Milan Borjan tem origem sérvia e acabou sendo ironizado pela torcida da Croácia na partida entre as duas seleções no Catar
Apesar do esforço da Fifa para evitar manifestações políticas durante a Copa do Mundo, as torcidas continuam realizando seus protestos. Agora a entidade anunciou que estará investigando faixas que surgiram nas arquibancadas durante o jogo entre Canadá e Croácia.
A vítima foi o goleiro Milan Borjan, que se naturalizou canadense, mas tem origem Sérvia, jogando inclusive no Estrela Vermelha, um dos principais times sérvios. E o motivo tem razões históricas e políticas na região.
O atleta tem etnia sérvia, mas nasceu na cidade croata de Knin, uma das regiões que estiveram envolvidas na guerra que atingiu os países da região após o fim da antiga Iugoslávia. Com isso, a família do goleiro se mudou para o Canada em 1995.
Por isso, os torcedores da Croácia levaram uma bandeira de uma empresa de tratores (alusão as famílias que fugiram da região utilizando esse transporte) para o estádio Internacional Khalifa com os dizeres “Knin 1995 – Nada corre como Borjan”, além de entoar gritos de “Vukovar, Vukovar”, que teve uma batalha de mesmo nome.
Essas ações trouxeram uma série de reclamações da Sérvia e a Fifa resolveu agir e irá investigar o caso que envolve o goleiro Milan Borjan e os torcedores Croatas.
Milan Borjan tem história na Argentina
A história de Milan Borjan ainda conta com uma curiosa passagem pela América do Sul. Aos 14 anos, o goleiro se mudou para a Argentina e passou pelos times de base de Boca Junior e River Plate, mas sem muito sucesso.
Porém sua carreira profissional começou ainda no país portenho, mas em um time mais modesto. O primeiro contrato assinado foi com o Quilmes, time pequeno e onde ficou por apenas alguns meses.
Após sair do time argentino, Milan Borjan foi para a Sérvia onde assinou contrato com o FK Rad. Nessa época ele foi convocado pela primeira vez para defender a seleção do Canadá.
Após passagens pelos clubes da Turquia, Sivasspor e Ludogrets, o goleiro retornou para a Sérvia para defender o Estrela Vermelha, um dos clubes mais tradicionais do país e onde joga atualmente.