar em encaixes na marcação (como na partida contra a Holanda). Caso Didier Deschamps mantenha Fofana no lugar de Rabiot (o que não é muito provável), a tendência é vermos uma França mais forte no meio-campo e mais liberdade para Griezmann encostar no trio ofensivo. Seja como for, as possibilidades são as mais variadas. Estamos falando das duas melhores seleções dessa Copa do Mundo e das que mais possuem opções para mudar uma partida.
É por isso que este que escreve vai se manter em cima do muro nessa final. Por mais que a lógica indique um levíssimo favoritismo para “Les Bleus” por conta da força coletiva, a Albiceleste tem Messi e uma legião de operários ao seu redor. Preparem-se, meus amigos. A decisão dessa Copa do Mundo tem tudo para ser a mais emocionante do século.