Copa do Mundo: os números e campanhas da América do Norte e Central
Melhor classificação entre as seleções norte e centro-americanas foi registrada pelos Estados Unidos logo na primeira edição, em 1930
A 22ª Copa do Mundo será realizada no Catar e terá a presença de três seleções da América do Norte e apenas uma da América Central. Canadá, México e Estados Unidos qualificaram-se automaticamente pelo desempenho nas eliminatórias, enquanto a Costa Rica precisou enfrentar a Nova Zelândia pela repescagem para se garantir no Mundial. Oito seleções centro-americanas e as três norte-americanas já participaram da competição ao longo de 21 edições.
A Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) é a federação responsável por ambas as regiões do continente e possui direito a três vagas diretas, além de uma por disputa de repescagem.
Abaixo, conheça as melhores campanhas e dados como número de vitórias, gols e artilheiros de cada seleção.
Surpresas positiva e negativa para Cuba
Cuba e Costa Rica registram as melhores participações da América Central. A Copa de 1938 repetiu os moldes da edição anterior e não teve fase de grupos, iniciando já nas oitavas de final.
Os cubanos surpreenderam e eliminaram a Romênia nesta fase em dois jogos. Primeiramente houve um empate em 2 a 2 no tempo regulamentar. Na prorrogação, cada equipe anotou um tento, marcando 3 a 3 no placar final. Como não havia a regra da disputa de penalidades para definir o vencedor naquela época, fez-se necessário um jogo desempate, no qual os cubanos venceram por 2 a 1.
Cansada por encarar a terceira partida em sete dias, a seleção caribenha sofreu uma estrondosa derrota por 8 a 0 para a Suécia nas quartas de final. Este resultado é a maior goleada já registrada entre todas as fases finais. Após este triunfo os suecos caíram para a Hungria na semifinal e perderam a decisão do terceiro lugar para o Brasil, que conseguiu sua primeira campanha de destaque no certame.
Costa Rica: de coadjuvante à vilã no grupo da morte
A Costa Rica percorreu um caminho mais longo em relação aos companheiros continentais e fez um Mundial espetacular em 2014, chocando o mundo do futebol ao passar em primeiro colocado e de forma invicta no “grupo da morte” com Itália, Uruguai e Inglaterra.
Logo na abertura aplicou um 3 a 1 de virada sobre o Uruguai. Garantiu sua vaga para a próxima fase já na segunda partida, quando bateu a Itália por 1 a 0. Contra a Inglaterra, assegurou o empate em 0 a 0 e a liderança do grupo ao somar sete pontos.
Pelas oitavas de final saiu na frente contra a Grécia, apesar de apresentar menos volume de jogo. Quando tudo encaminhava para a classificação, sofreu o empate aos 45 do segundo tempo. Após a persistência do resultado na prorrogação, a seleção centro-americana avançou às quartas de final ao vencer a decisão por pênaltis.
Ao fim de mais 120 minutos, desta vez o sonho ruiu diante da Holanda. Nesta partida houve aquele curioso caso em que o técnico Louis Van Gaal substituiu, no último minuto do tempo extra, o goleiro titular Jasper Cilessen por Tim Krull para a disputa de pênaltis. No final das contas a inusitada mudança deu certo. Krull garantiu a passagem holandesa à semifinal ao defender duas cobranças. A Costa Rica lutou bravamente, porém encerrou, ali, a melhor campanha geral de uma seleção da América Central.
Estados Unidos e as “ajudinhas extras” em sua melhor campanha
Todos os três países da América do Norte participaram da Copa.
O Canadá competiu em 1986 e saiu derrotado nas três partidas, sendo assim eliminado na primeira fase. Além da má campanha, possui outra marca negativa: é uma das cinco seleções que nunca marcaram um gol sequer em mundiais.
Já o México carrega consigo a curiosa fama de “jogar como nunca e perder como sempre”. Isso porque o selecionado está há impressionantes sete edições consecutivas sendo eliminado nas oitavas de final. Suas duas melhores participações ocorreram justamente quando foi o anfitrião, nos anos de 1970 e 1986. Em ambos os casos atingiu as quartas de final.
A melhor colocação de uma seleção da América do Norte, surpreendentemente, é dos Estados Unidos. O feito aconteceu logo na primeira edição, em 1930. Numa era em que o profissionalismo ainda engatinhava em muitos países, aquele time norte-americano contava com alguns jogadores ingleses e escoceses que já haviam disputado partidas oficiais de clubes na Grã-Bretanha. Tal fato ajudou na boa campanha, que culminou na única participação em semifinal do país.
Inicialmente, a tradicional disputa pela terceira colocação não estava prevista no regulamento daquela Copa. A organização decidiu adicionar este jogo extra durante o andamento do torneio. Alegando ter sido muito prejudicada na semifinal contra o Uruguai, a Iugoslávia se recusou a enviar o time para a peleja. Os Estados Unidos, portanto, foram automaticamente declarados como o terceiro lugar.
Participações das seleções da América Central
Além de registrar a melhor campanha, a Costa Rica é a recordista da região central em aparições. A Copa do Catar será a sua sexta, sendo a terceira de forma consecutiva.
Honduras participou por três vezes. El Salvador, duas. Cuba, Haiti, Jamaica, Panamá e Trinidad & Tobago somam apenas uma cada.
Cuba foi a primeira seleção a entrar em campo pela América Central em mundiais. Seu pioneirismo ocorreu em 1938.
Costa Rica – 5 (1990, 2002, 2006, 2014 e 2018)
18 jogos: 5 vitórias, 5 empates e 8 derrotas
Gols: 19 marcados e 28 sofridos, saldo de -9
Artilheiros: Paulo Wanchope e Rónald Gómez – 3 gols
Melhor campanha: Quartas de final (2014)
Honduras – 3 (1982, 2010 e 2014)
9 jogos: 3 empates e 6 derrotas
Gols: 3 marcados e 14 sofridos, saldo de -11
Artilheiros: Eduardo Laing, Héctor Zelaya e Carlos Costly
Melhor campanha: 1ª fase
El Salvador – 2 (1970 e 1982)
6 jogos: 6 derrotas
Gols: 1 marcado e 22 sofridos, saldo de -21
Artilheiro: Luis Ramirez – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase
Cuba – 1 (1938)
3 jogos: 1 vitória, 1 empate e 1 derrota
Gols: 5 marcados e 12 sofridos, saldo de -7
Artilheiro: Héctor Socorro – 3 gols
Melhor campanha: Quartas de final
Haiti – 1 (1974)
3 jogos: 3 derrotas
Gols: 2 marcados e 14 sofridos, saldo de -12
Artilheiro: Emanuel Sanon – 2 gols
Melhor campanha: 1ª fase
Jamaica – 1 (1998)
3 jogos: 1 vitória e 2 derrotas
Gols: 3 marcados e 9 sofridos, saldo de -6
Artilheiro: Theodore Whitmore – 2 gols
Melhor campanha: 1ª fase
Panamá – 1 (2018)
3 jogos: 3 derrotas
Gols: 2 marcados e 11 sofridos, saldo de -9
Artilheiro: Felipe Baloy – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase
Trinidad & Tobago – 1 (2006)
3 jogos: 1 empate e 2 derrotas
Gols: Nenhum marcado e 4 sofridos, saldo de -4
Melhor campanha: 1ª fase
Participações das seleções da América do Norte
Estados Unidos e México foram os primeiros representantes da América do Norte logo na edição inaugural.
Figurinha carimbada em Copas do Mundo, a seleção mexicana fará sua 17ª aparição. Esta marca lhe coloca como a quarta seleção em número de mundiais disputados, atrás apenas de Brasil, Alemanha e das agora empatadas Itália e Argentina.
Os “Yankees” irão para sua 11ª apresentação, enquanto o Canadá fará apenas sua segunda.
Esta será a primeira vez na história em que todas as seleções norte-americanas participarão ao mesmo tempo da competição. A situação se repetirá em 2026, pois os três países sediarão conjuntamente a próxima edição.
México – 16 (1930, 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1978, 1986, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018)
57 jogos: 16 vitórias, 14 empates e 27 derrotas
Gols: 60 marcados e 98 sofridos, saldo de -38
Artilheiro: Luis Hernández e Javier “Chicharito” Hernández – 4 gols
Melhor campanha: Quartas de final (1970 e 1986)
Estados Unidos – 10 (1930, 1934, 1950, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014)
33 jogos: 8 vitórias, 6 empates e 19 derrotas
Gols: 37 marcados e 62 sofridos, saldo de -25
Artilheiro: Landon Donovan – 5 gols
Melhor campanha: 3º lugar (1930)
Canadá – 1 (1986)
3 jogos: 3 derrotas
Gols: Nenhum marcado e 5 sofridos, saldo de -5
Melhor campanha: 1ª fase