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Flamengo se garante na final do Cariocão sem ser brilhante e Vasco deixa a certeza de que precisa melhorar bastante

Por Luiz Ferreira em 20/03/2022 21:44 - Atualizado há 3 anos

Gilvan de Souza / Flamengo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação dos comandados de Paulo Sousa e Zé Ricardo na partida disputada neste domingo (20)

O Flamengo se garantiu na grande final do Cariocão 2022 sem ser brilhante, mas se impondo na base da talento pra cima de um Vasco esforçado, mas que não teve forças para superar seu rival. O resultado da partida deste domingo (20) é sim justo, mas também nos indica certas tendências nas equipes de Paulo Sousa e Zé Ricardo. Principalmente na postura de cada uma delas em campo. Há quem possa dizer que o Fla apenas controlou o ímpeto inicial do Vasco e chegou ao gol da classificação com Willian Arão aos oito minutos do segundo tempo. Este que escreve, no entanto, ainda vê no escrete rubro-negro uma certa passividade que pode ser perigosíssima contra adversários mais organizados. Já o Trem Bala da Colina deixa a certeza de que ainda precisa melhorar bastante se quiser se livrar do calvário da Série B.

É verdade que o cenário da partida deste domingo (20) também não era dos mais favoráveis, já que a equipe de São Januário precisava vencer seu maior rival por dois gols de diferença. Foi baseado nisso que Zé Ricardo mandou o Vasco a campo no seu 4-2-3-1 costumeiro. Nenê voltava ao time, Gabriel Pec e Figueiredo exploravam os lados do campo e Raniel entrou no ataque. Do outro lado, Paulo Sousa manteve seu 3-4-2-1 básico no Flamengo com Lázaro na ala esquerda, Pedro como referência ofensiva e Gabigol e Arrascaeta buscando o espaço entre as linhas do seu adversário. Willian Arão ficava um pouco mais e permitia que João Gomes tivesse mais liberdade para chegar na frente e pisar na área. No entanto, a lentidão do time rubro-negro e a postura mais passiva só facilitava a vida do Vasco na partida.

Formação inicial das duas equipes no Maracanã. Paulo Sousa mantinha seu 3-4-2-1 costumeiro no Flamengo e Zé Ricardo apostava no 4-2-3-1 e numa marcação mais alta no Vasco.

Os primeiros minutos do Flamengo nos mostraram uma equipe que conseguia manter a posse da bola e não sofrer tanto por conta da qualidade individual dos seus jogadores. David Luiz sobrava jogando por dentro no trio de zagueiros. Filipe Luís distribuía bem o jogo a partir do lado esquerdo e Fabrício Bruno tinha boa dinâmica pela direita. Faltava mesmo uma postura mais incisiva e mais sólida do escrete rubro-negro na pressão pós-perda e mais coordenação defensiva. Fosse o Vasco uma equipe mais qualificada, as coisas poderiam ter se desenrolado de maneira bastante diferente do que se desenrolaram neste domingo (20). O próprio Paulo Sousa sabe bem disso. Não foram poucas as vezes em que o treinador português teve que abandonar o banco de reservas para orientar seus jogadores. Faltava intensidade.

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Precisamos reconhecer que o Vasco incomodou bastante o Flamengo enquanto teve fôlego para pressionar alto e manter o ritmo do jogo bem alto. A partir do momento em que o escrete comandado por Zé Ricardo baixou suas linhas, o escrete rubro-negro foi se impondo e encontrando espaços pelos lados do campo. Principalmente pelo esquerdo, onde Lázaro fazia ótima dupla com Arrascaeta. O camisa 13 infernizou a vida da defesa vascaína e se transformou numa das principais válvulas de escape do Fla na partida. No entanto, o grande pecado dos comandados de Paulo Sousa no primeiro tempo foi insistir demais pelo meio. Pedro e Gabigol pareciam se anular no comando de ataque. Faltava entendimento.

Mesmo assim, o Flamengo conseguiu se impor na base do talento e do preparo físico. Ainda que o 3-4-2-1 de Paulo Sousa não tenha dado a liga necessária, a equipe rubro-negra terminou o primeiro tempo com mais posse de bola (55% no total) e finalizando apenas seis vezes a gol (dados do Footstats). Ainda que demonstre alguma insegurança, o goleiro Hugo Souza apareceu bem quando exigido em chute de Nenê. Do outro lado, Thiago Rodrigues foi muito bem em conclusão de Pedro dentro da pequena área. Por mais que o Fla tenha equilibrado a partida, a passividade do time e a falta de intensidade nas jogadas de ataque ainda chamava a atenção deste que escreve. Principalmente na “trocação” intensa vista na primeira etapa.

O Flamengo aproveitou o cansaço do Vasco para retomar o controle do jogo no final do primeiro tempo. Rodinei e Lázaro abriam o campo, Arrascaeta e Gabigol exploravam as entrelinhas, mas o time de Zé Ricardo se protegia bem. Foto: Reprodução / YouTube / Cariocão TV

O gol marcado por Willian Arão (logo aos oito minutos do segundo tempo) deu a tranquilidade que o time do Flamengo precisava. Conforme o tempo foi passando, Paulo Sousa resolveu dar mais consistência ao escrete rubro-negro com as entradas de Matheuzinho, Vitinho e Marinho nos lugares de Rodinei, Lázaro e Arrascaeta respectivamente. Ao invés do 3-4-2-1, o Fla passou a jogar num 4-2-4 bem semelhante ao utilizado por Rogério Ceni em 2020 e início de 2021, com Filipe Luís vindo por dentro (como “lateral-armador”) e Pedro e Gabigol no comando de ataque. Zé Ricardo, por sua vez, tentou colocar o Vasco no campo de ataque com as entradas de Bruno Nazário, Vitinho e Luiz Henrique, mas nenhum deles teve a intensidade necessária para desestabilizar um Flamengo muito mais seguro e muito mais senhor de si.

Matheuzinho, Vitinho e Marinho entraram no segundo tempo e Paulo Sousa reorganizou o Flamengo num 4-2-4 que tinha Filipe Luís jogando como “lateral-armador”. O Vasco bem que tentou, mas não conseguiu levar perigo no ataque. Foto: Reprodução / YouTube / Cariocão TV

O Flamengo esteve muito longe de ser brilhante. Este que escreve entende a expectativa por parte de torcedores e imprensa esportiva diante do potencial desse elenco. Mas precisamos reconhecer que Paulo Sousa foi muito bem nas substituições e conseguiu devolver um mínimo de consistência para sua equipe no segundo tempo. Já o Vasco de Zé Ricardo foi aguerrido, intenso e incomodou muito enquanto teve fôlego para pressionar a saída de bola do seu adversário. Mesmo assim, a nova derrota para o Fla deixa a certeza de que o time de São Januário precisa melhorar muito se quiser sair do calvário da Série B. Por mais que a comissão técnica encontre soluções dentro do elenco que tem à disposição, a equipe precisa de pelo menos três reforços de qualidade. Em tempo: o Vasco não pode depender tanto de Nenê.

A classificação para a decisão do Campeonato Carioca premiou a equipe que se comportou melhor durante os 90 e poucos minutos de partida. Por mais que não tenha enchido os olhos, o Flamengo foi eficiente e soube controlar as ações no segundo tempo. Paulo Sousa parece estar encontrando a formação ideal para o escrete rubro-negro, mas ainda precisa resolver uma série de problemas na sua equipe. Do ataque ao sistema defensivo. Isso se quiser ir longe nessa temporada.

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