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Melhor atuação coletiva do Botafogo na temporada expõe todos os problemas de um Fluminense atordoado e sem brilho

Por Luiz Ferreira em 28/03/2022 20:01 - Atualizado há 3 anos

Vítor Silva / Botafogo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida disputada neste domingo (27) e as escolhas de Lúcio Flávio e Abel Braga

Difícil não relacionar a queda técnica do Fluminense com o afastamento de Luiz Henrique, Felipe Melo e Nino nessas últimas partidas. Todos eles são peças importantíssimas no esquema tático de Abel Braga. Ao mesmo tempo, a infeliz entrevista coletiva concedida pelo presidente Mário Bittencourt às vésperas do jogo decisivo contra o Olimpia pela Libertadores azedou o clima entre o time e torcedores. A derrota para o Botafogo neste domingo (27), no entanto, foi mais um capítulo dessa fase ruim do Tricolor das Laranjeiras. Tudo bem que o escrete comandado por Lúcio Flávio (ainda que de maneira interina) teve a sua melhor atuação coletiva nessa temporada e que os jogadores alvinegros fizeram por merecer o resultado positivo. Mas a grande verdade é que o Fluminense não vem bem.

A impressão que fica é a de que o time das Laranjeiras parece atordoado. E isso ficou bem nítido na partida contra o Botafogo. Este que escreve entende que Abel Braga tenha optado por “jogar com o regulamento debaixo do braço” e esperar seu adversário para aproveitar os contra-ataques com um trio ofensivo mais móvel e veloz com Willian Bigode, Germán Cano e Jhon Arias enquanto Calegari e Pineida voltando para fechar a linha de cinco com defensores com Manoel, David Braz e Luccas Claro. O problema estava na execução dos movimentos e na escolha das peças que formavam o 3-4-2-1 de Abel Braga. Não foram poucas as vezes em que o posicionamento ruim do sistema defensivo facilitou demais a vida de Chay, Erison, Luiz Fernando e companhia nas investidas do Botafogo.

O Botafogo conseguiu se impor na base dos passes em profundidade para Erison. A defesa tricolor sofreu demais para fechar os espaços na frente da sua área. Imagens: Reprodução / RECORD TV & Cariocão TV

Do outro lado, o Botafogo se lançava ao ataque no 4-2-3-1 preferido de Lúcio Flávio. A entrada de Romildo no lugar de Barreto (lesionado) ainda no primeiro tempo deu mais qualidade ao passe no meio-campo e mais objetividade na saída de bola. Por mais que o Fluminense tenha facilitado a vida do seu adversário, o que se via no Maracanã era uma equipe que, apesar de todos os problemas, conseguia se impor na base da vontade e da movimentação correta no terço final. Principalmente com Erison explorando bem o espaço às costas do trio de zagueiros e com Chay aparecendo pelos lados do campo e puxando a marcação para abrir espaços. Enquanto isso, o Fluminense só conseguia levar certo perigo ao gol defendido por Douglas Borges na base dos cruzamentos para a área e sofria demais com a lentidão nas transições.

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O primeiro gol da partida (marcado aos 47 minutos do primeiro tempo) surgiu justamente de um erro no meio-campo. Jhon Arias perdeu a bola e Chay lançou Erison entre os zagueiros tricolores. O camisa 89 se livrou de dois marcadores e chutou na saída de Marcos Felipe. A vantagem do rival fez com que Abel Braga desfizesse seu 3-4-2-1 e apostasse em algo mais próximo de um 4-2-3-1 com as entradas de Nonato e Paulo Henrique Ganso nos lugares de Manoel e Jhon Arias respectivamente. Mas nem isso foi suficiente para melhorar o desempenho do Fluminense na partida. A sensação é a de que o time parecia ter dificuldades para se conectar com o jogo.

Melhor para o Botafogo, que cresceu com as substituições promovidas por Lúcio Flávio e a pressão na saída de bola do Tricolor das Laranjeiras. A sensação era a de que o escrete comandado por Abel Braga parecia perdido e conformado com o resultado que o colocava na decisão do Campeonato Carioca mesmo jogando de maneira completamente apática. Essa postura se refletia justamente nas tentativas frustradas de vencer essas linhas mais altas do Botafogo e de se criar alguma jogada de ataque para, ao menos, tentar competir e criar alguma dificuldade para um adversário que mostrava estar muito mais focado no seu objetivo do que o Fluminense.

Com linhas mais altas, boas mexidas de Lúcio Flavio e uma maior pressão na saída de bola, o Botafogo conseguiu criar sérios problemas para o Fluminense. Imagens: Reprodução / RECORD TV & Cariocão TV

Na prática, as substituições de Abel Braga acabaram deixando o sistema defensivo do Fluminense ainda mais desprotegido. André ficou completamente sobrecarregado visto que Yago Felipe, Nonato e Ganso pouco auxiliavam na marcação. A entrada de Fred no lugar de Willian Bigode deixou o Tricolor das Laranjeiras sem velocidade nas transições ofensivas e totalmente dependente das descidas de Calegari e Cris Silva (substituto de Pineida) para ganhar alguma amplitude nas jogadas de ataque. Ao mesmo tempo, Chay, Erison e companhia aproveitavam muito bem os espaços entre zagueiros e volantes tricolores para encaixar os contra-ataques. Ainda que o Botafogo falhasse demais nas conclusões a gol, a impressão que ficava era a de que o segundo gol era apenas questão de tempo. E ele veio aos 45 minutos do segundo tempo com Erison.

As substituições promovidas por Abel Braga acabaram desprotegendo ainda mais o sistema defensivo. O que não faltava era espaço para o Botafogo atacar. Imagens: Reprodução / RECORD TV & Cariocão TV

O gol salvador de Germán Cano (marcado aos 51 minutos) e a confusão causada por Fred no finalzinho da partida deram a classificação para a decisão do Campeonato Carioca para o Fluminense. O futebol é um esporte tão cheio de variáveis que torna impossível qualquer discussão sobre “justiça” dentro do velho e rude esporte bretão. O que se viu, no entanto, foi um time completamente apático e que parece sentir os efeitos da eliminação na Libertadores para o Olimpia num cenário muito semelhante ao visto neste domingo (27). Enquanto isso, o Botafogo emplacava a melhor atuação coletiva da temporada e caía de pé depois de perder a vaga na final nos últimos instantes de um jogo emocionante. Difícil não concluir que Luís Castro parece ter ficado satisfeito com a entrega e a disposição do time num cenário muito desfavorável.

Mas certo é que o alerta está ligado no Fluminense. Nem tanto pela decisão do Carioca contra o Flamengo, mas por conta do que está em jogo nesta temporada. Nada impede que o escrete de Abel Braga conquiste o título em cima do maior rival e amenize um pouco a crise nos bastidores. A questão central aqui é que o time precisa recuperar o desempenho e a segurança das partidas contra o Millonarios se quiser ir longe em 2022. E isso só para começar.

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