Copa do Mundo 2022: Cristiano Ronaldo poderá atingir façanha inédita em mundiais
Craque português terá oportunidade de igualar marca semelhante a estabelecida por si mesmo em cinco edições de Eurocopa
Capitão e principal nome da história da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo está convocado para sua quinta Copa do Mundo. O craque marcou gols em todas as quatro participações anteriores, façanha alcançada somente por quatro outros jogadores. Caso balance as redes no Catar, o gajo se tornará, portanto, o único a comemorar em cinco edições diferentes de mundiais.
Para isso ele terá, no mínimo, três oportunidades para alcançar o recorde. Portugal entrará em campo diante de Gana, Uruguai e Coreia do Sul pela primeira fase, respectivamente.
Máquina de quebrar recordes, Ronaldo possui marca semelhante pela Eurocopa. Finalizou dentro do alvo em todas as cinco edições em que disputou, de 2004 a 2020.
Além do lusitano, Uwe Seeler, Pelé, Miroslav Klose e Lionel Messi também assinalaram gols em quatro Copas do Mundo.
Deste seleto grupo, apenas Pelé possui tento em final. Aliás, finais. O Rei do Futebol anotou dois diante da Suécia, em 1958, e um contra a Itália, no ano de 1970. Saiu vitorioso em ambas as ocasiões.
Uwe Seeler (Alemanha)
Lenda do Hamburgo e eleito três vezes o melhor jogador alemão do ano, Uwe Seeler deixou sua marca nos mundiais de 1958, 1962, 1966 e 1970.
Logo em sua estreia marcou um na vitória alemã por 3 a 1 sobre a Argentina, em jogo válido pela primeira rodada de 1958. Seeler repetiu a dose no empate em 2 a 2 diante da Irlanda do Norte, que rendeu a classificação para as quartas de final. Estes foram seus dois únicos gols naquela campanha, finalizada com um terceiro lugar.
Estes números reprisaram em 1962. O centroavante fez um contra Suíça e outro diante do Chile na primeira fase. Os alemães classificaram-se em primeiro de seu grupo. Entretanto, a queda ocorreu já nas quartas de final com derrota por 1 a 0 para a Iugoslávia.
Mantendo os desempenhos anteriores, o “Rei dos 18 metros”, como era conhecido na Alemanha, logrou mais dois em jogos consecutivos na campanha do vice-campeonato de 1966. Primeiramente, na vitória de 2 a 1 sobre a Espanha na fase de grupos. Já pelas quartas de final, carimbou a rede uruguaia na goleada de 4 a 0. A seleção alemã amargou o vice-campeonato ao perder para a anfitriã Inglaterra graças ao gol erroneamente validado pela arbitragem, onde a bolão não cruza completamente o plano de gol.
Sua última participação, em 1970, foi a melhor em termos de gols. Apesar de atuar mais recuado para auxiliar Gerd Müller, Seeler fez três naquela edição e colaborou para a terceira colocação dos germânicos. O primeiro saiu na estreia contra o Marrocos. Na partida seguinte, mais um nos 5 a 2 sobre a Bulgária. Seu último tento em mundiais ocorreu na revanche sobre a Inglaterra. A Alemanha bateu seu algoz da Copa anterior por 3 a 2 nas quartas de final.
Pelé (Brasil)
Aos 17 anos, o Rei Pelé estreou na terceira rodada da fase de grupos contra a União Soviética, em 1958. Seu primeiro gol saiu já na partida seguinte e de maneira decisiva, classificando o Brasil às quartas de final na vitória por 1 a 0 sobre o País de Gales. O novato atuou como um veterano e anotou incríveis três gols sobre a França na semifinal. Este triunfo garantiu a vaga brasileira à grande decisão. Azar para os suecos, donos da casa. O placar de 5 a 2 à favor da seleção contou com dois do jovem e consagrou o primeiro dos cinco títulos do país em Copas.
Pela edição seguinte, em 1962, uma distensão no adutor da coxa esquerda tirou Pelé do Mundial. A lesão ocorreu logo no segundo compromisso brasileiro. Antes disso, porém, o camisa 10 não passou em branco na vitória por 2 a 0 sobre o México na estreia. Apesar do desfalque, Amarildo, seu substituto, teve grandes atuações e o bicampeonato brasileiro teve Garrincha como protagonista.
Com apenas um gol na rodada inicial, diante da Bulgária, Pelé teve outra passagem abreviada em 1966. Isso porque, tanto na partida de estreia como na terceira rodada, na derrota por 3 a 1 para Portugal de Eusébio, Pelé foi excessivamente caçado em campo. Sofreu muito com entradas desleais dos adversários. O Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos em uma de suas piores campanhas.
A redenção ocorreu em 1970, com o famoso esquadrão campeão. Voluntarioso, Pelé somou mais assistências do que gols naquela edição. Foram seis passes para os companheiros e quatro tentos anotados. Além de um na estreia contra a Tchecoslováquia (4 a 1), marcou dois na vitória por 3 a 2 sobre a Romênia. Voltou a levar a multidão ao delírio logo na final, quando inaugurou o marcador na excelente triunfo por 4 a 1 sobre a Itália, que culminou no tricampeonato brasileiro.
Miroslav Klose (Alemanha)
Maior artilheiro das Copas, Klose balançou as redes nas quatro edições em que participou. Em 2002, a estreia da Alemanha foi avassaladora: goleada por 8 a 0 sobre a Arábia Saudita. O debutante polonês naturalizado alemão registrou logo um hat-trick. No empate em 1 a 1 contra a Irlanda e na vitória sobre Camarões, Klose fez mais um em cada jogo. Estes foram seus cinco gols naquela edição em que a Alemanha perdeu a final para o Brasil.
A campanha seguinte, no Mundial realizado em casa, os alemães finalizaram em terceiro lugar. O centroavante foi o artilheiro isolado com cinco gols, sendo quatro na fase de grupos. Ele registrou dois contra a Costa Rica pela estreia e mais dois contra o Equador na terceira rodada. Nestes dois jogos, vitória anfitriã por 4 a 2 e 3 a 0, respectivamente. Seu gol feito diante da Argentina aos 35 da segunda etapa empatou aquela partida em 1 a 1. Após prorrogação, os alemães levaram a melhor na decisão por pênaltis.
Com um gol a menos, Klose atuou em uma nova terceira colocação, em 2010. Como de praxe, deixou um na estreia da competição. Ao contrário das outras edições, desta vez o centroavante obteve mais gols nas fases eliminatórias em relação à fase de grupos. Marcou um nos 4 a 1 frente à Inglaterra e outros dois na goleada sobre a Argentina por 4 a 0. Ambos os jogos ocorreram sequencialmente pelas oitavas e quartas de final.
Encerrando com chave de ouro, o tão sonhado título veio em 2014, no Brasil. O gol contra Gana o igualou a Ronaldo, até então o artilheiro máximo das Copas com 15 gols. Essa marca do Fenômeno, porém, foi superada justamente no fatídico 7 a 1 em pleno Mineirão. Klose assinalou o segundo daquela histórico vexame brasileiro.
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Cristiano Ronaldo costuma deixar um rastro de gols por onde passa. Por Copas, claro, não seria diferente. O gajo foi às redes em 2006, 2010, 2014 e 2018. Caso anote um gol nesta edição de 2022, será o único da história a marcar em cinco mundiais diferentes. Há, entretanto, um dado curioso: nenhum de seus gols ocorreu em fases decisivas. Todos foram feitos em fase de grupos.
Ronaldo, ainda jovem, marcou apenas um gol de pênalti contra o Irã nos 2 a 0 pela segunda rodada da fase de grupos, no ano de 2006. Ainda assim os lusitanos realizaram a segunda melhor campanha de sua história, terminando em quarto lugar.
As duas edições posteriores registraram campanhas muito abaixo do esperado. A Espanha eliminou Portugal nas oitavas de final no ano de 2010. Antes do jogo derradeiro, o craque havia feito apenas um gol, o penúltimo na sonora goleada por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte. Em 2014, seu tento deu a vitória por 2 a 1 sobre Gana, mas sua seleção caiu ainda na primeira fase.
Para lá de consagrado naquela altura da carreira, Ronaldo mostrou o quão diferenciado é no empate por 3 a 3 com a Espanha. Anotou todos os gols da equipe. Um de pênalti, outro de perna esquerda (com ajuda da falha de De Gea) e, por fim, de falta. O último aos 42 do segundo tempo. A empolgação prosseguiu e o astro fez o único do triunfo sobre o Marrocos. A equipe ibérica, porém, caiu novamente nas oitavas de final. Cavani fez dois e frustrou os planos portugueses, que decepcionaram mais uma vez em mundiais.
Lionel Messi (Argentina)
Dividindo as premiações de melhor jogador do mundo por 11 temporadas com Cristiano Ronaldo, Messi também compartilha com o português vaga neste seleto grupo e em outro, o de jogadores convocados para cinco mundiais.
O craque argentino marcou gol em sua quarta Copa exatamente nesta edição vigente no Catar. Seu tento, no entanto, não foi suficiente para evitar a primeira zebra da competição. A Arábia Saudita chocou o mundo e bateu os argentinos, de virada, por 2 a 1.
‘La Pulga’ mexeu no barbante pela primeira vez em 2006. Fez o último da goleada sobre a Sérvia & Montenegro por 6 a 0 e parou por ali. Os hermanos caíram para a Alemanha nas quartas de final.
Em 2010 foi ainda mais discreto. Não anotou nenhum gol na campanha argentina finalizada novamente nas quartas de final para os alemães.
Já no Brasil, no ano de 2014, sua seleção alcançou a final, mas foi derrotada pela terceira vez consecutiva para a Alemanha. Messi marcou quatros gols em três jogos na fase de grupos. Um ocorreu na vitória diante de Bósnia & Herzegovina (2 a 1) e outro sobre o Irã (1 a 0). O ‘doblete’ veio nos 3 a 2 sobre a Nigéria. Pelas fases decisivas, porém, foi mais importante para o funcionamento do time e passou em branco nos jogos.
Reprisando 2006, Messi fez apenas um gol em 2018, num triunfo por 2 a 1 contra a Nigéria. Os albicelestes foram eliminados já nas oitavas de final, desta vez sem a Alemanha no caminho. A queda foi protagonizada pela França, posterior campeã da edição.