Goleada sobre a Costa Rica mostra que Seleção Feminina quer atingir patamares mais altos
Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca a atuação da equipe de Jonas Urias e projeta a partida contra a Colômbia
Nem mesmo o mais pessimista esperava um empate ou uma derrota da Seleção Feminina contra a Costa Rica nesta terça-feira (16), em San José. Ainda mais depois das boas atuações no empate sem gols contra a Espanha e na vitória sobre a Austrália. Mas a goleada sobre as donas da casa deixou claro que o time comandado por Jonas Urias quer sim atingir patamares mais altos em matéria de desempenho individual e coletivo e (principalmente) aproveitamento de chances criadas durante os noventa (e poucos) minutos. A tendência agora é que o nível de exigência dessa Copa do Mundo Sub-20 Feminina aumente consideravelmente a partir das quartas de final.
Quem acompanha o espaço aqui no TORCEDORES já viu este que escreve apontar os erros nas tomadas de decisão e nas finalizações nas duas primeiras partidas da Seleção Feminina na Copa do Mundo Sub-20. É verdade o Brasil entrou em campo muito mais tranquilo do que nos jogos contra Espanha e Austrália. O escrete canarinho tocava a bola com mais calma e esperava o momento certo para atacar a área da goleira Genesis Perez sempre com muito volume de jogo e com pelo menos seis jogadoras no terço final. E nesse ponto, o 4-4-2/4-2-4 de Jonas Urias funcionava muito bem.
O primeiro gol da Seleção Feminina (marcado meio “sem querer querendo” pela ótima Rafa Levis) é um bom exemplo do comportamento ofensivo da equipe Sub-20. A volante Yaya pisava na área com frequência e se juntava a Ana Clara, Luany, Aline Gomes e Priscila num ataque mais posicional. A ordem era atacar os (muitos) espaços que apareciam às costas da última linha de defesa da Costa Rica. Embora os erros no último passe e nas finalizações ainda se fizessem presentes, não demorou muito para que o Brasil tomasse conta da partida. E com certa facilidade.
É interessante notar que a Seleção Feminina apresentou uma configuração diferente em alguns momentos da partida desta terça-feira (16). Além do 4-4-2/4-2-4 e do 4-1-3-2 que se formava com os avanços de Yaya para o ataque, o escrete comandado por Jonas Urias utilizou uma espécie de 4-3-3 para ocupar os espaços no meio-campo e criar superioridade numérica no terço final. E nesse ponto, a movimentação de Rafa Levis para junto de Kaylaine e da já mencionada Yaya e permitindo que Ravena se juntasse a elas na criação e Ana Clara ocupasse o lado esquerdo de ataque. Intensidade, ocupação de espaços e muito volume de jogo.
É verdade que o Brasil poderia ter feito mais do que cinco gols se Luany tivesse convertido a penalidade no final da primeira etapa e se suas companheiras de equipe tivessem colocado um pouco mais de objetividade na conclusão das jogadas. Mesmo assim, a postura ofensiva e agressiva no ataque se fez presente. E com o time mais “leve” por conta da vitória sobre a Austrália, a Seleção Feminina conseguiu explorar bem a fragilidade da Costa Rica na defesa. Os gols de Rafa Levis (mais um), Aline Gomes, Pati Maldaner e Mileninha comprovam a facilidade que o time de Jonas Urias teve na partida disputada nesta terça-feira (16).
Na prática, a partida contra a Costa Rica foi muito mais protocolar do que o esperado. A equipe mais fraca do Grupo A da Copa do Mundo Sub-20 Feminina ofereceu pouca resistência para Brasil, Austrália e Espanha, mas acabou se transformando no “fiel da balança”. Com sete gols de saldo (um a menos do que as espanholas), o escrete comandado por Jonas Urias ficou na segunda posição e vai enfrentar a Colômbia de Linda Caicedo nas quartas de final. E é preciso entender que o cenário é completamente diferente do Campeonato Sul-Americano disputado no mês de abril, quando o Brasil venceu as colombianas por três a zero.
Isso porque o adversário do próximo sábado (20) cresceu muito nesses últimos meses e mostrou potencial para chegar bem longe nessa Copa do Mundo. O ataque da Colômbia é fortíssimo e pode causar problemas para a equipe comandada por Jonas Urias apesar de deixar a desejar na defesa. E esse pode ser o “mapa da mina” da Seleção Feminina. Se colocar a bola no chão e diminuir os erros nas tomadas de decisão, o Brasil pode se garantir nas semifinais. Vamos torcer.