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UcconX: Entrevista com Gruntar – Caster do CBLOL e mestre de RPG

Em entrevista exclusiva, Caster do CBLOL fala sobre como se tornou narrador do campeonato e também sobre o movimento RPG no Brasil

Por Cristiano Cricas em 29/07/2022 22:59 - Atualizado há 2 anos

Instagram Diniz Gruntar Albieri

Diniz Gruntar Albieri, mais conhecido como Gruntar, é um dos narradores do CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends), que já possui quase 100 mil seguidores em seu canal da Twitch, GruntarTV. Neste canal, além de conteúdos sobre LOL, ele também faz transmissões de mesa de RPG.

Na UcconX, no segundo dia do evento, nosso colaborador Leonardo Bonetto bateu um papo com ele, sobre como se tornou Caster do CBLOL, e também sobre o momento RPG no Brasil.

A seguir, entrevista exclusiva com Gruntar

Leonardo Bonetto: Primeiro, falando sobre sua experiência como Caster. Como que foi isso, como você começou e teve essa idéia? Ou foi alguma sugestão?
Diniz Gruntar: Começou meio do nada, lá em 2011, quando a Blizzard lançou StarCraft 2. Como eu tinha jogado muito StarCraft 1, comecei a fazer vídeos no YouTube com estratégias para ajudar a galera, em português, a “manjar” do jogo. Tinha muito isso lá fora, mas em português tinha pouco conteúdo. Alguns meses depois, a própria Blizzard lançou um concurso para buscar narradores. Eu já acompanhava os campeonatos lá de fora, já estava fazendo alguns vídeos e pensei “será que eu consigo narrar?”, aí eu falei “vou tentar”. Me inscrevi no concurso, fiz os “videozinhos”, mandei pros caras. Não ganhei o concurso, mas eu curti fazer “a parada” e a partir daí eu fui fazendo e fazendo… Foi meio “do nada”, foi acontecendo e crescendo na minha vida e acabou virando minha profissão, hoje em dia.

Leonardo: Você teve muita dificuldade no começo, era algo muito novo pra você?
Gruntar: É cara, era bem novo sim. Eu acho que tudo na vida tem suas dificuldades. Meu caminho nunca foi impossível, mas tive várias pedras no caminho que tive que contornar, passar por cima, pular, se esforçar e se dedicar. Acho que nada que vale a pena, na vida, é “facinho”. Então se eu disser que foi moleza, eu tô mentindo. Eu tive que passar por várias “paradas” e, cada desafio, em uma etapa. Teve o primeiro desafio onde eu tive que me profissionalizar. Antes eu trabalhava num escritório normal, eu sou Analista de Sistemas. Então eu trabalhava durante o dia e narrava durante a noite. Essa foi a primeira dificuldade, porque chega um ponto que você precisa se dedicar mais na narração e, como vai virar essa “chave”, entendeu? Não é uma coisa tão simples.
Aí depois que virei profissional, ainda tinha várias barreiras. Hoje o mercado é um, mas lá em 2012 e 2013, o mercado era outro, era muito diferente. Não tinha a quantidade de eventos e de empresas investindo, como tem hoje em dia. Naquela época era muito difícil conseguir se sustentar. Virei profissional, beleza, mas não tinha como me sustentar (risos). Então assim, são várias etapas que tiveram que ser ultrapassadas, para chegar onde estamos agora. Hoje em dia, graças a Deus, está mais estabilizado e dentro da RIOT é muito bom de trabalhar. É mais fácil hoje em dia, eu estou mais estabilizado.

Fonte: Instagram Diniz Gruntar Albieri

Leonardo: E sobre sua experiência com RPG, você já mestrava, certo? Eu por exemplo, mestrei 3D&T que era mais fácil, mais acessível, vendia na banca e tal.
Gruntar: Eu jogo RPG há muito tempo. Muita gente começou com 3D&T, mais fácil, rápido e mais acessível. Os livros de D&D eram muito caros, e são até hoje. Já o 3D&T vinha na revista Dragão Brasil. 

Leonardo: Você acha que essa sua experiência como mestre ajudou com a narração?
Gruntar: Cara, essa é uma pergunta que a galera normalmente faz. Num primeiro momento minha resposta é “não”, não tem nada haver. Mas eu acho que não é verdade. No fundo, quando você vai pensar [sobre o assunto], e também o fato de eu conseguir articular bem e contar histórias, ter a noção que dentro do jogo as coisas podem mudar ou tem um caminho a seguir… Talvez isso venha um pouco do background do RPG, mas eu não consigo cravar que “com certeza faz muita diferença” ou “com certeza não faz diferença nenhuma”. Acho que tudo que você tem de bagagem na sua vida é somado a tudo que você faz.

Leonardo: Agora uma pergunta pessoal, de algo que eu observo e não sei se você tem a mesma impressão. O RPG de mesa teve seu auge nos anos 90 e início dos anos 2000. Depois ele passou por uma queda, e agora eu tenho a sensação que está em alta e crescendo de novo. Você sente isso também, que séries como Stranger Things, por exemplo, que tratam esse tema, baseado numa brincadeira de RPG. Você acha que isso tem relação direta?
Gruntar: Eu não sinto não, eu tenho certeza absoluta (risos)! Está realmente no auge, não só por Stranger Things, mas pelo Critical Role, e as streams na Twitch, de um modo geral, ajudam muito a divulgar o RPG. O Critical Role é uma “parada” muito lá pra fora, mas aqui no Brasil também  tem essa “pegada”. Acho que isso ajuda muito. Se você olhar pelo evento, tem muita gente com a camiseta do Hellfire Club. E aqui é certo, estamos montando esse espaço pra galera jogar RPG, e quando vem alguém com a camiseta do Hellfire, ele vai sentar pra jogar. Já percebemos em 2 dias de evento que é assim. E com certeza tudo ajuda muito. E eu tenho exatamente a mesma percepção que você: teve aquele auge nos anos 90, 95 e 2000, depois deu uma caída. Mas agora cara, na minha cabeça, é a melhor época pro RPG no mundo. O RPG deixou de ser aquele negócio do “nerd esquisito” e virou algo legal, algo “cool”.

Leonardo: O RPG virou POP, né?
Gruntar: Isso, virou POP, um negócio maneiro. Do mesmo jeito que antigamente ser nerd era meio ruim, hoje em dia é legal ser nerd, tem orgulho nerd. O RPG seguiu esse caminho.

Fonte: Instagram Diniz Gruntar Albieri

Leonardo: Nas suas streams você sente isso também, esse envolvimento?
Gruntar: Eu comecei a fazer stream de RPG em 2013 e 2014. Naquela época eu já tive um feedback muito bom. Mas é engraçado, porque eu tinha aquela sensação que a galera não ia gostar, que iam achar esquisito. Mas foi o contrário, logo que comecei, tive o feedback muito positivo e isso estimulou a continuar também.

Leonardo: Outra coisa que eu também observo é o movimento da galera mais jovem, impulsionada, por exemplo, pelo Cellbit. Essa galera está começando a se engajar no tema. Você também acha que rolou isso?
Gruntar: Esse caminho do Cellbit é muito bom, porque fura bolha. Ele é um cara de fora desse mundo de RPG, aí ele começou a fazer e mostrar pra uma galera que não fazia ideia que existia o RPG. Então, muito do público do Cellbit não é público do RPG, é um público dele mesmo porque ele é um cara sensacional. Aí tem toda essa galera que segue e acompanha ele, e ele apresentar isso pra esse pessoal é muito bom, porque fura bolha e sai do ambiente que já está consolidado, e mostra pra essa galera que tem um mundo todo a ser explorado. Eu acho isso sensacional, mas tem uma galera que não gosta. Mas pra mim é absurdamente bom. Se 1% do público do Cellbit curtir e se interessar por RPG, pô cara, sensacional!

Leonardo: E agora pra fechar, especificamente sobre o evento. Você falou que já está há 2 dias. Como tem sido sua experiência com a galera, as mesas que você tem mestrado?
Gruntar: Vou falar especificamente sobre nossa área de RPG: está sendo uma experiência bem legal. Ainda não veio tanta gente pra poder jogar, mas hoje deve vir mais. E já jogamos com mais ou menos 80 pessoas e, é uma experiência muito legal, porque a maioria da galera é gente que quer aprender e conhecer. Tem uma molecadinha que veio pra conhecer, tem mãe com filho. Tem pai que veio “meio assim” e, por causa do filho já saiu feliz jogando, e na hora que rolou o primeiro dado o cara já se empolgou, protegeu a filha [no jogo]. Então assim, a experiência que estamos tendo de ensinar pra galera e mostrar esse mundo novo, está sendo uma experiência muito maneira.

Leonardo: Então vale a pena, a galera pode vir que vai ser garantida a diversão?
Gruntar: Pode vir, com certeza! A gente está muito focado para ensinar a galera, apresentar o jogo. Não está muito técnico, não vai ter que ficar 5 horas jogando. Estamos fazendo um jogo rapidinho, apresentando, ensinando e introduzindo a galera ao jogo.

Fonte: Instagram Diniz Gruntar Albieri
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