Home DESTAQUE Seleção Feminina faz bom jogo contra a Espanha, mas erros nas finalizações preocupam bastante

Seleção Feminina faz bom jogo contra a Espanha, mas erros nas finalizações preocupam bastante

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a estreia da equipe comandada por Jonas Urias na Copa do Mundo Sub-20

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Precisamos reconhecer que a Seleção Feminina superou as nossas expectativas na sua estreia na Copa do Mundo Sub-20. O escrete comandado por Jonas Urias se comportou bem e criou vários problemas contra a Espanha nesta quarta-feira (10) e não seria nenhum exagero afirmar que o Brasil poderia ter saído vitorioso na partida disputada no Estádio Nacional da Costa Rica. Mesmo assim, a boa atuação coletiva não pode esconder o fato de que nossas jogadoras pecaram demais nas finalizações a gol. E isso pode ser um problema sério no andamento da competições e em partidas mais ainda mais complicadas. É algo que exige a atenção de todos na comissão técnica.

Não é o caso de afirmar que a Seleção Feminina fez um jogo ruim. Deu gosto ver Aline Gomes, Cris, Yaya, Dudinha, Luany (a melhor em campo de acordo com a FIFA) e companhia completamente comprometidas com a proposta de Jonas Urias e aplicando tudo aquilo que foi trabalhado nos treinamentos e amistosos de preparação para a Copa do Mundo Sub-20. Vale destacar também a forma como o Brasil fez com que a Espanha provasse um pouco do seu próprio remédio na partida desta quarta-feira (10).

Isso porque a pressão na saída de bola adversária esteve sempre bem encaixada e era executada com muita concentração. Luany, Dudinha e Aline Gomes se movimentavam bastante na frente da zaga espanhola e sempre buscavam a jogadora que estivesse melhor posicionada. Além disso, Bruninha e Ana Clara apareciam bastante no setor ofensivo seja pelo lado do campo (gerando amplitude) ou um pouco mais por dentro (como uma “lateral-armadora”). Mais atrás, Cris e Yaya cuidavam da proteção da última linha brasileira.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
A Seleção Feminina adiantou suas linhas e pressionou bastante a saída de bola da Espanha no primeiro tempo. Foto: Reprodução / SPORTV

Luany perdeu uma grande chance ainda na primeira etapa depois de bela jogada trabalhada pelo lado direito de ataque. Apesar dos erros nas finalizações, é preciso dizer que Jonas Urias foi feliz na escolha da formação da Seleção Feminina (um 4-4-2 que variava para um 4-2-3-1 e até um 4-2-4 dependendo do posicionamento das jogadoras no campo ofensivo). É interessante notar que o Brasil sempre levou perigo quando fez a bola circular no espaço entre as volantes e zagueiras espanholas. Faltou realmente um melhor aproveitamento das chance criadas e um pouco mais de controle e valorização da posse da bola. Principalmente nos momentos em que a Espanha baixou as suas linhas.

O Brasil conseguiu ter bons momentos quando adiantou suas linhas e ocupou os espaços no campo ofensivo. Foto: Reprodução / SPORTV

Acabou que a Seleção Feminina foi perdendo fôlego no segundo tempo (apesar de seguir incomodando bastante a Espanha). Sem querer entrar no mérito (e às vezes na falácia) do “jogar de igual pra igual”, a equipe comandada por Jonas Urias foi muito feliz ao entender o contexto que a partida desta quarta-feira (10) apresentava. Quando as fortes adversárias começaram a se impor através de duelos mais físicos, a solução encontrada foi a entrada de Analuyza, Rafa Levis e Gi Fernandes e a mudança para algo mais próximo de um 4-5-1 que protegia bem a área da goleira Gabi Barbieri. O empate sem gols, no entanto, deixou a sensação de que o Brasil poderia ter ido mais longe.

Já sem fôlego, o Brasil fechou a entrada da sua área num 4-5-1 e concedeu poucas chances para a Espanha. Foto: Reprodução / SPORTV

É bom lembrar que a Espanha é a atual campeã europeia Sub-19 e tem histórico interessante em competições de base. É por isso (e também pela maneira como algumas jogadoras encararam a estreia na Copa do Mundo Sub-20) que o desempenho da Seleção Feminina merece elogios. O grande “porém” dessa história ainda reside nas finalizações a gol e nas tomadas de decisão. Não foram poucas as vezes em que o escrete comandado por Jonas Urias conseguia manter a posse e levar a bola até a intermediária adversária. Faltou um pouco de calma, uma boa dose de frieza e até mesmo de sorte em alguns lances de mais perigo. Mesmo assim, o Brasil superou as expectativas.

PUBLICIDADE

Certo é que a Seleção Feminina mostrou que tem sim margem para evoluir em relativamente pouco tempo. No entanto, o jogo contra a Austrália será fundamental para saber até onde a equipe comandada por Jonas Urias pode ir nessa Copa do Mundo sub-20. É corrigir os erros e melhorar o aproveitamento das chaces criadas. Não tem outro caminho.

PUBLICIDADE
Better Collective