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Copa do Mundo: os títulos e números dos países da América do Sul

As três campeãs mundiais do continente estarão no Catar; Equador completa a lista que seria poderia ser maior, mas o Peru foi eliminado pela Austrália na repescagem

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Apenas quatro seleções representarão a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) na Copa do Mundo de 2022: Brasil, Argentina, Uruguai e Equador. A América do Sul já enviou nove participantes em 21 edições realizadas, das quais apenas três possuem a glória dos títulos mundiais. 

O percentual de vagas para o continente é alto. Das dez equipes que disputam as eliminatórias, quatro classificam-se diretamente, ou seja, 40%. Há uma repescagem para o quinto lugar medir forças com um representante da AFC (Confederação Asiática de Futebol), OFC (Confederação de Futebol da Oceania) ou Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), a depender dos sorteios.

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Habilitado a pelejar por uma chance na repescagem para a edição 2022, o Peru perdeu a disputa de pênaltis e foi eliminado pela Austrália. A última vez em que uma equipe sul-americana havia caído nesta fase havia sido em 2006, quando o Uruguai perdeu para a própria seleção da Oceania.

A seguir, confira um resumo sobre as campeãs e as principais estatísticas, como número de vitórias, gols e artilheiros das nações sul-americanas que já estiveram presentes no torneio máximo do futebol.

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Seleções do continente com títulos de Copa do Mundo

Maior vencedora, a seleção brasileira obtém cinco taças. Argentinos e uruguaios possuem duas cada.

Este trio iniciou sua tradição logo na inauguração do evento. De lá para cá participou de 11 finais e venceu oito. Houve, ainda, um quadrangular entre quatro seleções para decidir o campeão no ano de 1950. Tal disputa foi vencida pelo Uruguai.

Celeste Olímpica e ‘copeira’

O Uruguai conquistou os dois títulos sobre seus grandes oponentes continentais.

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A arquirrival Argentina foi a adversária da primeira final de um Mundial, realizada no ano de 1930. Apesar de sair atrás do placar, os donos da casa viraram a partida e triunfaram por 4 a 2, enfileirando, assim, sua terceira conquista representativa para se consolidar como a principal seleção do mundo à época. Anteriormente, os charruas haviam faturado as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-1924 e Amsterdã-1928, o que rendeu o famoso apelido de ‘Celeste Olímpica’.

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Seu bicampeonato veio na edição brasileira de 1950. Aquela Copa do Mundo teve um formato totalmente diferente, sendo definida em um quadrangular final. O Brasil tinha a vantagem do empate para sagrar-se campeão, pois havia goleado a Suécia por 7 a 1 e a Espanha em 6 a 1, enquanto o Uruguai empatara com os espanhóis (2 a 2) e vencera os suecos pela contagem de 3 a 2.

Na rodada derradeira a seleção anfitriã ainda ampliou suas chances de título ao sair na frente com um gol de Friaça, aos 3 do segundo tempo. Juan Schiaffino empatou aos 22 e deixou grande parte da torcida preocupada. Este resultado ainda garantia a celebração brasileira. Entretanto aos 33, Ghiggia desferiu um chute quase sem ângulo e Barbosa não realizou a defesa. O segundo gol uruguaio decretou a virada por 2 a 1 e calou definitivamente o Maracanã, que recebeu o maior público da história das Copas, 173.850 pessoas pagantes. Estima-se, porém, a presença de mais de 200 mil pessoas entre convidados, autoridades e jornalistas, que assistiram de perto ao fatídico ‘Maracanazo’.  

Gigghia calou as mais de 200 mil vozes no Maracanã confiantes na primeira conquista brasileira

Polêmicas e genialidade de Maradona ajudaram Argentina a conquistar o mundo

A exemplo de sua rival celeste, a Argentina também tornou-se bicampeã dentro do continente americano. Arrebatou, também, uma edição em que sediou (1978) e faturou o bi em 1986, no México.

A primeira conquista, todavia, é repleta de controvérsias e suspeitas de subornos principalmente no duelo que marcou sua passagem à final, onde goleou o Peru por 6 a 0. Articulações nos bastidores vetaram a escalação de Abraham Klein como o árbitro da final e o italiano Sergio Gonella foi indicado. Gonella fez vista grossa para a truculência argentina e validou um gol em que Bertoni conduziu a bola com a mão na prorrogação. Este tento garantiu o 3 a 1 e o título sobre a Holanda. Tudo isso aconteceu sob influência da ditadura militar que governava a nação na época.

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Em 1986, o triunfo ficou marcado por dois lances emblemáticos de ‘don’ Diego Armando Maradona, ambos protagonizados nas quartas de final frente a Inglaterra.

Dentro da área, o ídolo argentino subiu para dividir o lance com o goleiro Peter Shilton e levou vantagem pelo alto usando sua mão esquerda, que toca a bola e a conduz vagarosamente para o fundo da rede. A arbitragem não enxergou a infração e confirmou o gol mundialmente conhecido como a “Mão de Deus”, para a revolta dos europeus.

O gol da “mão de Deus” que abriu o placar diante da Inglaterra

Três minutos depois, aos 9 do segundo tempo, Maradona fez aquele que é considerado, por muitos, o gol mais bonito das Copas. Após arrancar do meio campo, ‘El Pibe de Oro‘ driblou quatro marcadores e, por fim, também se livrou do goleiro para anotar o tento decisivo. A vitória por 2 a 1 foi uma espécie de “vingança” pela derrota do país na Guerra das Malvinas, ocorrida em 1982.

Maradona e sua obra de arte na classificação argentina para a semifinal

Pela semifinal a Argentina bateu a Bélgica por 2 a 0 e venceu a Alemanha na final por 3 a 2, com gol de Burruchaga para consagrar o bicampeonato.

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Todo mundo tenta, mas só o Brasil é penta

A seleção brasileira é a única a ganhar a Copa em três continentes diferentes, sendo três títulos na América (Chile, Estados Unidos e México), um na Europa (Suécia) e outro na Ásia (Coréia do Sul e Japão).

O primeiro título ocorreu na Suécia, em 1958. Além da conquista, outro fato marcou a edição: o surgimento de Pelé para o mundo. O jovem atacante de apenas 17 anos atuou como um veterano, marcando gols nas quartas de final, semifinal e final.

Na edição realizada no Chile, em 1962, Garrincha, Vavá e Amarildo comandaram o ataque campeão. Para a final, porém, houve uma manobra controversa para absolver Garrincha, expulso na semifinal. Como não havia o cumprimento de suspensão automática, o ‘Mané’ teria de passar por um julgamento. Esteban Marino, bandeirinha daquele jogo, sumiu do país e não testemunhou contra o craque. Este imbróglio levantou suspeitas sobre dirigentes brasileiros, acusados de subornar Marino. Garrincha, absolvido, acordou com febre e jogou a final contra a Tchecoslováquia. O desempenho do melhor jogador daquele Mundial foi bem abaixo do normal, mas o escrete brasileiro venceu por 3 a 1 e conquistou o segundo título.

O tri aconteceu rapidamente, em 1970, com aquela que é considerada a maior seleção de todos os tempos. Zagallo comandou uma equipe repleta de lendas do futebol, como o rei Pelé, Rivellino, Tostão, Gérson, Carlos Alberto Torres, Jairzinho e grandíssima companhia. Foram seis vitórias em seis jogos, incluindo a goleada por 4 a 1 sobre a Itália na final.

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Gol de Carlos Alberto Torres selou o título sobre a Itália

Se o terceiro título veio com um futebol bonito e encantador, o tetra foi conquistado apesar das desconfianças e críticas pelo estilo de jogo pragmático. O coeso time montado por Carlos Alberto Parreira teve como destaque a excelente dupla Bebeto e Romário no ataque. Após a primeira disputa de pênaltis em finais de Copa, a Itália novamente saiu de campo derrotada para o Brasil. Roberto Baggio isolou a cobrança derradeira e findou um longo e incômodo jejum brasileiro de 24 anos sem um título mundial.

Detalhe curioso sobre as duas finais: ambas as seleções estavam empatadas em suas conquistas. Brasil e Itália possuíam duas em 1970 e três em 1994.

Roberto Baggio isolou a cobrança e a chance do tetra italiano

Por fim, a edição de 2002 foi decidida contra a Alemanha, que poderia igualar o tetracampeonato dos sul-americanos. Aquela equipe, bem como em 1994, saiu questionada mas retornou pentacampeã mundial. A “Família Scolari” foi potencializada por atuações fenomenais de Ronaldo e Rivaldo. Além do troféu, erguido de forma icônica por Cafu, a equipe venceu os sete jogos em que disputou. Essa marca permanece inigualável até hoje.

Participações

O Brasil é o único país presente em todas as edições de Copa do Mundo. Possui o maior número de vitórias, gols marcados e o melhor saldo. Além disso, compartilha o recorde de seleção que mais entrou em campo junto da Alemanha, com 109 partidas para cada.

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A Argentina se igualará à Itália como o terceiro no geral em mais participações, sendo esta edição de 2022 sua 18ª. O Uruguai partirá para a 14ª apresentação.

Somente estas três seleções da Conmebol registram um número acima de dez aparições. Com nove, o Chile é o que mais se aproxima da marca. O Paraguai possui oito. Colômbia e Peru vêm na sequência com seis e cinco, respectivamente.

O Equador estará presente pela quarta vez e a Bolívia jogou em três mundiais.

Dentre as seleções que disputam as eliminatórias sul-americanas, a Venezuela é a única que nunca se classificou.

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Brasil – 21 (1930, 1934, 1938, 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018)

109 jogos: 73 vitórias, 18 empates e 18 derrotas

Gols: 229 marcados e 105 sofridos, saldo de +124

Artilheiro: Ronaldo – 15 gols

Melhor campanha: Campeão (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002)

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Argentina – 17 (1930, 1954, 1958, 1962, 1966, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018)

81 jogos: 43 vitórias, 15 empates e 23 derrotas

Gols: 137 marcados e 93 sofridos, saldo de +44

Artilheiro: Gabriel Batistuta – 10 gols

Melhor campanha: Campeão (1978 e 1986)

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Uruguai – 13 (1930, 1950, 1954, 1962, 1966, 1970, 1974, 1986, 1990, 2002, 2010, 2014 e 2018)

56 jogos: 24 vitórias, 12 empates e 20 derrotas

Gols: 87 marcados e 74 sofridos, saldo de +13

Artilheiro: Óscar Míguez – 8 gols

Melhor campanha: Campeão (1930 e 1950)

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Chile – 9 (1930, 1950, 1962, 1966, 1974, 1982, 1998, 2010 e 2014)

33 jogos: 11 vitórias, 7 empates e 15 derrotas

Gols: 40 marcados e 49 sofridos, saldo de -9

Artilheiro: Marcelo Salas e Leonel Sánchez – 4 gols

Melhor campanha: 3º lugar (1962)

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Paraguai – 8 (1930, 1950, 1958, 1986, 1998, 2002, 2006 e 2010)

27 jogos: 7 vitórias, 10 empates e 10 derrotas

Gols: 30 marcados e 38 sofridos, saldo de -8

Artilheiro: Nelson Cuevas – 3 gols

Melhor campanha: Quartas de final (2010)

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Colômbia – 6 (1962, 1990, 1994, 1998, 2014 e 2018)

22 jogos: 9 vitórias, 3 empates e 10 derrotas

Gols: 32 marcados e 30 sofridos, saldo de +2

Artilheiro: James Rodríguez – 6 gols

Melhor campanha: Quartas de final (2014)

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Peru – 5 (1930, 1970, 1978, 1982 e 2018)

18 jogos: 5 vitórias, 3 empates e 10 derrotas

Gols: 21 marcados e 33 sofridos, saldo de -12

Artilheiro: Teófilo Cubillas – 10 gols

Melhor campanha: Quartas de final (1970) e segunda fase de grupos (1978)

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Equador – 3 (2002, 2006 e 2014)

10 jogos: 4 vitórias, 1 empate e 5 derrotas

Gols: 10 marcados e 11 sofridos, saldo de -1

Artilheiro: Agustín Delgado e Enner Valencia – 3 gols

Melhor campanha: Oitavas de final (2006)

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Bolívia – 3 (1930, 1950 e 1994)

6 jogos: 1 empate e 5 derrotas

Gols: 1 marcado e 20 sofridos, saldo de -19

Artilheiro: Erwin Sánchez – 1 gols

Melhor campanha: 1ª fase

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