Futebol x VAR: outros esportes podem inspirar melhorias na arbitragem
Contestações, polêmicas e confusões podem estar próximas do fim; saiba como outros esportes podem melhorar a arbitragem e o uso do VAR no futebol
Utilizado oficialmente pela 1ª vez em 12 de agosto de 2016, o VAR foi apresentado como a solução definitiva para acabar com os erros de arbitragem do futebol. Em 2017, a tecnologia desembarcou no Brasil e foi testada no Campeonato Pernambucano.
Futebol x VAR: outros esportes podem inspirar melhorias na arbitragem
Apesar da grande expectativa dos clubes, dirigentes e torcedores, o que parecia ser a solução final para corrigir os erros da arbitragem acabou se tornando mais um “ingrediente” polêmico. De queridinho, o VAR começou a ser contestado nos quatro cantos do país. Não pela tecnologia em si, mas pelo uso inadequado da ferramenta.
Entre as reclamações mais persistentes dos clubes e torcedores, podemos citar:
- Demora nas análises de cada lance;
- Excesso de intervenções em lances de fácil resolução;
- Pressão / influência dos árbitros de vídeo para a tomada de decisões;
- Decisões equivocadas em lances polêmicos;
- Omissão do uso do VAR e da marcação das linhas de impedimento.
Tais situações demonstram ser recorrentes no futebol brasileiro e diversas reclamações foram formalizadas por vários clubes, que pedem maior assertividade da CBF e punição aos envolvidos. Entre os clubes com o maior número de reclamações está o Palmeiras, que recentemente foi desclassificado da Copa do Brasil graças à não revisão de um impedimento confirmado pela transmissão. Mais do que uma eliminação, decisões equivocadas da arbitragem podem influenciar diretamente nas finanças do clube.
Outros esportes podem inspirar o futebol para a melhoria da arbitragem e uso do VAR
Apesar do cenário complexo, inúmeras medidas podem ser tomadas para melhorar a arbitragem no Brasil e a confiabilidade do uso do VAR. Uma delas, talvez a principal, recorrer a outros esportes como o vôlei e o tênis, que utilizam a tecnologia por mais tempo.
Entre as medidas, a que pode trazer resultados imediatos é o desafio, que consiste na intervenção direta dos treinadores, que podem pausar a partida para solicitar a revisão de algum lance desconsiderado pelos árbitros de vídeo. Para que tal medida funcione, seriam necessárias algumas regras que limitassem o uso do protocolo, como utilização em alguns lances específicos (pênalti, impedimento, etc) e limitação do número de requisições.
Transparência na arbitragem e profissionalização
Para dar mais credibilidade e confiabilidade na arbitragem e no uso do VAR, outras medidas poderiam ser adotadas. Confira abaixo:
- No Senado Federal, está sendo discutido um projeto que prevê que conversas entre árbitros e a equipe do VAR sejam transmitidas em tempo real para os torcedores;
- “Rostos do VAR”: até o momento, mesmo com seus nomes divulgados, os árbitros de vídeo não tem um “rosto”. Para que haja mais transparência, é fundamental que se estabeleça uma regra onde o responsável pela arbitragem de vídeo conceda uma entrevista ao término da partida, explanando situações envolvendo o VAR;
- Profissionalização da arbitragem e equipe de vídeo através de vínculo profissional em tempo integral e treinamentos contínuos;
- Intercâmbio com comissões de arbitragem de vídeo de outros países, onde o uso da ferramenta é mais eficaz.
Reclamações provaram ser ineficazes. Por isso, é fundamental que as problemáticas envolvendo o VAR sejam colocadas na mesa, permitindo que clubes, técnicos, árbitros e comissões de arbitragem entrem em um consenso. Somente com a transparência e credibilidade o futebol brasileiro retomará a sua “era dourada”.