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Fluminense joga com inteligência, coloca o Flamengo na roda e comemora um merecido título estadual

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Abel Braga levou a melhor no duelo com Paulo Sousa na final do Cariocão 2022

É possível afirmar sem medo de parecer exagerado ou oportunista que o Fluminense foi muito mais aguerrido e eficiente coletivamente falando no jogo deste sábado (2) do que na partida de ida da decisão do Cariocão 2022. O receio de que o time comandado por Abel Braga pudesse meter os pés pelas mãos com a vantagem no confronto ficou para trás e o Tricolor das Laranjeiras jogou com muita inteligência e colocou o regulamento debaixo do braço diante de um Flamengo completamente apático e cada vez mais perdido em campo. Aliás, é difícil entender o que se passa com o escrete de Paulo Sousa. Por outro lado, se o maior rival teve atuação coletiva tenebrosa e uma postura altamente questionável num jogo que valia o título estadual de 2022, o Fluminense se comportava como tal e quebrava o jejum de dez anos sem títulos.

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Não é exagero nenhum afirmar que o Tricolor das Laranjeiras entrou em campo para jogar uma decisão. Já o Flamengo parecia cumprir tabela ou jogar mais um daqueles famosos “coletivos” de início de temporada. Não é muito difícil concluir que essa final de Campeonato Carioca foi vencida pela equipe que teve mais concentração, mais foco, força mental, organização e intensidade nas duas partidas. E dentro desses pontos, não é nem um pouco difícil concluir que o escrete comandado por Abel Braga executou sua proposta de jogo de maneira muito mais eficiente do que seu adversário. Já o Flamengo, por sua vez, parecia jogar uma rotação abaixo do que a partida deste sábado (2) exigia apesar dos gritos de Paulo Sousa na beira do gramado.

Isso porque o escrete rubro-negro jogava um futebol pálido e apático. No entanto, por mais que o Fluminense tenha méritos e mereça o crédito pela excelente atuação coletiva (difícil escolher apenas um jogador que tenha se destacado), Gabigol, Bruno Henrique, Andreas Pereira, Rodinei, Filipe Luís, David Luiz e companhia pareciam não saber o que fazer em campo. De todos os jogadores do Flamengo, apenas Arrascaeta e João Gomes se salvaram no meio de um mar de mediocridade e falta de concentração. Além disso, eu e você podemos cravar que Abel Braga venceu Paulo Sousa no duelo tático pela terceira vez seguida. E um jogador seria fundamental nesse jogo para abrir espaços e desafogar o Fluminense. Seu nome é Paulo Henrique Ganso.

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Sim, amigos. O camisa 10 se transformou no grande maestro da equipe das Laranjeiras e foi fundamental na dinâmica apresentada na partida deste sábado (2). Isso porque Ganso sempre se colocava como o “homem livre” do Fluminense. Sempre buscava se posicionar entre as linhas de um Flamengo espaçado e que marcava de maneira muito frouxa no meio-campo. Se não havia espaço mais perto da área do goleiro Hugo Souza, ele volta quase na linha dos volantes André e Yago Felipe para aproveitar os deslocamentos de Germán Cano e Jhon Arias às costas da linha de cinco defensores montada por Paulo Sousa. Ainda que o escrete rubro-negro tenha facilitado demais a vida do Fluminense durante os noventa e poucos minutos de jogo, o técnico Abel Braga teve todos os méritos na montagem da estratégia e na escalação do seu Fluminense.

Paulo Henrique Ganso sempre buscava o espaço entre as linhas do 3-4-2-1 do Flamengo ou recuava entre os volantes para distribuir os passes no meio-campo. A marcação frouxa só facilitou a vida do camisa 10 tricolor. Foto: Reprodução / YouTube / Cariocão TV

Um outro ponto que merece destaque está nos momentos sem a bola. A lentidão do Flamengo nas transições para o ataque chamava a atenção até mesmo daqueles que não se ligam tanto no estudo da tática no velho e rude esporte bretão. Gabigol e Bruno Henrique puxavam o jogo a todo momento para o lado esquerdo e obrigavam Arrascaeta a sair do setor onde se sente mais confortável para que Rodinei tivesse com quem trabalhar a bola. Mesmo assim, os espaços estavam bem fechados e todo o time do Fluminense aplicava uma forte marcação por encaixes na intermediária com perseguições individuais mais curtas. Paulo Henrique Ganso e Cano foram fundamentais para tirar o tempo e o espaço dos jogadores do Flamengo e ainda conseguiam criar superioridade numérica. Tudo para retomar a posse e iniciar os contra-ataques.

O time do Fluminense esteve bastante organizado na marcação e fechou as linhas de passe do Flamengo com encaixes e pequenas perseguições individuais na intermediária. A lentidão do seu adversário só facilitou o trabalho. Foto: Reprodução / YouTube / Cariocão TV

Gabigol abriu o placar para o Flamengo aos 28 minutos do primeiro tempo em bela jogada de Arrascaeta e num dos poucos momentos em que o Fluminense relaxou a marcação. Só que Germán Cano empatou a partida aos 43 minutos em jogada que teve a participação direta de Paulo Henrique Ganso e Jhon Arias em belíssima jogada pela esquerda. Quem esperava um escrete rubro-negro mais aceso no segundo tempo com a entrada de Everton Ribeiro no lugar de Andreas Pereira viu um time ainda mais desorganizado e sem um plano definido. Fora isso, o time de Paulo Sousa seguia com a marcação extremamente frouxa e concedendo espaços demais para Ganso distribuir passes para as investidas de Jhon Arias e Cano às costas de David Luiz e Filipe Luís. Ambos jogadores talentosos, mas que já dão sinais claros de declínio físico.

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Ganso seguia com muita liberdade no meio-campo e com tempo para lançar a dupla de ataque do Fluminense. Jhon Arias e Cano levaram David Luiz e Filipe Luís à loucura com suas arrancadas às costas da última linha do Flamengo. Foto: Reprodução / YouTube / Cariocão TV

O Flamengo não despertou para o jogo nem mesmo com o pênalti de Cano defendido por Hugo Souza aos 16 do do segundo tempo. Este que escreve entende as intenções de Paulo Sousa com as entradas de Pedro, Matheuzinho e Willian Arão. Mas só até a “página cinco”. Por mais que o escrete rubro-negro precisasse realmente de mais organização e qualidade no passe, faltava também quem pudesse romper as linhas do Fluminense na base da velocidade e até mesmo do drible. Ou até mesmo quem pudesse ir para a área tentar o gol na base do “abafa”. Seja como for, Abel Braga apenas deu sangue novo para sua equipe com as entradas de Fred, Nonato, David Duarte e Martinelli. Com muita gente na entrada da área e a marcação precisa e encaixada, o Tricolor das Laranjeiras apenas esperou o apito final para comemorar mais um merecido título.

Abel Braga manteve sua linha de cinco na frente da área com as entradas de David Duarte e Martinelli no segundo tempo. Já o Flamengo sofria com a falta de dinâmicas que pudessem furar o eficiente bloqueio defensivo do Fluminense. Foto: Reprodução / YouTube / Cariocão TV

A lamentar somente a confusão causada por Fred no final da partida. Triste ver que um jogador com sua história esteja se prestando a um papel desses sem qualquer necessidade. Mesmo assim, precisamos deixar bem claro que o Fluminense fez tudo certo na partida deste sábado (2). Ainda que o escrete comandado por Abel Braga sinta a eliminação na Copa Libertadores da América e quase tenha se complicado diante do Botafogo, os méritos do título e da campanha vitoriosa nesse Cariocão 2022 são dos jogadores e da comissão técnica. Já o Flamengo parece à deriva e no meio de um dilema. Paulo Sousa está com claras dificuldades para implementar seu estilo na equipe rubro-negra. Mas até onde vai a culpa do treinador? E como explicar essa postura apática e sem brilho vista neste sábado (2) num Maracanã lotado?

Este que escreve afirmou no título desta humilde análise que o Fluminense colocou o Flamengo na roda. Pode soar exagerado dependendo do ponto de vista. Mas a superioridade da equipe comandada por Abel Braga foi inquestionável. Em todos os aspectos. Bom para o Tricolor das Laranjeiras que volta a levantar uma taça depois de dez anos e ruim para o escrete rubro-negro que pode sofrer as consequências de mais um vice-campeonato. Os próximos dias serão interessantes lá pelos lados da Gávea.

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