Jackie Stewart e François Cevert eram responsáveis pelo desempenho impecável da Tyrrell no início da década de 1970. Enquanto o primeiro conquistou um tricampeonato entre os anos de 1969 e 1973, o segundo buscava o seu lugar ao sol como piloto da equipe. Em meio a uma série de expectativas para o futuro, Cevert perdeu a sua vida nos treinos para o Grande Prêmio dos Estados Unidos, realizado em Watkins Glen, em 1973.
Na ocasião, o piloto sofreu o acidente fatal em uma série de esses do circuito norte-americano. Cevert perdeu o controle de sua Tyrrell e acabou no guard-rail. Com o impacto, o piloto foi decapitado. Curiosamente, Watkins Glen foi palco da única vitória de François na categoria, em 1971.
Com olhos azuis e considerado um galã do esporte, aliás, há quem diga que Cevert viveu um romance com a transexual brasileira, Rogéria, o piloto tinha 29 anos e era cotado para assumir o primeiro posto na Tyrrell, devido a aposentadoria de Jackie Stewart.
Enquanto o escocês encerrava a sua carreira com o título daquela temporada em seu centésimo grande prêmio, Cevert despertava como uma grande promessa do esporte.
Causa do acidente
A principal causa apontada para a tragédia foi a relação de marchas do carro do francês. Jackie Stewart optou por fazer a sequância de esses com a quarta, já François Cevert configurou a sua Tyrrell para passar pelo trecho em terceira marcha, o que garantia maior velocidade e menor estabilidade.
Outros fatores determinantes foram os guard-rails que ficavam no entorno da pista. No local onde Cevert bateu, a proteção contava com apenas duas lâminas, que estavam mal fixadas. Com a força do impacto, a Tyrrell de número seis entrou por baixo do guard-rail, o que causou morte instantânea para o piloto.
Segundo o documentário “Brasil na Pista”, de Ernesto Rodrigues, o francês teve o seu corpo cortado ao meio com a força do impacto. Na ocasião, os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi estavam no circo da Fórmula 1 e tiveram que lidar com a fatalidade no treino de sexta-feira.
Comoção e fim de carreira
A morte de Cevert não foi registrada em vídeo. Alguns fotógrafos conseguiram captar imagens do pós-acidente e a cena foi retratada no filme “Rush – no Limite da Emoção”, de Ron Howard. A produção mostra a disputa entre dois ícones da Fórmula 1, Niki Lauda e James Hunt.
Após a colisão, Mike Hailwood, Jody Schekter e Emerson Fittipaldi pararam os seus carros para prestar auxílio a François Cevert, sem sucesso. O brasileiro chegou aos boxes em prantos e pensou em encerrar a sua carreira na Fórmula 1.
Do outro lado, Jackie Stewart, companheiro e amigo do francês, terminou o ano com o tricampeonato e não alinhou a sua Tyrrell no grid em sua centésima corrida. Estava decretada a aposentadoria do escocês.
François Cevert seria campeão?
Jackie Stewart não iria disputar a temporada de 1974 e sem François Cevert, a Tyrrell apostou em uma dupla inexperiente formada por Jody Schekter e Patrick Depailler. O primeiro brigou pelo título ao longo do campeonato e terminou em terceiro na classificação.
Nos anos seguintes, a Tyrrell ainda conseguiria bons desempenhos com o P34, o pitoresco carro de seis rodas. Estima-se que François Cevert poderia brigar pelo título e se sagrar campeão até 1976.
A partir do ano seguinte, a equipe entrou em declínio. A última temporada da Tyrrell na Fórmula 1 aconteceu em 1998.