No último sábado (30), o Zenit conquistou seu oitavo título do Campeonato Russo, com três rodadas de antecedência, ao bater o Lokomotiv Moscou. Jogando em casa, o time de São Petesburgo bateu o time da capital russa por 3 a 1. A vitória contou com a participação de brasileiros Malcom, com um gol, Yuri Alberto e Claudinho, ambos com uma assistência cada.
Quem deve ter ficado feliz com a conquista foi o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Torcedor declarado, o mandatário do país faz questão de demonstrar publicamente sua paixão pelo clube. O Chefe de Estado, quando provocado, dá opiniões a respeito de ações do clube. Como a vez que expôs sua visão após revelarem o salário do atacante Hulk, quando ele ainda jogava lá.
“Os torcedores querem ver estrelas mundiais, não as que estão em declínio, mas aquelas que estão no auge ou em plena ascensão. Isso tem certas vantagens, estamos falando de algo que toca milhões de pessoas”, afirmou Putin em entrevista.
Apesar da sua hegemonia no campeonato local, com quatro títulos em sequência, a equipe não vem conseguindo sucesso na Champions League. Desde 2009, o Zenit só conseguiu avançar para a fase de mata-mata da competição em três edições, todas elas eliminado nas oitavas.
Preconceito
A fama racista e xenófoba da equipe não é recente. Vários jogadores já relataram episódios de racismo quando jogavam ou enfrentavam o time. Inclusive o ídolo Hulk. O atacante chegou a afirmar em uma oportunidade que era alvo de racismo que quase diariamente. Um dos dilemas mais propagados pela torcida é que “não há preto nas cores do Zenit”, as quais são o azul e o branco.
Em uma oportunidade o presidente da Rússia também já deu uma declaração polêmica a respeito dos estrangeiros que jogavam lá. “Olhando nossos times, fica difícil falar se são realmente nossos ou se são africanos”, disse o líder russo.
Técnico ucraniano
Outro fato que chama atenção é de que o técnico atual é da Ucrânia. Sergey Semak é um ex-jogador da seleção de seu país e treina o Zenit desde 2018. Em meio a guerra com a nação vizinha, a diretoria demitiu o zagueiro ucraniano Yaroslav Rakitskiy, mas não o treinador. O defensor havia postado uma foto em suas redes sociais da bandeira de seu país natal e um pedido de paz.