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Intensidade e organização do Palmeiras prevalecem sobre um Corinthians que ainda precisa de tempo e paciência

Por Luiz Ferreira em 18/03/2022 02:54 - Atualizado há 11 meses

César Greco / SE Palmeiras

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação das equipes comandadas por Abel Ferreira e Vítor Pereira no Derby desta quinta-feira (17)

O que dizer mais de um time que termina uma sequência de três clássicos com 100% de aproveitamento? E o que dizer de um treinador que usou uma estratégia diferente para cada um desses clássicos e viu sua equipe executar muito bem seu plano de jogo? A vitória do Palmeiras sobre o Corinthians nesta quinta-feira (17) foi mais uma prova de que Abel Ferreira sabe muito bem como potencializar o talento e a vitalidade dos seus jogadores dentro de um time coeso, consistente e muito intenso. Ao invés de adotar uma postura mais pragmática, o Verdão adiantou suas linhas de marcação e explorou bem os problemas dos comandados de Vítor Pereira na recomposição defensiva. Enquanto o Palmeiras repetia mais uma boa atuação coletiva, o Corinthians deixava a certeza de que Vítor Pereira precisa de tempo e paciência.

Isso porque o Timão sentiu muito a intensidade e a vitalidade do seu rival durante a maior parte do jogo no Allianz Parque. Não se tratava apenas da postura mais agressiva do time comandado por Abel Ferreira, mas das peças que os dois treinadores tinham à disposição. O Palmeiras entrou em campo com o que tinha de melhor (num 4-2-3-1 que variava para um 4-3-3 ou até um 4-2-4 dependendo do contexto) e um time mais leve, Vítor Pereira apostou na experiência e mandou o Corinthians a campo num 4-1-4-1/4-3-3 com Du Queiroz na frente da zaga, Paulinho saindo um pouco mais e Roger Guedes jogando como referência móvel no ataque, mas que sofria demais para criar jogadas com a marcação quase individual de Danilo (o melhor em campo na opinião deste que escreve) em cima de Renato Augusto.

Formação inicial das duas equipes no Allianz Parques. O Palmeiras adiantou bastante suas linhas de marcação e dificultou demais a vida do Corinthians na saída de bola.

Difícil não perceber que Abel Ferreira saía em vantagem no duelo com seu compatriota Vítor Pereira por conta do tempo de trabalho. O Palmeiras tem um estilo de jogo muito claro e mostrou que sabe se adaptar aos mais diferentes cenários e adversários. Ao mesmo tempo, ficou bem claro que o Corinthians precisa de tempo e paciência. Vítor Pereira adota um estilo bem agressivo de jogo, mas o treinador sabe muito bem que seu elenco não conta com características que se encaixam nesse modelo. É exatamente por isso que o escrete alviverde levou vantagem na maioria dos duelos. Havia muito mais vitalidade e muito mais entrosamento no lado dos donos da casa. Difícil não notar no Palmeiras o “dedo” do seu treinador e a certeza de que essa equipe consegue lidar com quase todo tipo de obstáculo dentro de um jogo.

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Muito da superioridade do escrete alviverde se deve ao trabalho e ao planejamento adotado por Abel Ferreira e à grande atuação de Danilo no meio-campo. O treinador alviverde orientou seus jogadores a subir as linhas de marcação para cortar as linhas de passe da dupla de zaga formada por Gil e João Victor com o restante do time. Ao mesmo tempo, o camisa 28 do Palmeiras executava uma marcação quase que individual sobre Renato Augusto, a grande referência técnica do time do Corinthians. Sem seu principal criador de jogadas “disponível” para trabalhar a bola, o escrete de Vítor Pereira foi muito pouco intenso e sofreu demais com a correria do seu forte adversário.

Além de Danilo, todos os outros jogadores do Palmeiras também tinham seus “encaixes”. Raphael Veiga procurava Du Queiroz, Zé Rafael encostava em Paulinho, os pontas fechavam o espaço dos laterais e Gustavo Gómez permanecia na sobra. Muita pressão no portador da bola para retomar a posse e voltar a atacar a área defendida por Cássio. Ainda que Rony e companhia pequem nas conclusões a gol em determinados momentos decisivos, o time de Abel Ferreira não se abala com quase nada e se mantém dentro do plano de jogo do seu treinador. O gol de Raphael Veiga (marcado aos 28 minutos do primeiro tempo) foi fruto dessa estratégia num Palmeiras altamente intenso na marcação e bastante agressivo nas transições.

Com Danilo vigiando Renato Augusto de perto e a marcação bem encaixada, o Palmeiras não deu chances ao Corinthians no primeiro tempo. Raphael Veiga e Zé Rafael também não davam espaço para Du Queiroz e Paulinho. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

A entrada de Adson no lugar de Gustavo Mosquito no segundo tempo melhorou bastante a produção ofensiva do Corinthians na partida. Willian e Roger Guedes permaneceram mais adiantados e o time ganhou mais um articulador por dentro. Mas o grande “pulo do gato” para o escrete comandado por Vítor Pereira estava em Renato Augusto. O camisa 8 iniciou a jogada que resultou na penalidade de Murilo em cima de Roger Guedes num dos poucos momentos em que conseguiu escapar da vigilância implacável de Danilo no meio-campo corintiano. Assim como o jovem palmeirense, Raphael Veiga e Zé Rafael marcavam mais “de longe”. Isso possibilitou que o Timão retornasse para o jogo e ganhasse confiança com o gol marcado por Roger Guedes (que acreditou até o fim no lance da penalidade) aos 15 minutos do segundo tempo.

Renato Augusto escapa de Danilo e arma o contra-ataque que resulta na penalidade sofrida e convertida por Roger Guedes. Um dos únicos momentos de vacilo do Palmeiras na marcação recolocou o Corinthians no jogo. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

Mesmo com o Corinthians recuperando a confiança e se arriscando um pouco mais no ataque, o Palmeiras manteve o controle da partida e marcou o gol da vitória com Danilo. O camisa 28 aproveitou o rebote de Cássio após cabeçada de Rony em cobrança de escanteio. Aliás, essa não é a primeira vez que o jovem volante alviverde aparece na área adversária como se fosse um autêntico centroavante. Vítor Pereira ainda tentou recuperar o ímpeto ofensivo da sua equipe com as entradas de Gustavo Mantuan e Giuliano (que entrou quase como um “camisa 10 atrás de Roger Guedes), mas o Corinthians parecia sem forças e sem criatividade para furar a marcação do Palmeiras. Mais para o final da partida, Abel Ferreira mandou Jailson, Gabriel Veron, Breno Lopes e Wesley para o campo e apenas esperou o apito final.

https://twitter.com/Footstats/status/1504640140920164355?cxt=HHwWhsC4pY-Px-EpAAAA

Se nem a vitória do Palmeiras sobre o Corinthians nesta quinta-feira (17) no Alliaz Parque (a terceira seguida de uma sequencia de clássicos) é suficiente para que se reconheça os méritos de Abel Ferreira, este que escreve não faz ideia do que fazer para convencer os mais teimosos. E sem querer entrar em polêmicas, ainda existe uma enxerga uma absurda má vontade com o treinador português por parte de alguns setores da imprensa. É muito possível discordar do modelo de jogo ou preferir um estilo mais ofensivo. O que não se pode é faltar com o respeito como uns e outros fizeram e fazem todos os dias na frente dos microfones e câmeras dos principais programas esportivos do país. Conforme escrito em outro momento aqui no TORCEDORES.COM, existe sim beleza na retranca e em sistemas defensivos bem montados.

A vitória do Palmeiras também deixa a certeza de que Vítor Pereira ainda precisa de tempo e paciência para encontrar a formação ideal e o melhor encaixe dos talentos que tem à disposição. E o jogo desta quinta-feira (17) deixou a sensação de que, por mais talentoso que o escrete corintiano seja, há jogadores que não conseguem mais entregar o nível de intensidade do futebol atual. Não se surpreendam se mudanças acontecerem para as próximas partidas.

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