Home Futebol Alvo do Flamengo, Vidal polemiza sobre “exploração” do jogadores: “Futebol não é um mercado de escravos”

Alvo do Flamengo, Vidal polemiza sobre “exploração” do jogadores: “Futebol não é um mercado de escravos”

Volante acredita que classe dos atletas profissionais vem enfrentando riscos desnecessários

Bruno Romão
Bruno Romão atua, como redator do Torcedores.com, na cobertura esportiva desde 2016. Com enfoque em futebol brasileiro, futebol internacional e mídia esportiva, acumula experiência em eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas. Possui diploma de bacharelado em Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba.

Em entrevista à FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol), Arturo Vidal veio à público para contestar a rotina dentro dos gramados. Julgando o atual ritmo de partidas como prejudicial aos atletas, o chileno de 35 anos acredita que as federações devem entrar em consenso com a classe para que o calendário seja ajustado, respeitando férias e períodos de descanso entre os compromissos.

Como pode desembarcar no Brasil para jogar no Flamengo, Vidal está ciente dos longos deslocamentos em território sul-americano. Diante disso, ele alertou que a carreira de jogadores mais veteranos pode ser abreviada com uma rotina cansativa.

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A exposição acumulada nos coloca em risco como jogadores, porque pode reduzir nosso desempenho e também encurtar a carreira de muitos jogadores. E nessa área devemos ser responsáveis ​​e todos nós que estamos envolvidos devemos pensar juntos sobre como isso pode ser reduzido. A situação afeta particularmente os jogadores sul-americanos, que precisam percorrer longas distâncias para jogar suas partidas. Não é como a Europa, onde tudo está mais perto”, afirmou.

Vamos garantir que os protocolos sejam cumpridos; isso é crucial. Todos recomendam que os períodos de descanso sejam implementados e cumpridos, seja enquanto jogamos nas nossas ligas ou no período de férias legais. Como em qualquer trabalho, é essencial fugir das funções que desempenhamos quase todos os dias durante todo o ano. É uma questão de saúde mental também”, completou.

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Seguindo com o discurso, Vidal citou uma das ferramentas da FIFPro que mede o número de jogos dos atletas profissionais. Neste contexto, o chileno apontou que os jogadores estão sob risco de um regime de “escravidão”, mesmo com salários milionários em parte dos casos.

“Há algum tempo, nossos sindicatos nos informam sobre esse problema, com base nos dados fornecidos pela plataforma ‘Player Workload Monitoring’. Sabemos que ele mede o congestionamento de partidas examinando o número crescente de minutos que os jogadores de futebol estão jogando em partidas consecutivas. Então, quando falamos sobre isso, temos uma base para o que estamos dizendo. Todos esses números vão contra as recomendações dos cientistas sobre nosso desempenho, saúde e esforço físico como jogadores”

Como jogadores de futebol, devemos ser capazes de lutar contra isso, pelo bem de nossas carreiras e famílias, mas acima de tudo pelo futebol como entretenimento. Não podemos ser expostos a esses parâmetros, porque o futebol é uma celebração, não um mercado de escravos”, finalizou.

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FUTURO NO FLAMENGO

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Apesar da rotina cansativa e do calendário frenético do futebol brasileiro, Vidal mantém o desejo de jogar no Flamengo. Em entrevista à ESPN, André Cury, representante do chileno em solo nacional, relatou que o volante fará de tudo para cumprir seu objetivo.

A verdade hoje é essa: o jogador foi oferecido e o Flamengo ainda não respondeu […] Por enquanto não tem nada. Dissemos ao Flamengo que o jogador fará o possível e o impossível para jogar no Flamengo. Inclusive ficando dentro dos padrões financeiros do clube. Ele é atleta top. Não é barato. Mas o Flamengo é a prioridade dele. Ele é louco pelo Flamengo”, declarou o agente.

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