O ex-piloto de Fórmula 1 Hans-Joachim Stuck sugeriu que foi um problema no carro, não um erro de Charles Leclerc, que o levou a cair no Grande Prêmio da França; e que a Ferrari o forçou a dizer o contrário.
Tratou-se, de um jeito ou de outro, de um desastre para a equipe italiana de F1 em Paul Ricard. Leclerc, líder da corrida, caiu na volta 18, permitindo que o rival Max Verstappen conquistasse a vitória. O monegasco assumiu total responsabilidade pelo acidente, dizendo que a causa era exclusivamente um erro de sua parte.
Stuck, porém, não está totalmente convencido da explicação. Para ele, as imagens do acidente mostram que não foi esse o caso. Em vez disso, parece ao ex-piloto de F1 que Mattia Binotto e companhia aconselharam Leclerc a assumir a culpa, a fim de encobrir um defeito no carro.
A Scuderia teve muitos problemas de confiabilidade nesta temporada, com falhas no motor forçando Leclerc a abandonar corridas, como em Barcelona e em Baku. Por isso, Stuck avalia que Binotto e sua equipe impeliram seu piloto a dizer à imprensa que ele cometeu um erro na França para esconder o inconveniente de que eles tiveram esses problemas de novo.
Mattia Binotto em cheque, segundo ex-piloto
Além disso, Stuck não tem certeza se o chefe da Ferrari F1 ficará no comando por muito mais tempo. “Não sei por quanto mais a Ferrari lhe dará crédito. Para mim, no entanto, outra coisa ainda é um mistério: a saída de Charles Leclerc de Le Castellet”, disse ele ao Eurosport.
“Se você olhar para o acidente cem vezes, [verá que] o erro não veio dele. Posso imaginar que ele foi instruído pela equipe a alegar que o cometeu, embora houvesse um problema com o carro. Eu não descartaria isso. Há uma pressão enorme lá”, completou.
Stuck não descarta Ferrari e Leclerc da disputa da Fórmula 1 2022: ‘Alto nível técnico’
Os problemas de confiabilidade não são a única coisa que colocam Binotto sob pressão este ano. O italiano sofre duras críticas pelas estratégias de corrida que fizeram Leclerc ficar atrás de Verstappen e outros pilotos em várias ocasiões na primeira metade da campanha.
Deste modo, o monegasco e a Ferrari estão atrás do holandês e da Red Bull por margens consideráveis na classificação. No entanto, Stuck não assegura que essas vantagens põem fim à disputa de F1 2022.
“Enquanto o título for matematicamente possível, não se deve descartar a Ferrari. O mais importante, contudo, é que eles consertem seus erros. Tecnicamente, estão em um nível muito alto. Mas uma coisa não devemos esquecer: Verstappen e a Red Bull estão atualmente em outro patamar. Tudo só funciona para eles”, avaliou.