Home Futebol Daronco sai em defesa da arbitragem brasileira: “Não estou sendo corporativista”

Daronco sai em defesa da arbitragem brasileira: “Não estou sendo corporativista”

Em entrevista do Esporte Espetacular, Daronco afirma que arbitragem brasileira é “uma das melhores do mundo”

Bruno Marques
O esporte me move, inspira e motiva para ser uma pessoa melhor a cada dia.

A arbitragem brasileira vem sendo constantemente questionada e sendo pauta de diversas entrevistas de jogadores, treinadores e comentaristas esportivos.

PUBLICIDADE

Entretanto, em entrevista para o Esporte Espetacular, o árbitro Anderson Daronco falou a respeito do tema e defendeu os colegas de profissão.

A arbitragem brasileira é excelente, porque ela acompanha o nosso futebol. Eu não estou sendo corporativista, eu vivo isso há muito tempo e conheço a seriedade dos meus companheiros”, disse Daronco.

PUBLICIDADE

Além disso, reforçou a importância da categoria dentro do que considera o “melhor futebol do mundo”.

A gente não apita um campeonato fácil. Nós temos o melhor futebol do mundo, então pode ter certeza de que a nossa arbitragem também faz parte das melhores do mundo. Desde o nosso processo de formação, somos forjados a lidar com tudo isso (comportamento de jogadores e pressão)”, disse o arbitro.

Em meio a uma “intertemporada” realizada pela CBF, o árbitro falou a respeito da crise em cima da arbitragem e cobrou outros personagens.

A arbitragem está fazendo a sua parte. A gente está procurando aproximar critérios, treinamentos, que é o que a gente precisa com uma frequência maior. Mas a gente também precisa que os outros envolvidos em todo esse contexto procurem ajudar. Que atletas e dirigentes procurem colaborar um pouco mais. O árbitro só é bom quando a equipe ganhou com aquele árbitro, quando perdeu deixou de ser bom. Um erro, quando é a seu favor, você se cala. Quando é contra, é a pior coisa do mundo”, afirmou Daronco

PUBLICIDADE

O árbitro aproveitou também para falar sobre alguns assuntos que vem causando polêmica na arbitragem.

VAR

Não dá para atacar uma ferramenta que veio pra deixar o futebol mais justo. A gente percebe que muitas vezes o ambiente externo da arbitragem acaba fazendo questionamentos acerca do VAR até por desconhecimento. Durante a sua aplicação, a gente percebeu inúmeros debates, seja de torcedores, imprensa ou clubes, questionando a forma do uso da ferramenta. Só que isso não vai mudar. É a aplicação que a Fifa dá, vem de cima para baixo a forma como a Fifa quer que isso seja utilizado. Então a gente vê isso de desconhecimento, de cobrança”, defendeu o árbitro.

Quando o árbitro deve ir ao monitor?

Por que nesse tipo de lance aqui não foi? Porque não tinha que ir. Vou citar um exemplo, uma falta dentro ou fora da área. O árbitro tomou a decisão ali e no fim das contas tinha que mudar a decisão. Isso protocolarmente o árbitro não precisa ir lá no vídeo olhar, mas as pessoas te cobram. Para esse tipo de lance, basta receber a informação. Em outros lances, no campo eu já tive a minha decisão, e a decisão do árbitro de vídeo, das pessoas que estão na cabine, é a mesma que a minha. Olhando o vídeo, eles pensam o mesmo que eu. Por isso eu não fui ver. Quando a gente vai, é porque existe essa discordância, porque eles estão vendo uma coisa além do que eu vi no campo” contou Daronco.

Discussões na imprensa sobre arbitragem

É muito mais fácil atacar a arbitragem, que os caras vão ficar 24 horas falando acerca de arbitragem e às vezes parece que chega a ser até falta de respeito com o próprio público, porque o público também quer ver um pouco mais de futebol, entender o futebol. Embora a gente saiba que o sangue vende, né. Essa questão muitas vezes de polêmica, até polêmicas onde não tem polêmica em decisões de arbitragem, a gente sabe que isso acaba gerando uma tensão muito maior” reforçou Daronco.

PUBLICIDADE

Daronco fora dos campos

“Muitas vezes parece que as pessoas pensam que o árbitro é de outro planeta. Parece que ele chega no campo de futebol, cai de paraquedas, apita e some. Eu tenho minha vida normal. Levo meu filho no colégio, vou ao mercado, muitas vezes acabo escutando. Mas na maioria dos locais a que eu vou, sou abordado como se fosse um ídolo. Não quero me equiparar a um grande jogador, mas os caras chegam pedindo pra tirar foto, pedem camisa no estádio, cartão, para ter uma recordação de ti. Acredito que conquistei isso no próprio campo com o respeito pelos atletas. Isso é muito bacana, porque acaba sendo um pouco conflitante com coisas que a gente acaba acompanhando na mídia”, finalizou Daronco.

Better Collective