Vôlei de praia: título de Duda e Ana Patrícia e medalhas no Mundial mostram capacidade de recuperação do Brasil
País fecha Mundial de Vôlei de Praia disputado em Roma com três pódios, mostrando que o fiasco nas Olimpíadas de Tóquio-2020 ficou para trás
O Brasil voltou ao topo do mundo do vôlei de praia neste fim de semana. Duda e Ana Patrícia conquistaram a medalha de ouro entre as mulheres, enquanto o time masculino terminou com dois pódios: prata para Vitor Felipe e Renato e bronze para André e George.
Os bons resultados garantiram ao país uma recuperação rápida e sinalizaram um trabalho eficiente de reconstrução, depois do fiasco das Olimpíadas de Tóquio-2020, no ano passado, quando o país não obteve nenhuma medalha. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que o vôlei de praia se tornou esporte olímpico, em Atlanta-1996.
Na final do torneio feminino, disputada neste domingo, Duda e Ana Patrícia venceram as canadenses Bukovec e Brandie 2 sets a 0, com parciais de 21/17 e 21/19. Foi a primeira conquista internacional da dupla, formada após os Jogos de Tóquio – quando Ana Patrícia formou a melhor dupla brasileira, ao lado de Rebecca, eliminadas nas quartas de final. Duda jogou com Agatha, e caiu nas oitavas.
“Estou muito feliz. É um título muito sonhado e conseguir realizar esse objetivo é algo incrível. Conseguimos colocar nosso trabalho em prática em todos os jogos”, afirmou Duda. “Foi um jogo tenso como uma final de Campeonato Mundial. Conseguimos colocar um excelente voleibol dentro de quadra. Estou muito feliz pela nossa trajetória e parceria. Esse título é muito especial”, completou Ana Patrícia.
Além das duas, o Brasil colocou mais duas duplas entre as 16 melhores: Barbara e Carol s e Thalita e Rebecca caíram nas oitavas de final do Mundial.
Homens em quantidade
O Brasil não conseguiu o título mundial masculino de vôlei de praia, mas viu suas duplas chegarem em peso à fase final. Na decisão, Vitor Felipe e Renato não foram páreo para os noruegueses Mol e Sorum, atuais campeões olímpicos, e perderam por 2 a 0, parciais de 21/15 e 21/16.
“Não jogamos o nosso melhor na final, mas lutamos em todos os pontos. Estudamos bastante o sistema defensivo deles, mas sentimos um pouco de pressão por ser a nossa primeira final de Campeonato Mundial”, afirmou Vitor. “Estou muito feliz. Foi um campeonato de muita superação com jogos difíceis desde a chave de grupos. Ganhamos de times muito fortes e foi muito especial disputar essa final. Agora é treinar ainda mais porque queremos esse ouro”, completou Renato.
Na decisão do bronze, André e George, que no sábado tinham perdido para os noruegueses, se recuperaram e bateram os norte-americanos Schalk e Brunner, de virada, por 2 sets a 1 (15/21, 21/17 e 15/11). “Essa medalha é muito importante para a nossa equipe. Estamos aprendendo a lidar com os torneios maiores e os jogos mais difíceis”, contou André. “Esse é o sonho de qualquer atleta, disputar um Mundial e conquistar uma medalha. Estamos aprendendo a lidar com ansiedade. Grandes torneios e essa medalha vêm para coroar o trabalho que fazemos no dia a dia”, concluiu George.
No masculino, o Brasil ainda teve outras duas duplas eliminadas nas quartas de final, com Alison e Guto e também Bruno Schmidt e Saymon. Assim, metade das oito melhores duplas do Mundial foram brasileiras. Em Tóquio, o masculino teve o mesmo desempenho do feminino:: uma dupla eliminada nas quartas, Alison e Alvaro, e outra nas oitavas, Evandro e Bruno Schimdt.
Avaliação positiva da CBV sobre o vôlei de praia no país
O gerente de vôlei de praia da CBV, Guilherme Marques, avaliou de forma positiva o desempenho do Brasil no Mundial. “O vôlei de praia brasileiro sempre foi referência em todo o mundo e mostra que continuará sendo. A CBV continuará seu trabalho de suporte, monitoramento e desenvolvimento dessas e de novas duplas. O resultado em Roma mostra que estamos em um bom caminho neste ciclo olímpico”, disse.