Walter Casagrande publicou um texto exaltando a final da Copa do Mundo 2022, disputada entre Argentina e França. Na opinião de Casagrande, o grande jogo trouxe tristeza e revolta por expor diferenças de características da seleção brasileira com as finalistas. A final terminou com vitória da Argentina nos pênaltis (4 a 3), após empate com a França por 3 a 3.
Casagrande afirma que a final da Copa do Mundo 2022 “ficou para história do futebol-arte”, exaltando pontos que ele entende como grandes qualidades das finalistas. O ex-jogador elogiou a técnica e o foco dos jogadores, a coragem e a visão dos técnicos, além do respeito das duas seleções com seus respectivos povos. Porém, o comentarista escreve que essas diferenças em relação à seleção brasileira causam revolta.
“Foi revoltante perceber a diferença de interesses entre os jogadores que fizeram uma linda final e os jogadores brasileiros. Tão revoltante quanto ver a diferença dos ex-ídolos argentinos e os ex-ídolos brasileiros”, manifestou Casagrande.
O ex-jogador fez duras críticas ao comportamento de diversas pessoas envolvidas na participação do Brasil na Copa do Mundo 2022. Segundo Casagrande, a seleção brasileira no Catar fez “um papel ridículo”, tanto por questões dentro de campo quanto fora dele.
Ao longo da competição, o comentarista entrou em atrito com ex-jogadores que foram campeões mundiais e jogadores da atual Amarelinha, especialmente Neymar. Classificando a campanha brasileira na Copa do Catar como “péssima”, Casagrande acredita que o Brasil está muito distante de outras seleções.
“O futebol brasileiro está anos-luz atrás do futebol mundial. Não temos ídolos de verdade. Aquele cara que se entrega, que tem espírito de luta e que usa a sua técnica e todo seu dom para vencer as partidas, e não para querer aparecer. Não temos técnicos brasileiros, nesse momento, à altura de todos esses que trabalharam nessa Copa”, afirmou Casagrande.
O ex-jogador ainda faz a ressalva de que enxerga uma juventude com talento, sendo que alguns dele já estavam na equipe desta edição de Copa e Endrick, que não faz parte da seleção na competição. No entanto, Casagrande entende que esses jovens estão sem referência e o futebol brasileiro vive um momento decisivo para mudar os rumos.
“Estamos em um momento decisivo, e dependendo das escolhas da CBF, tudo ficará como está, sem evolução alguma, ou iniciaremos uma recuperação do nosso futebol em todos os sentidos. Na administração, no respeito pelo nosso futebol, na recuperação da identidade da seleção com o povo e com os torcedores, no estilo de jogo, no conhecimento tático. Não temos mais tempo a perder. Ou mudamos agora ou ficaremos mais algumas décadas olhando outros países sendo campeões do mundo”, finalizou Walter Casagrande.