O jogador iraniano, Vouria Ghafouri, foi preso na última quinta-feira (24) por “insultar a reputação da seleção nacional” e “propaganda contra a República Islâmica”. O atleta foi detido enquanto treinava com o Foolad, time que disputa a primeira divisão do país.
O lateral representou o Irã na última Copa do Mundo, disputada na Rússia em 2018. Com 35 anos de idade, Ghafouri é crítico do regime político iraniano. De acordo com analistas políticos, em reportagem do “Yahoo!”, a prisão pode ser uma indireta para os jogadores que estão no Catar disputando o Mundial de 2022. Vale lembrar que os iranianos protestaram e não cantaram o hino nacional na estreia contra a Inglaterra, na última segunda-feira.
Em um clima de grande instabilidade, o técnico da Seleção do Irã, Carlos Queiroz, se aborreceu na coletiva de imprensa desta quinta-feira, após uma pergunta feita por um jornalista da “BBC” ao jogador Mehdi Taremi. “Os fãs estão aqui torcendo por vocês, os fãs estão em casa (no Irã) torcendo por vocês, mas também existem pessoas nas ruas. Qual a sua mensagem para os manifestantes nas ruas no Irã?”
O atacante se posicionou sobre o fato e disse que a sua resposta não causaria um grande impacto no país.
“Eu queria me posicionar porque eu sabia que uma pergunta dessas seria feita. O que eu disser aqui não vai ter um impacto no Irã. Infelizmente tem um número de torcedores que entendem as coisas da forma que eles querem entender. Sobre as questões políticas, o que eu posso fazer é falar em minhas redes sociais. Eu não vou elaborar mais quanto a isso”, respondeu Taremi.
Inconformado com a pergunta, Queiroz optou por confrontar o jornalista depois da coletiva de imprensa. O técnico português questionou o conteúdo e alegou questões preconceituosas relacionadas aos costumes do país.
“A coletiva de imprensa terminou, você acha justo fazer perguntas sobre outras culturas? Por que você não pergunta a outros países? Por que não pergunta a Inglaterra o que eles acham sobre a Irlanda do Norte e para os Estados Unidos o que eles acham da retirada de tropas do Afeganistão e as mulheres que estão sozinhas lá”, rebateu.