Dono de 90% da SAF do Cruzeiro, o ex-jogador Ronaldo decidiu se vai, ou não, construir um estádio para o clube
Tradicionalmente e historicamente, o Cruzeiro joga no estádio Mineirão, quando vai disputar uma partida oficial de qualquer campeonato, seja de caráter nacional, internacional ou estadual.
Porém, quando o palco esportivo está indisponível, por reforma ou realização de shows, o estádio Independência, em regra, é uma espécie de segunda opção.
Foi assim, por exemplo, na classificação dramática para a fase oitavas de final da Copa do Brasil após vitória sobre o Remo nos pênaltis. O cenário, entretanto, poderia ser diferente no futuro. Poderia.
Isso porque o dono de 90% da SAF do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno, admitiu que pensava em construir um estádio próprio para o clube. No entanto, o ex-jogador mudou de ideia.
De acordo com informações do repórter Jorge Nicola, o projeto está descartado. A decisão foi tomada após a relação com os gestores do Mineirão evoluir.
O Cruzeiro trabalha para ajustar as finanças. Para tanto, quer reduzir as taxas de administração e os custos de aluguel do palco esportivo.
A expectativa é de que, se atendido, o clube de Minas Gerais possa reduzir o preço dos ingressos e, nesse sentido, consiga ter mais público nos jogos.
Recentemente, inclusive, o time mineiro atingiu a marca de 50 mil sócios torcedores. O número foi um objetivo estipulado pelo próprio Ronaldo Fenômeno.
— Cruzeiro 🦊 (@Cruzeiro) May 6, 2022
Ronaldo é elogiado por capitão do time
A Raposa dá sinais de recuperação esportiva após ser rebaixada para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, em 2019.
Hoje, o clube é líder da Série B e está entre os 16 melhores times da Copa do Brasil. É a primeira vez que isso ocorre desde a queda.
O resultado não é por acaso. É o que afirma o zagueiro e capitão do time, Eduardo Brock. De acordo com o defensor, o segredo das conquistas é Ronaldo e a equipe de trabalho.
“Ano passado, todos nós sabemos das dificuldades que o Cruzeiro tinha em cumprir seus compromissos. Não só com atletas, mas funcionários e seus colaboradores também”, relatou Brock, em entrevista concedida ao programa 98 Esportes.
“E é claro que isso até atrapalha dentro de campo, porque não se tem uma tranquilidade pra trabalhar. Eu acho que isso é um dos fatores que prejudicou o Cruzeiro”, acrescentou.
“Isso é mérito e frutos da equipe do Ronaldo. (Eles) são extremamente profissionais e também cobram muito de nós”, reconheceu.
“Eu acho que (a mudança) começa pela organização externa, desde o momento em que a equipe do Ronaldo assume. É uma mudança completa em todos os aspectos, uma reformulação geral do clube”, completou Brock.
Cruzeiro enfrenta processos na justiça do trabalho
Fora de campo, o clube ainda precisa resolver pendências extra-campo com, pelo menos, dois personagens que trabalharam em 2019, ano do rebaixamento à Segunda Divisão.
De acordo com o portal de notícias Globo Esporte, o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT3) rejeitou um recurso ingressado pelo departamento jurídico cruzeirense e manteve uma indenização de R$ 3,3 milhões para o treinador Rogério Ceni, hoje no São Paulo.
O valor é referente a salários não pagos, férias, 13° salário, multa contratuais e multas previstas em lei.
O atacante Fred é personagem de outra ação judicial. O Cruzeiro pediu que a SAF fosse retirada da ação trabalhista.
O clube quer repassar as cotas referentes aos direitos televisivos de transmissão para que possa arcar com a indenização trabalhista conquistada pelo jogador.