F1: Rubinho sobre abrir caminho para Schumacher: “Se você ouvir o que eu ouvi…”

O GP da Áustria de F1 acontecerá no próximo fim de semana e, sem dúvidas, essa é uma corrida que foi marcada pelo que aconteceu há 20 anos, quando Rubens Barrichello recebeu uma ordem da equipe para deixar Michael Schumacher ultrapassá-lo em cima da linha de chegada. Em participação no Ticaracaticast, Rubinho falou sobre o quanto aquilo o afetou na Ferrari.

“Aquele momento que sempre vem à tona, eu já te contei, eu já te mostrei, inclusive, o papel do áudio que eu nunca mostrei pra ninguém. Esse momento, você fica oito voltas falando que você não vai fazer, entendeu?” – começou a contar Rubinho para Marcos Chiesa. O ex-Ferrari acredita que é muito fácil falar sem estar na situação.

“Brasileiro firmão… ‘porque se eu estivesse lá, eu não fazia’, até a hora que ele ouvir o que eu ouvi, aí todo mundo fazia irmão, 99 (por cento), a gente não pode falar todo mundo, entendeu? Então, isso aconteceu com o Massa depois.” – disse Rubinho lembrando um fato parecido na F1 de quando a Ferrari mandou Felipe Massa abrir caminho para Fernando Alonso.

Rubinho não sabia de cláusula no contrato de Michael Schumacher

“Quando entrei eu sabia disso, mas no meu contrato não tinha nada e eu falo isso e quem quiser acreditar que acredite. No meu contrato não tinha nada escrito que ele (Schumacher) tinha vantagem sobre mim. No contrato dele tinha escrito que ele tinha vantagem sobre mim.” – afirmou Rubinho, que revelou ter sido difícil o que escutou da Ferrari no GP da Áustria de F1 de 2002.

“Eu não acatei. Eu escutei uma coisa que eu não queria ter escutado… e aí, neste momento, se eu tivesse um celular ali, eu: ‘alô, pai, o que você acha?’ Entendeu? Ele tinha falado: ‘filho, não tem o que fazer, deixa quieto porque o teu momento é de crescimento dentro dessa equipe. Você ainda vai conseguir.’” – declarou Rubinho, que disse que esse foi o principal motivo de não ter tirado o pé em uma disputa com o Schumacher oito anos depois, quando quase foi espremido pelo alemão no muro de Hungaroring.

Rubinho deu o troco no GP da Hungria de F1 em 2010

“E eu lutei até o meu último momento lá porque eu tinha mais um ano de contrato, que era o sétimo ano de contrato e quando eu vi que eu não estava chegando a lugar nenhum, eu quis sair por vontade própria, entendeu? Então, quando você vê o muro da Hungria chegando perto, eu em uma outra equipe… eu nunca na minha vida iria tirar o pé.” – finalizou o ex-piloto de F1.