Produzido pela Sega e lançado para o Mega Drive, Master System e Game Gear em 1992, Ayrton Senna’s Super Monaco GP 2 trouxe uma nova realidade para o mundo dos videogames. Naquela ocasião, o jogador tinha a oportunidade de desafiar o próprio Ayrton Senna, ao longo das 16 corridas que integravam o calendário da temporada de 1991.
O tricampeão brasileiro participou do projeto e solicitou uma série de modificações no jogo. Entre estas estão o limite de velocidade dos carros e as zebras, que possuem uma física mais próxima da realidade, ao contrário do que foi apresentado no primeiro game da franquia.
Pessoalmente, Ayrton aparece em inúmeras fotos, oferece dicas sobre as pistas e ainda faz o papel de chefe de equipe, ao anunciar problemas relacionados ao carro ou números de voltas. Isso tudo, em áudios gravados.
O game era considerado inovador para a época. Super Monaco GP 2 conta com câmera on-board e oferece o modo carreira, onde o jogador progride ao vencer os seus rivais. Um bom desempenho representa uma boa posição em uma equipe de ponta e um resultado ruim significa o rebaixamento ou desemprego.
Como enfrentar o Senna?
Ayrton Senna’s Super Monaco 2 GP conta com três modos de jogo: O primeiro é o “Senna GP”, um time trial onde o player tem um tempo limite para cruzar determinado trecho da pista. Esta modalidade reúne dois circuitos fictícios, que foram desenhados pelo próprio tricampeão, e a pista do kartódromo particular de Senna, que fica na fazenda da família em Tatuí, no interior de São Paulo.
O “Free Practice” apresenta um treino em uma das 16 pistas do campeonato de 1991. Por fim, o modo carreira – ou “World Championship” é considerado o mais divertido. A opção beginner exclui a rivalidade entre os pilotos e o modo master une corrida com os bastidores do paddock.
Campeonato Mundial
Ao optar pelo “World Championship” no modo master, o jogador terá um grande desafio em uma equipe pequena. Os resultados em cima dos rivais, que são selecionados antes de cada corrida, podem render promoções, ou demissões.
Este gameplay traz uma série de pilotos e equipes fictícios, exceto Ayrton Senna que corre pela “Madona” (McLaren). Super Monaco GP 2 não contou com a autorização da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), mas dá para reconhecer os carros e os pilotos.
Por exemplo, o N. Jones da Millions não usa bigode, mas é muito parecido com Nigel Mansell e integra uma equipe amarela e azul, cores adotadas pela Williams naquele ano.
Ao vencer o campeonato mundial, o jogador é reconhecido pelo próprio Senna e tem a oportunidade de defender o seu título na Madona, que é o carro a ser batido. O tricampeão brasileiro é rebaixado e disputará a próxima temporada no carro do jogador.
A guerra entre Sega e Nintendo
Ayrton Senna foi lançado para três videogames da Sega, o Mega Drive, Master System e o Game Gear. O piloto brasileiro tinha um acordo exclusivo com a empresa japonesa e desta forma, não poderia ter a sua imagem associada à rival, Nintendo.
Para disputar parte do público, o Super Nintendo recebeu “Nigel Mansell – World Championship”, que retrata a temporada de 1992 da Fórmula 1.
Ao contrário de Super Monaco GP 2, onde o jogador cria o seu personagem e progride em um modo carreira, o game do britânico trazia uma outra experiência: o player era o próprio Nigel, a bordo da Williams FW14, o carro tecnológico que dominou aquela temporada.
O acordo entre Sega e Senna trazia uma série de restrições para a Nintendo, que não podia utilizar a marca do brasileiro. Naquela época, era normal ver Mika Hakkinen ou Michael Andretti como pilotos da McLaren nos jogos do Super Nintendo.
Clique aqui e leia mais notícias sobre o automobilismo.