Copa do Mundo: relembre a campanha do Brasil em 1994
Contando com Romário em grande fase, o Brasil voltou a vencer a competição, garantindo o tetracampeonato nos Estados Unidos
Após conquistar o tricampeonato em 1970, o Brasil passou por um longo jejum de títulos na Copa do Mundo. Somente em 1994 o povo brasileiro pôde celebrar mais uma vez a conquista de um Mundial.
A seleção comandada por Carlos Alberto Parreira não apresentou um futebol de grande qualidade, sendo marcado por um estilo de jogo mais pragmático, quase “atuando por uma bola”. Mas o ataque tinha Bebeto e principalmente Romário inspirados, formando uma das melhores duplas ofensivas do Brasil na história.
O Baixinho inclusive foi quem evitou um feito que seria inédito na história brasileira na Copa do Mundo. Isso porque a seleção Canarinho teve uma campanha ruim nas Eliminatórias e quase ficou fora da competição, mas o atacante, que foi pedido da torcida, mas não era visto com bons olhos pela comissão técnica, garantiu a vaga no último jogo contra o Uruguai, marcando os dois gols da vitória brasileira e carimbando seu nome na lista de convocados.
Relembre como foi a conquista do tetracampeonato do Brasil em 1994
Fase de grupos sem sustos
Cabeça de chave do Grupo B, o Brasil fez seu primeiro jogo contra a Rússia, vencendo pelo placar de 2 x 0. Em seguida, contra Camarões, uma vitória mais tranquila, por 3 x 0.
Já contra a Suécia, fechando a primeira fase, um empate em 1 x 1, marcado por duas seleções jogando de uma forma mais conservadora e defensiva.
Oitavas de final contra os donos da casa
A fase de mata-mata colocou a seleção brasileira disputando uma vaga nas quartas de final no dia 4 de julho, data da independência norte-americana. Os Estados Unidos buscaram segurar o empate, armando um esquema bem defensivo e teve sucesso durante por parte do duelo.
Mas a classificação brasileira veio com passe de Romário para Bebeto, que garantiu a vitória por 1 x 0 e classificação para a próxima fase da Copa do Mundo.
Estrela de Branco brilha contra a Holanda
O Brasil encarou os holandeses em um duelo muito esperado por conta da qualidade do rival , que acabou com um 3 x 2 emocionante. A seleção brasileira abriu uma vantagem de dois gols no segundo tempo, mas os holandeses foram buscar o empate.
Mas Branco, lateral-esquerdo que assumiu a titularidade após Leonardo ser suspenso da Copa do Mundo, acertou uma cobrança perfeita de falta, garantindo a vitória e classificação.
Reencontro com a Suécia na semifinal
Da mesma forma que aconteceu na fase de grupos da Copa do Mundo, o duelo na semifinal foi marcado por poucas chances de gol. E quando tudo encaminhava para um empate no tempo normal, Jorginho acertou cruzamento para Romário, com o Baixinho marcando o gol da vitória e carimbando vaga na final da competição.
Decisão nas penalidades e fim do jejum da Copa do Mundo
No dia 17 de julho de 1994, Brasil e Itália disputaram a final da competição. Com grandes nomes em sua seleção, os italianos fizeram um confronto complicado. A seleção brasileira tentou buscar o ataque tanto no tempo normal como na prorrogação, mas não conseguiu vencer a defesa italiana.
Com o empate sem gols, o título da Copa do Mundo foi decidido nas penalidades. Os zagueiros Baresi e Márcio Santos perderam suas cobranças iniciais. Em seguida, Albertini e Evani converteram para a Itália, com Romário e Branco empatando para o Brasil. Massaro perdeu sua cobrança, com grande defesa de Taffarel e Dunga colocou a seleção brasileira em vantagem.
Roberto Baggio, um dos craques da geração italiana, precisava converter sua cobrança para manter a Itália viva. Mas o camisa 10 errou seu chute e com isso o Brasil garantiu mais um título de Copa do Mundo para sua história.
Time-base do Brasil
Parreira levou para a Copa do Mundo 22 atletas sendo 11 que atuavam no futebol nacional. A equipe inicial era formada por Taffarel; Jorginho, Márcio Santos, Ricardo Rocha e Leonardo; Mauro Silva, Dunga, Zinho e Raí; Bebeto e Romário.
Fatos marcantes do Brasil em 1994
Romário terminou a competição com cinco gols marcados, sendo o artilheiro do Brasil na competição, um gol atrás do búlgaro Stoichkov e pelo russo Salenko, que fizeram seis gols na Copa do Mundo.
No time base, citado anteriormente, Ricardo Rocha, que se lesionou na estreia da competição, e deu lugar para Aldair na zaga.
Na lateral-esquerda Leonardo agrediu Tab Ramos com uma cotovelada nas oitavas de final contra os Estados Unidos, sendo punido com suspensão até o fim da competição. Em seu lugar, Parreira escalou Branco mas quartas de final, semifinal e na final.
No meio de campo, após a fase de grupos, Parreira sacou Raí, muito questionado pela torcida, para a entrada de Mazinho, que se firmou como titular até o fim da competição.
Por fim, vale citar que no grupo campeão, Ronaldo Fenômeno, então com 17 anos, foi convocado para o grupo. Muitos achavam inclusive que ele poderia repetir o que Pelé fez em 1958, mas o atacante não entrou em campo em nenhuma das partidas.
Lista completa de convocados
Goleiros – Taffarel (Reggiana), Zetti (São Paulo) e Gilmar (Flamengo)
Laterais – Jorginho (Bayern de Munique), Cafu (São Paulo), Branco (Fluminense) e Leonardo (São Paulo)
Zagueiros – Ricardo Rocha (Vasco), Ronaldão (Shimizu S-Pulse), Aldair (Roma) e Márcio Santos (Bordeaux)
Meio-campo – Mauro Silva (Deportivo La Coruña), Dunga (Stuttgart), Mazinho (Palmeiras), Zinho (Palmeiras) e Raí (PSG)
Atacantes – Romário (Barcelona), Bebeto (Deportivo La Coruña), Paulo Sérgio (Bayer Leverkusen), Muller (São Paulo), Ronaldo (Cruzeiro) e Viola (Corinthians)