Mídia estatal saudita afirma que interceptou um ‘alvo aéreo hostíl’ em direção a Jeddah, sede do GP da Fórmula 1
De acordo com a Reuters, a Arábia Saudita interceptou e destruiu um míssil que tinha como destino a cidade de Jeddah, no litoral oeste do país. O local abriga a Aramco, uma companhia petrolífera estatal saudita, anteriormente atacada. Além disso, a cidade é também a sede do GP da Arábia Saudita da Fórmula 1.
Disputada pela primeira vez em 2021, a corrida de Jeddah está programada para voltar a acontecer após somente quatro meses, no dia 27 de março. Será, portanto, a segunda etapa da temorada da F1, após a corrida do Bahrein, no último fim de semana. Entretanto, os ataques a Jeddah preocupam autoridades.
Corrida da Fórmula 1 em risco?
Segundo a mídia estatal saudita, como reportou a Reuters, o míssil foi lançado pelo grupo Houthi, do Iêmen. Não é a primeira vez, aliás, que iemenitas atacam a cidade. Antes, uma planta de distribuição da Aramco foi bombardeada, resultando em um pequeno incêndio.
Agora, a Coalização Árabe foi capaz de antever os ataques. De acordo com um porta-voz do grupo saudita “foram destruídos 106 barcos carregados de explosivos que representavam uma ameaça à liberdade de navegação no sul do Mar Vermelho”. Além disso, ainda segundo esta fonte, nove drones também acabaram derrubados.
Ainda em 1 de março de 2021, durante a etapa da Fórmula E em Jeddah, explosões ocorreram na cidade. A princípio, imaginava-se tratar de fogos de artifícios, mas depois foi confirmada a intervenção da Coalizão Árabe contra míssis enviados pelo Houthi. O confronto entre Arábia e Iêmen, portanto, ameaça a realização do GP da F1. E não é de hoje.
Contudo, passado mais um ano, a categoria ainda não se manifestou sobre o assunto. Além das questões envolvendo o conflito com a nação vizinha, outras pautas também tornam o evento, no mínimo, polêmico.
No ano passado, antes da realização da corrida de estreia na Arábia, uma ONG chegou a pedir que Lewis Hamilton, heptacampeão da Fórmula 1, boicotasse a etapa em Jeddah, como forma de protesto contra a violação de direitos humanos no país. No fim, o inglês correu, mas não sem abordar alguns dos problemas existentes na Arábia.
Lewis Hamilton, 2021
Grande Prêmio do Qatar🇶🇦 e Grande Prêmio da Arábia Saudita🇸🇦.
Os capacetes também podem ser utilizados pelos pilotos como dorma de protesto. pic.twitter.com/g9YdhbX2WN
— Capacetes da F1🏁 (@capacetesdaf1) March 16, 2022