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Mundial de Atletismo: Brasil ganha medalha inédita e sueco bate recorde no salto com vara

Letícia Oro Melo só precisou acertar um salto na final para ficar com a medalha de bronze no salto em distância

Por Fernando Cesarotti em 25/07/2022 16:49 - Atualizado há 2 anos

Patrick Smith/Getty Images

Letícia Oro Melo só precisou acertar um salto na final para ficar com a medalha de bronze no salto em distância

O Brasil levou mais de 50 atletas para o Mundial de Atletismo em Eugene, nos Estados Unidos, e certamente Letícia Oro Melo era uma das menos conhecidas. Mas, aos 24 anos, ela volta consagrada como a única mulher brasileira a ir ao pódio nesta edição do campeonato: o bronze no salto em distância conquistado neste domingo, no último dia de provas.

No sábado, ela já havia surpreendido com a classificação para a final. Só acertou uma das três tentativas, marcando 6,64 m, o melhor salto da sua vida. Neste domingo, na final, ela já começou atropelando e assumiu a liderança, com o salto de 6,89 m, logo na primeira tentativa.

Depois, Leticia não conseguiu mais acertar o salto. Acabou queimando todos os outros seguintes, e foi ultrapassada pela alemã Malaika Mihambo, que conquistou o bicampeonato mundial com a marca de 7,12 m, e pela nigeriana Esse Brume, que marcou 7,02 m. Mas, por um centímetro, superou a norte-americana Quaresha Burks, com 6,88 m.

“Esse é meu jeito, concentrada. Não tenho medo de ninguém. Estou em choque, mas quero agradecer a todos. E dizer que quero buscar os 7 metros, vou continuar treinando e sei que tenho condições. Quando eu vi 6,89 m quase desmaie”, disse Letícia. “Quando eu vou competir, tanto no Estadual quanto no Mundial, eu penso em medalha”, concluiu.

Thiago Braz sem medalha no Mundial

A medalha mais esperada pelo Brasil no último dia do Mundial acabou não saindo. Thiago Braz, dono de duas medalhas olímpicas – ouro no Rio-2016 e bronze em Tóquio-2021 – terminou em quarto lugar no salto com vara, com 5,87 m.

Vice-campeão no Mundial Indoor de Belgrado em março, com 5,95 m, ele lamentou não ter conseguindo repetir o desempenho nos Estados Unidos. “A medalha estava ali. Na prova eu estava esperançoso com a medalha. Só precisava saltar 5,94 m, mas não deu. É treinar um pouco mais para as próximas”, explicou.

Thiago ao menos teve o consolo de acompanhar uma prova histórica, em que o sueco Armand Duplantis bateu mais uma vez o recorde mundial do salto com vara, com a inacreditável marca de 6,21 m. Foi o quinto recorde mundial do atleta, o terceiro batido neste ano, sempre centímetro a centímetro. Duplantis embolsou 100 mil dólares como prêmio extra pelo recorde.

Avaliação positiva dos dirigentes brasileiros

Embora tenha obtido apenas duas medalhas – a de Letícia e o ouro de Alison dos Santos nos 400 m com barreiras –, o Brasil terminou em 13º lugar na classificação por pontos do Mundial, que computa os oito primeiros de cada prova com pontos de 8 a 1. Foram 34 pontos obtidos por dez atletas brasileiros classificados nessas posições, contra seis no Mundial de Doha, em 2019, no Catar.

O foco, segundo os dirigentes da Confederação Brasileira de Atletismo, e ajustar a preparação para as Olimpíadas de Paris-2024. “Os números são importantes e favoráveis no caminho do desenvolvimento do desempenho dos atletas”, disse Claudio Castilho, CEO da Confederação Brasileira de Atletismo. “Com as avaliações do desempenho poderemos investir nos atletas que apresentam evolução a caminho, principalmente, das medalhas.”

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