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Depois de ficar de fora das Copas de 2006 e 2010, a seleção da Bélgica ressurgiu na edição de 2014 como um time para se ficar de olho. Contando com nomes como Courtois, De Bruyne, Axel Witsel, Eden Hazard, Romelu Lukaku e Dries Mertens, o time mostrou ao mundo que estava chegando em outro patamar ao passar da fase de grupos na primeira colocação, superar os EUA do goleiro Tim Howard nas oitavas e apenas ser superada nas quartas de final pela vice-campeã Argentina.
Após a campanha, muitos consideravam que a Euro de 2016 seria a consagração da geração que havia surgido a dois anos atrás, mas os belgas acabaram eliminados por uma das surpresas da competição, o País de Gales. Em 2018, enfim, o time se impôs e alcançou o melhor resultado de sua história – a terceira colocação após vencer a Inglaterra na disputa pela medalha de bronze.
Só que a geração comandada por Eden Hazard e Kevin de Bruyne ainda conta com as mesmas peças-chave desde 2014 e elas não estão ficando mais novas. Apesar de viverem boas fases, de Bruyne e Courtois já estão com 30 anos e outros jogadores como os irmãos Hazard e Axel Witsel já não vivem mais a sua melhor forma.
O potencial do que esta seleção pode fazer até mesmo divide opiniões de veteranos: Em entrevista, Stéphane Demol, zagueiro da seleção da Bélgica nas Copas de 1986 e 1990 afirmou que acha difícil que os belgas passem das oitavas de final. Já o belga-brasileiro Luís Airton de Oliveira, que defendeu os diabos vermelhos em 1998, acha que o time tem potencial para surpreender e que pode ficar entre os quatro primeiros novamente.
A forma de jogo da Bélgica:
A estrutura tática dos belgas permanece a mesma que foi utilizada por eles nas eliminatórias para a Copa de 2018, com uma linha base de três zagueiros, um meio campo com quatro peças e três jogadores na frente, que se alternam em uma linha de três ou em uma linha com dois e outra com um (3-4-3 ou 3-4-2-1).
Apesar da estrutura antiga, o time belga já tem contado com novos nomes como Charles de Ketelaere, do Milan e Loïs Openda, do Netz, para figurar em seu elenco. E a para compensar a falta de experiência dos jovens, o técnico Roberto Martinez ainda conta com a experiência de De Bruyne e Courtois vivendo uma das melhores fases de sua carreira após vencer o prêmio de melhor goleiro da temporada.
Forças e Fraquezas
O fato de a seleção Belga ter a mesma base desde a Copa de 2014 faz do entrosamento um de seus pontos fortes. Dos dez jogadores com a maior quantidade de partidas na seleção, oito devem estar no Catar.
Esta experiência toda, no entanto, também pode atuar como uma faca de dois gumes. O trio de zagueiros da Bélgica já é considerado veterano e inclusive atua em times nacionais. Alderweireld (33 anos, Royal Antwerp), Vertonghen (35, Anderlecht) e Boyata (31, Brugge) estão indo para a sua última Copa do Mundo e não têm substitutos à sua altura. A defesa tem sido inclusive um dos pontos de preocupação dos diabos vermelhos: nas seis partidas disputadas na UEFA Nations League, eles sofreram oito gols.
O destaque belga:
Dono de uma visão de jogo notória e famoso por seus passes milimétricos, Kevin de Bruyne é o grande destaque desta seleção da Bélgica. Peça de confiança de Pep Guardiola no Manchester City, o meia armador já foi responsável por 11 assistências em 15 partidas na temporada 2022/23 e por 14 assistências e 19 gols marcados com a camisa dos Citizens na temporada 2021/22.
Para ficar de olho:
A principal promessa da seleção belga é o chovem Charles de Ketelaere, do Milan. Apesar de ainda não ter se firmado como titular dos atuais campeões italianos, o meia de 21 anos tem talento e potencial a ponto de ser comparado com o Kaká pela imprensa italiana.
A Bélgica na Copa
A Bélgica está no Grupo F da Copa do Mundo e joga contra Canadá (23/11), Marrocos (27/11) e Croácia (01/12). Contra canadenses e marroquinos o histórico é favorável, com uma vitória em uma partida contra o Canadá e duas vitórias e uma derrota em três partidas contra o Marrocos. Já a Croácia se mostrou um oponente duro: em oito partidas foram três vitórias para cada lado e um empate, sendo o placar mais expressivo uma goleada sofrida em 2003 nas Eliminatórias da Euro: 4-0.
