Mundial de Clubes do São Paulo: médico abre o jogo e diz que dopou Telê Santana na final
Telê Santana venceu os mundiais de 1992 e 1993 pelo São Paulo
O São Paulo foi campeão Mundial pela primeira vez em 1992, vencendo o Barcelona por 2 a 1. O Tricolor contava com jogadores com Zetti, Cafu, Muller, Raí e Palhinha. Além de Telê Santana à beira do campo, considerado por muitos, um dos maiores treinadores da história do nosso futebol.
Mas, naquela partida, o sempre agitado Telê estava com uma postura um pouco diferente. Que foi percebida por alguns jogadores, como Cafu e Raí.
Fato é que Telê realmente não estava em seu estado normal. O treinador estava sob efeito de um ansiolítico, administrado pelo médico Marco Antônio Bezerra.
O remédio foi um pedido do próprio treinador, que queria se manter calmo no jogo decisivo. Porém, naquele dia, a dosagem foi um pouco acima do normal, tendo um efeito mais forte do que o desejado.
“Se aproximava o jogo e os diretores vinham a mim dizendo: cuida do Telê, o homem está ansioso demais, ele perdeu duas Copas do Mundo e agora é a chance dele ser campeão”, contou o médico, que completou:
“Eu costumava dar um ansiolítico para ele. Fui pegar na minha maleta a amostra grátis, de dois miligramas, e tinha acabado. Só tinha outro lá de três miligramas, que ele não estava acostumado. Dei para ele, e no campo ele ficou tranquilíssimo (risos)”, disse o médico no documentário “És o Primeiro”, produzido pelo UOL Esporte.
Jogadores perceberam que tinha algo errado
Telê era um treinador sério, de poucos sorrisos e de muita cobrança. Mas naquele dia ele estava sorrindo e calmo. No documentário, Cafu, Raí e Marcos Bonequini, que estavam naquela partida, comentaram sobre a postura do ex-treinador.
“Ele estava no banco assim ó (sorrindo imitando o Telê), sorrindo. Ele nem gritava. Eu pensei: ‘como ele não está gritando hoje? Tem algo estranho’ (risos)”, disse Cafu.
Raí também comentou sobre os sorriso de Telê e disse que viu ele sorrindo na hora que marcou gol.
“Se foi por causa disso que ele deu aquele sorriso na hora do meu gol, valeu tudo, porque foi um sorriso muito relax (risos)”, acrescentou Raí.
Por fim, o goleiro reserva Marcos Bonequini, confirmou que percebeu que ele estava dopado.
“Ele estava meio dopado”, disse Marcos Bonequini.
Importância de Telê nas conquistas do São Paulo
Em outro momento, Cafu e Palhinha também comentaram sobre a importância de Telê Santana para as conquistas do São Paulo naquela época. Para eles, a obsessão em vencer e o comprometimento era o diferencial do treinador.
“A gente tinha uma voz de comando muito grande que era o Telê. Ele era o carro-chefe. Perder, para ele, era uma palavra que não poderia existir”, declarou Palhinha.
“O Telê sempre foi um treinador muito disciplinador, exigente por tudo que queria. Disciplina tática, treinamento, comprometimento, tudo”, finalizou Cafu.