Flamengo: sócio-torcedor processa esposa de Landim por racismo após post polêmico

Sócio-torcedor do Flamengo, o paraibano José Josevá Leite Júnior processou Ângela Machado (esposa do presidente do clube, Rodolfo Landim) por racismo, em virtude de uma publicação feita nas redes sociais após o resultado das eleições presidenciais.

Eleitora assumida do ainda atual presidente, Jair Bolsonaro, Ângela desabafou após ver o candidato escolhido ser derrotado.

Bolsonaro derrotou Lula em todas as regiões do país, exceto o Nordeste, onde obteve apenas pouco mais de 30% dos votos.

“Ganhamos onde se produz. Perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar porque se o gado morrer, o carrapato passa fome”, desabafou Ângela.

A publicação ofendeu José Leite Júnior. O advogado foi ao Ministério Público e ingressou uma notícia-crime para que o órgão investigue se foi cometido crime de racismo.

“O que mais me chocou foi essa postagem da esposa do presidente do Flamengo, onde ela ataca o povo nordestino”, iniciou o sócio-torcedor do Flamengo, em entrevista à Globo.

“A mensagem dela no Instagram repercutiu nacionalmente e, no meu entendimento, ela cometeu crime de racismo”, acrescentou.

De acordo com a lei 7.716/1989 (Lei de Racismo), o crime de racismo é cometido não só quando se ofende alguém em virtude da cor da pele, mas também pela etnia, religião ou procedência nacional.

“Como advogado, acabei ingressando na Justiça, pedindo providências nesse sentido, para que ela pague pelo possível crime que ela cometeu”, reforçou José Júnior.

“Isso me feriu, como vêm me ferindo várias postagens nas redes sociais atacando os nordestinos. E a gente tem que ter um basta”, prosseguiu.

Esposa de Landim tem cargo dentro do Flamengo

Ângela Machado é a diretoria de responsabilidade social do clube. Na opinião do advogado, ela não se comportou conforme exige o decoro do cargo.

“Ela não respeitou a torcida do Flamengo, que, fora do Rio de Janeiro, tem sua maioria no Nordeste. E isso tem que ter um basta”, argumentou.

“Como torcedor do clube eu não gostei de uma posição que uma diretora do Flamengo tomou. Entrei na Justiça para que sirva de exemplo, para que outras pessoas das regiões Sul e Sudeste que estejam porventura nos atacando saibam que não pode ser assim”, finalizou.