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Casagrande aponta motivo para ser “comentarista diferente” na imprensa esportiva

Ídolo do Corinthians afirmou que sempre irá analisar o futebol aliado ao contexto social

Por Bruno Romão em 17/09/2022 15:28 - Atualizado há 2 anos

Reprodução

Em entrevista ao podcast “Sistema Solari”, Casagrande justificou sua postura como comentarista. Acreditando que o futebol faz parte do contexto social, o ex-profissional da Globo acredita que é diferente dos colegas por analisar todos os contextos que envolvem o jogo dentro das quatro linhas. Sendo assim, em sua visão, é necessário incluir o “mundo do futebol” dentro da sociedade, já que atos de preconceito, por exemplo, são ignorados dentro dos estádios.

Anteriormente, Casagrande fez parte da Democracia Corinthiana, movimento que marcou o futebol nacional e demonstrou a importância do esporte para a luta social. Dessa forma, após se aposentar, ele segue alinhando temas extracampo em seus comentários.

Eu fui por muito tempo e acho que continuo sendo um comentarista diferente. Eu não vejo só a bola rolando e os caras correndo, eu fico olhando um lado emocional e psicológico. O mundo do futebol não existe! O futebol faz parte da sociedade. Os caras entram no estádio, são racistas, homofóbicos, agridem mulher e vão embora pra casa. Aqui fora você vai preso. Quando eu sento para fazer um jogo, eu olho como parte da sociedade, e não como um mundo à parte. Eu odeio esse termo de ‘mundo do futebol’. Isso só dá força para pensar que se pode dar um tiro no cara e ir embora pra casa. O mundo do futebol não existe. Eu sempre coloquei o futebol dentro da sociedade e olho o jogo de um modo diferente.”, disse Casão.

Além disso, Casagrande falou sobre o processo movido por Abel Ferreira contra Mauro Cezar Pereira. Acreditando que os dois lados precisam ter cautela no momento de analisar um discurso, o ídolo do Corinthians garantiu sempre ter cuidado no momento de falar sobre outra personalidade, já que suas palavras podem ser mal interpretadas.

Você tem que saber as palavras que se usa, se você não percebeu o peso da palavra… quem recebe tem que analisar o contexto da história. Eu tento sempre deixar o comentário claro. Não gosto de usar palavras que podem ser interpretadas de outra maneira. O risco (de ser mal interpretado) é muito grande. Os caras recebem a mensagem na hora e a mensagem é ‘o cara te massacrou’. Tem gente pra colocar fogo nessa parada“, pontuou.

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