Home Futebol Mesmo com eliminação para a Alemanha, legado da Seleção Feminina Sub-17 precisa ser aproveitado

Mesmo com eliminação para a Alemanha, legado da Seleção Feminina Sub-17 precisa ser aproveitado

Luiz Ferreira analisa a derrota para o escrete germânico e as escolhas de Simone Jatobá na coluna PAPO TÁTICO

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Luiz Ferreira analisa a derrota para o escrete germânico e as escolhas de Simone Jatobá na coluna PAPO TÁTICO

Impossível separar a derrota da Seleção Feminina Sub-17 para a Alemanha desta sexta-feira (21) das decisões da arbitragem. Este que escreve ainda está procurando o toque no braço de Alice no lance do gol claramente mal anulado do Brasil. Por outro lado, também não dá pra separar a derrota dos erros cometidos durante a partida realizada em Navi Mumbai. Erros esses que já foram percebidos no empate contra os Estados Unidos. Mesmo assim, a equipe comandada por Simone Jatobá deixa a Copa do Mundo Sub-17 com impressões positivas e a certeza de que há um legado que precisa ser aproveitado. Pelas jogadoras e pela filosofia de trabalho adotada nesses últimos meses.

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Isso porque a Seleção Feminina conseguiu competir contra adversários mais fortes e melhor preparados para o Mundial da Índia. Aliás, vale lembrar que a própria Simone Jatobá ressaltou no dia da convocação para a Copa do Mundo que o Brasil foi prejudicado pela falta de amistosos contra outras seleções. Na prática, a equipe só fez amistosos contra, clubes, times masculinos e um jogo contra o México no início do mês de outubro. Realmente é muito pouco para se pensar numa preparação adequada para uma competição desse tamanho.

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Mesmo assim, jogadoras e comissão técnica deixam um legado que precisa ser aproveitado para o futuro. Com pouca ajuda da CBF, a Seleção Feminina conseguiu igualar a sua melhor campanha na história da Copa do Mundo Sub-17 Feminina e mostrou bom futebol em vários momentos. Sobre o jogo contra a Alemanha, já havia o nervosismo natural e a expectativa alta por conta do atraso causado pela chuva. Mas eu e você vimos um Brasil que tentou se impor na base da velocidade e das bolas para Carol e Jhonson nas costas da última linha germânica.

Lara salta e percebe Carol e Jhonson atacando as costas da última linha de defesa alemã. Foto: Reprodução / SPORTV

O vacilo da defesa brasileira no lance do gol de Steiner (marcado aos 23 minutos da primeira etapa) e a interferência absurda do VAR no lance do gol (muito mal anulado) de Alice destruíram a concentração da Seleção Feminina. Ao mesmo tempo, a estratégia da Alemanha estava mais do que clara. O escrete germânico subia as suas linhas de marcação até o meio-campo e tirava o espaço das volantes Lara e Rebeca e obrigavam Carol a recuar quase no campo brasileiro para desafogar a saída de bola. Na maioria das vezes, a solução encontrada pela zaga eram os lançamentos longos para Jhonson brigar contra a forte zaga alemã. Na maioria das vezes sem muito sucesso.

A Alemanha subia a marcação até o meio-campo e tirava o espaço de Lara, Rebeca e Carol. Foto: Reprodução / SPORTV

As melhores chances da Seleção Feminina saíram de chutes de média e longa distância. Exatamente como aconteceu no empate contra os Estados Unidos na fase de grupos. E por mais que Simone Jatobá tentasse renovar o fôlego da equipe com as entradas de Rhaissa, Ana Júlia e Grazy, o que se via em campo era uma Seleção Feminina afobada e cada vez mais desorganizada. Não foi por acaso que a Alemanha encontrou tanta facilidade para marcar o segundo gol com Krueger após bela jogada pelo lado direito de ataque. Com as jogadoras afastadas umas das outras e todo o nervosismo na busca pelo gol de empate, a defesa brasileira se transformou em presa fácil para o ataque adversário.

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A defesa da Seleção Feminina estava completamente desarrumada no lance do segundo gol alemão. Foto: Reprodução / SPORTV

Conforme mencionado anteriormente, é impossível separar a eliminação da Seleção Feminina da Copa do Mundo Sub-17 das lambanças da arbitragem (de campo e de vídeo) e dos erros cometidos diante do forte adversário desta sexta-feira (21). Por outro lado, mesmo com todos os problemas extracampo, Simone Jatobá, sua comissão técnica e suas jogadoras merecem todos os aplausos por terem igualado a melhor campanha do Brasil na história da competição e por terem nos proporcionado ótimos momentos no Campeonato Sul-Americano e no Mundial. É preciso agora que a CBF volte suas atenções para a base e trate a Sub-17 e a Sub-20 com o respeito que merecem e precisam.

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Pensar as categorias de base deveria ser uma das prioridades de quem diz cuidar do futebol feminino aqui por estas bandas. O legado deixado pela Seleção Feminina Sub-17, Sub-20 e também a principal é valiosíssimo e precisa ser respeitado. Temos talento, temos material humano e temos margem parra crescimento. Falta é a boa vontade de quem deveria olhar pela modalidade.

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