Fórmula 1: Ricciardo dá motivo “paradoxal” para fracasso na McLaren

A carreira de Daniel Ricciardo não foi como ele esperava desde que ingressou na McLaren, já que o australiano raramente conseguia igualar o companheiro Lando Norris e desafiar o grid de Fórmula 1 tão alto quanto a equipe queria. Tanto ele quanto a McLaren admitiram que ambas as partes tentaram de tudo para tornar bem-sucedido o tempo do piloto de 33 anos com a equipe; mas, depois que nada parece ter funcionado, o lado laranja decidiu encurtar o contrato do atleta e recrutar o jovem Oscar Piastri para 2023.

O carro da McLaren é notoriamente difícil de dirigir na categoria; aliás, vários motoristas concordam que o automóvel atende a um estilo de direção muito específico, ao qual nem todos acham fácil se adaptar. Falando, então, sobre seu tempo na equipe, Ricciardo acredita que o desejo de dominar o carro pode ter sido, paradoxalmente, sua ruína; segundo explica, ele se perdeu ao analisar demais as performances e, portanto, extinguiu os instintos naturais de direção.

‘Perdi o instinto natural’, explica piloto

“Acho que na Fórmula 1 passada, durante as férias, me ocorreu que eu estava dirigindo muito maquinalmente; isso não era natural; por isso, eu estava sempre um passo atrás”, disse Ricciardo ao podcast In the Fast Lane.

“Uma coisa em que continuo pensando é minha primeira classificação com a McLaren. Eu superei Lando. Acho que só tivemos um dia e meio de testes porque foram três dias com dois pilotos da categoria, no início de 2021. Ainda não conhecia bem o carro; ademais, não sei quantas vezes o superei na qualificação ao longo dos dois anos, mas não foi muito. Fiz isso quando eu estava dirigindo mais por instinto e sem conhecimento do carro; foi quando eu estava melhor”, acrescentou.

Para Ricciardo, McLaren não aproveitou suas melhores armas na Fórmula 1

Daniel Ricciardo se tornara o mestre da frenagem tardia na Red Bull, mergulhando os adversários nas curvas para completar ultrapassagens; agora, porém, o australiano sente que a McLaren não permitiu que usasse todos os seus pontos fortes.

“Comecei a me esforçar demais. E então tentamos projetar muito e nos afastar de minhas qualidades; mas tentar dirigir carro de certa maneira, o que talvez fosse uma fraqueza para mim, é algo que eu não conseguia entender. Não sei. É interessante”, concluiu ele.