Ele admitiu que passagem pelo futebol brasileiro o enganou e que lhe deu outra perspectiva
O Corinthians quer renovar com Vítor Pereira mesmo após o treinador passar por eliminação na Libertadores e desgaste com parte do elenco. Agora, em momento mais tranquilo, o técnico do Timão abriu o jogo sobre o que pode ter atrapalhado sua carreira o início de sua passagem pelo clube paulista.
Segundo ele, durante participação no Brasil Futebol Expo 2022, na última segunda-feira (5), no painel que tratava de técnicos portugueses no Brasil, o VP admitiu que tem “pouca afetividade”, o que é muito comum em técnicos brasileiros.
“Nasci de uma família humilde, que tinha dificuldades para pagar as contas. Eu tive um bom pai, mas ausente, e isso afeta a minha carreira. Aqui isso é cultural, o jogador brasileiro gosta muito, tem o lado afetivo como algo muito importante”, apontou Vítor Pereira.
“O treinador brasileiro é afetivo, dar o braço, ouvir, abraçar. Eu tenho esse problema na minha carreira.”
Vítor Pereira disse que estava enganado sobre sua passagem sobre o futebol brasileiro
O português, que gosta do trabalho técnico e tático, e pouco se importava com a parte humana, disse que não esperava aprender tanto no futebol brasileiro.
“Meu pai não ficava comigo, porque trabalhava muito. Eu ficava na rua, eu cresci lutando pelo meu espaço, por isso sou tão competitivo. Sou muito pouco afetivo, não sou muito carinhoso, porque não tive essa experiência de vida, isso marca minha carreira. Eu sou aquele treinador que exige de si próprio e de quem trabalha comigo”, disse VP, que logo seguiu.
“Claro que também consigo ser um pouco afetivo, mas sou mais da exigência, da tarefa, e o primeiro problema que senti aqui: sou muito ligado ao treino, ao tático e estratégico, e por isso nunca olhei ao futebol brasileiro com esses olhos em termos de evolução para minha carreira, mas posso dizer que estava enganado.”
Quem esteve a seu lado no painel foi o técnico Luis Castro, do Botafogo, que desmentiu Vítor Pereira. Para ele, o técnico do Corinthians é, sim, afetivo, mas de uma forma diferente do que gostaria de ser com os atletas.