O julgamento da morte de Diego Maradona, supostamente nas mãos de sua equipe médica, deve começar no final de 2023, de acordo com a “AP News”. Segundo informações do relatório, os promotores estão analisando a hipótese de que oito profissionais médicos sejam culpados de homicídio culposo, conforme mostrou uma decisão do tribunal argentino tornada pública na quarta-feira (22).
Os promotores afirmam que a morte de Maradona em 2020 foi resultado de “omissões” de seus cuidadores, que são acusados de abandoná-lo “à sua sorte” durante recuperação de cirurgia em casa, informa “The Sun” .
A lenda do futebol argentino morreu aos 60 anos em 2020 enquanto se recuperava de uma cirurgia no cérebro devido a um coágulo sanguíneo. O craque sofreu uma longa batalha, obrigando-se a realizar inúmeras viagens ao hospital nos meses que antecederam a morte. Maradona também sofreu, por décadas, de forte vícios em cocaína e álcool.
O médico de Diego, Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Diaz e a coordenadora médica Nancy Forlini constam entre os oito profissionais de saúde informados que estão agora sob investigação formal por suspeita de um tipo de homicídio.
Eles enfrentam a acusação de que agiram de uma maneira que sabiam que poderia levar à morte de outrem, mas não fizeram nada para evitá-la. Os promotores afirmam que a má gestão da equipe colocou Maradona em uma “situação de desamparo”. Uma condenação acarretaria pena de prisão entre oito e 25 anos sob a lei argentina.
Para os procuradores, os réus “foram protagonistas de uma internação domiciliar sem precedentes, totalmente deficiente e imprudente”, alegadamente responsáveis por uma “série de improvisos, falhas de gestão e deficiências”.
Luque, que nega qualquer irregularidade, também se vê diante da acusação de usar um “documento falso” quanto a uma assinatura de Diego Maradona para pedir registros médicos a um hospital.
Morte de Maradona
O atacante argentino Diego Maradona morreu em casa nos arredores de Buenos Aires em 25 de novembro de 2020. A morte ocorreu duas semanas depois da cirurgia em razão de sangramento no cérebro.
As últimas palavras de Diego antes de morrer teriam sido “Me siento mal” ou “Eu não me sinto bem” em português. Maradona voltou para a cama depois de tomar café da manhã com seu sobrinho Johnny Esposito e dizer que ia se deitar novamente. Uma enfermeira que o tratou em casa mais tarde chamou uma ambulância, mas ele não pôde ser salvo, de acordo com relatos locais.
Na ocasião, o presidente argentino Alberto Fernández decretou três dias de luto nacional em homenagem.