Mudanças no futebol brasileiro: clubes-empresa, SAF e muito mais
Entenda as mudanças no futebol brasileiro
Entenda as mudanças no futebol brasileiro
Nos últimos anos presenciamos muitas mudanças no futebol brasileiro, seguindo a tendência do esporte em outros países. Aliás, a mais impactante tem sido o rompimento dos clubes com a ideia de serem apenas associações sem fins lucrativos.
Observando o movimento cada vez mais comum de investimentos de empresas e grandes investidores em clubes de futebol, o Brasil abriu os olhos. Então, com a aprovação da Lei da SAF (Lei 14193/21), ou seja, da Sociedade Anônima do Futebol, as coisas mudarão por aqui.
Ainda que os clubes sejam patrocinados por grandes empresas, também têm se tornado comum o patrocínio de casas de apostas, que também se fazem presentes no patrocínio de competições, placas publicitárias e campanhas de marketing, com a Campobet sendo um exemplo, e que patrocina times de futebol e também o Campeonato Paulista de Futebol.
Mas por que essas mudanças estão acontecendo e quais serão as consequências que elas causarão?
O que é uma SAF
Em termos gerais, uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) permite que um time de futebol se torne um clube-empresa. Ou seja, pessoas que estejam dispostas a investir poderão comprar parte de uma equipe.
Foi o caso, por exemplo, da compra de 90% do Cruzeiro pelo ex-jogador Ronaldo Nazário. Também vale lembrar que desde a sua aposentadoria, o Fenômeno tem se tornado um grande investidor de clubes de futebol. Além do Cruzeiro, Ronaldo já investiu no time americano Fort Lauderdale Strikers, que faliu em 2017, e no espanhol Valladolid.
John Textor é outro grande investidor e decidiu apostar suas fichas no Botafogo. Mas assim como Ronaldo, esta não é a primeira vez que seu dinheiro vai para um time de futebol. Afinal, o Crystal Palace também recebe investimentos de Textor.
Mas além dos grandes investimentos, como nos casos acima, os times também poderão vender porções menores. É o caso das ações, que não precisam ser compradas por quem tem grandes fortunas, por exemplo.
O que mudou?
O maior investimento nos clubes de futebol tem como objetivo o aumento da profissionalização do esporte. Além disso, a administração e gestão do dinheiro também deverá se tornar mais clara do que era até então sem os fins lucrativos.
Então, se pudermos fazer uma comparação, os times de futebol ficarão mais parecidos com empresas, na verdade, um clube-empresa. Aliás, este é outro ponto interessante de mudança: o investimento de grandes corporações em times de futebol, como a Red Bull, por exemplo.
Além da profissionalização e da transparência, vem outra vantagem: saldar dívidas. Sabemos que não são poucos os clubes brasileiros que estão com as contas no vermelho. Então, a SAF poderá ser uma boa alternativa para o pagamento delas.
Agora, como uma empresa, os times também terão condições especiais na hora de pagar suas dívidas.
Com isso, times como Cruzeiro, Botafogo, Red Bull Bragantino, Cuiabá não serão mais exceções no mundo da bola. Outro grande clube está em negociação para se tornar uma Sociedade Anônima de Futebol: o galo mineiro, Atlético-MG.
Mas se você acha que a mudança na lei foi pensando apenas no bom e velho futebol, está muito enganado. Afinal, com essas mudanças, a arrecadação de impostos também passará por mudanças, inclusive nas transferências de jogadores.
Casas de apostas e futebol
Outra mudança que vem acontecendo também no futebol é a forte presença de sites de apostas como patrocinadoras. Por isso, encontramos cada vez mais frequentemente os nomes de operadoras nas camisas de times e até nos torneios, sendo possível a exposição de marcas como da 20bet, bet365, campobet, entre muitas outras.
Estamos falando de um setor que, ainda que não esteja devidamente liberado, movimenta muito dinheiro no Brasil e no mundo. Imagine, então, com seus nomes estampados para serem vistos por espectadores e telespectadores a todo tempo? Aliás, o impacto da publicidade é perceptível, de acordo com pesquisa.
Mas fato é que o investimento destas casas de apostas pode trazer um grande alívio para os times que não se tornaram SAF. Assim, os dois lados saem ganhando: as empresas com publicidade e os times com dinheiro para investir.