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Nesta sexta (09), Holanda e Argentina fizeram a segunda partida das quartas de final no estádio Lusail em clássico que já foi até mesmo final de Copa do Mundo. Assim como prometeu, o jogo foi tenso, estudado, tático e eletrizante, sendo definido apenas nos pênaltis, onde a Argentina venceu por 4 a 3.
Até hoje, os dois times já haviam se enfrentado em outras cinco ocasiões em Copas do Mundo e foram duas vitórias argentinas, duas holandeses e um empate. Os jogos foram em 1974 (4-0 Holanda), 1978, na final (3-1 Argentina), 1998, nas quartas de final (2-1 Holanda), 2006 (0-0) e 2014, nas semifinais, onde a Argentina ganhou por 4-2 nos pênaltis.
Genialidade de Messi coloca Argentina na frente
Os primeiros minutos do jogo foram marcados pelo equilíbrio entre os dois lados. Aos 15′, a posse de bola era de 42% para a Holanda, 41% para a Argentina e havia passado 17% do tempo em disputa. Os holandeses estavam focados em Lionel Messi e sempre que o argentino pegava na bola, era cercado por três marcadores.
Com as duas seleções sem dar espaços, as finalizações foram escassas no começo do jogo e, as poucas que foram feitas, não foram em direção ao alvo. Quando os holandeses avançavam com a bola, a Argentina se fechava com uma linha de cinco jogadores defensivos e se reforçava com uma linha de três meio-campistas defensivos e impedia uma proximidade. Já os argentinos eram constantemente marcados de perto pelos holandeses e também não conseguiam avançar, pois logo perdiam a bola e precisavam se recompor na defesa. Quem tentava algo diferente era Lionel Messi, que com sua movimentação, tentava confundir a marcação e deixar algum companheiro livre.
Aos 35′, Messi, em lance genial, reteve a bola pela intermediária, foi criando espaços e chamando a marcação para cima de si, abrindo um vão para que Molina passasse pelos holandeses e recebesse seu toque, saindo de frente com Noppert e tocando para dentro do gol após a saída do goleiro. 1 a 0 Argentina. Foi o primeiro gol do zagueiro pela seleção albiceleste após 25 aparições.
O jogo foi ficando cada vez mais tenso e, com o avançar do relógio, jogadores titulares, reservas e até mesmo membros da comissão técnico foram recebendo cartões amarelos. Antes mesmo do final do primeiro tempo, cinco cartões haviam sido distribuídos (dois para cada lado e um para um membro da comissão argentina) e a partida ia ficando cada vez mais travada por faltas.
Durante o primeiro tempo, a Holanda acabou tendo a maior posse de bola (52%), mas a Argentina foi superior em finalizações, com cinco finalizações, sendo três no alvo e uma dentro do gol. Em relação à eficácia dos passes, os dois times foram bem próximos, com os holandeses tendo 83% e os argentinos, 81%.
Reserva holandês faz milagre e revive a Laranja no jogo
Precisando urgentemente de pelo menos um gol, a Holanda voltou para o segundo tempo com uma estratégia de jogo diferente e passou a ter mais posse de bola para tentar criar mais chances e chegar logo ao empate, mas raramente conseguia sair das linhas do meio de campo. Quem quase criou a primeira boa chance do segundo tempo foi a Argentina, com Messi, que acionou De Paul pela direita. Na sequência, o meia ficou sem ângulo e desperdiçou a jogada.
Aos 73′, Denzel Dumfries, jogador que havia sido um dos principais responsáveis pelo avanço da Holanda das oitavas de final, cometeu pênalti após acertar Acuña no lado esquerdo da grande área. Na cobrança, Messi, enfim, acertou um pênalti nesta copa e fez 2 a 0 para a Argentina. Foi o gol de número dez na carreira de Lionel Messi.
Por não conseguir entrar na área Argentina via gramado, Louis van Gaal colocou o alto centroavante Wout Weghorst para tentar alçar bolas na área e, na base do cabeceio, buscar o empate. Minutos depois da entrada do atacante, a aposta deu certo e, aos 83′, ele diminuiu o placar após receber cruzamento de Berghuis. 2 a 1.
Com a eliminação se aproximando junto com o final da partida, a Holanda passou a pressionar ainda mais em busca de um possível empate. Os argentinos, sentindo a tensão dos oponentes, passaram a pilhar os holandeses e quase conseguiram causar uma briga após MacAllister dar um chutão na bola em direção ao banco de reservas holandês.
Precisando muito do gol, até mesmo os zagueiros da Holanda passaram a figurar no ataque em busca de uma finalização milagrosa no final da partida. Os argentinos se fechavam na defesa e tentavam subir em um contra-ataque sempre que os holandeses erravam, mas perdiam a posse de bola e logo a pressão laranja voltava a ser exercida.
No provável último lance do jogo, Pezzella cometeu falta em Weghorst muito próximo da grande área. A cobrança foi feita em forma de jogada ensaiada, e o mesmo Weghorst recebeu passe pela lateral da barreira para finalizar livre e fazer 2 a 2 no minuto 102. Foi a segunda finalização da Holanda no alvo durante a partida.
Prorrogação tem tensão e equilíbrio
Com os dois times cansados e com vários jogadores pendurados em campo, a prorrogação foi tensa, mas também equilibrada, com a Holanda menos intensa do que foi no final do tempo normal e a Argentina voltando a ter mais posse de bola. O jogo voltou a ser mais estudado e nenhum dos dois times conseguiu uma finalização durante os quinze primeiros minutos.
A partida seguiu bastante faltosa, com muitos cartões amarelos sendo distribuídos para que a tensão não desse lugar à brigas mais sérias. Durante o segundo tempo da prorrogação a Argentina teve mais de 80% de posse de bola, mas quase não conseguiu finalizar, levando perigo pela primeira vez apenas aos 114′ em finalização de Lautaro Martinez e depois chegando muito perto do terceiro gol um minuto mais tarde.
Conforme o final da partida se aproximava, a Argentina passou a ser ainda mais incisiva no ataque, cercando mais a grande área holandesa e finalizando com mais perigo. A Holanda, quando recuperava a bola, tentava o contra-atacar, mas sem conseguir marcar. A melhor chance da prorrogação veio com Enzo Fernandez no último minuto, quando ele acertou a trave direita de Noppert após finalizar de longe.
No final dos 120′, 16 cartões amarelos haviam sido distribuídos. Ao todo, a Argentina finalizou 14 vezes no alvo, sendo cinco no alvo e a Holanda, seis, sendo apenas duas no alvo – exatamente as duas que entraram.
Penalidades
Van Dijk abriu as cobranças de pênalti, mas Martinez defendeu. Na primeira da Argentina, Messi converteu e na sequência, o goleiro Emiliano Martinez defendeu novamente a cobrança holandesa. A segunda penalidade argentinfa foi muito bem cobrada por Paredes, que fez 2 a 0.
Em seguida, Koopmeiners enfim marcou o primeiro da Holanda e fez 2 a 1, mas Montiel converteu a cobrança seguinte e voltou a deixar a Argentina com dois gols de vantagem. Weghorst, o herói holandês, também converteu o seu para deixar as cobranças em 3 a 2.
Enzo Fernandez, que quase havia feito o gol da vitória Argentina ao final da prorrogação, finalizou para fora na sequência e manteve as cobranças em 3 a 2. Luuk de Jong marcou e empatou antes da cobrança final, de Lautaro Martinez, que não desperdiçou e colocou a Argentina na semi final. 4 a 3 nos pênaltis.
A Argentina enfrenta a Croácia na próxima terça-feira (13) as 16h, para definir quem será o primeiro finalista da Copa do Mundo 2022.
Ficha técnica
Holanda 2 x 2 Argentina
Data: 09/12/2022, 16:00
Estádio: Lusail
Gols: 35′ Molina (ARG), 73′ Messi (ARG), 83′ Weghorst (HOL), 102′ Weghorst (HOL)
Holanda (3-4-1-2): Noppert – Aké, van Dijk (c), Timber – Blind (L. de Jong), de Jong, de Roon (Koopmeiners), Dumfries – Gakpo (Lang) – Bergwijn (Berghuis), Depay (Weghorst)
Técnico: Louis Van Gaal
Argentina (5-3-2): Martinez – Molina (Montiel), Romero (Pezzella), Otamendi, Martinez (Di Maria), Acuña (Tagliafico) – de Paul (Paredes), Fernandez, MacAllister – Messi (c), Álvarez (Martinez)
Técnico: Lionel Scaloni
