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Ronaldo Fenômeno tem mais alguns dias para se tornar dono do Cruzeiro em definitivo e pediu mudanças no contrato
A informação de que Ronaldo Fenômeno pediu novos ajustes em pontos considerados cruciais para se tornar, em definitivo, dono de 90% das ações da SAF do Cruzeiro pegou alguns ex-dirigentes do clube mineiro de surpresa. A reunião sobre o assunto foi realizada na última segunda-feira (14).
A reunião aconteceu na Toca da Raposa II e, além de Ronaldo, estiveram presentes membros do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, o presidente Sergio Santos Rodrigues e o departamento jurídico do clube. O ex-jogador tem até 18 de abril para sacramentar a compra da Raposa – ele assinou a intenção de compra em dezembro.
Diante disso, José Dalai Rocha e Gilvan de Pinho Tavares, ex-presidentes recentes do Cruzeiro, querem que o atual mandatário do clube, Sérgio Santos Rodrigues, explique de uma vez por todas essa venda de 90% da SAF para o Fenômeno.
“Aquele açodamento da assinatura do contrato da venda da SAF do dia para a noite está cobrando o preço. O negócio foi fechado sem avisar ninguém, o presidente Sérgio Rodrigues abrindo champanhe e aparecendo na redes socais. Eu fiquei estupefato ao saber que o advogado que dava assessoria à comissão nomeada pelo Sérgio Rodrigues não sabia do teor do acordo”, disse disse Dalai, ao “Superesportes”.
“Alvimar de Oliveira Costa e Paulo Henrique Pentagna Guimarães, que faziam parte do Conselho de Administração da SAF, não sabiam o que tinha sido assinado. Esse açodamento, que surpreendeu demais, pode colocar em risco um patrimônio imemorial e histórico do Cruzeiro”, completou.
Gilvan de Pinho Tavares também entende que haverá reação negativa do Conselho com esse pedido para que o contrato seja revisto. Pelo acordo, Ronaldo Fenômeno assumiria as dívidas fiscais e tributárias do clube, com as Tocas da Raposa I e II passando a ser de propriedade da SAF.
“Particularmente, sou contra a alienação de imóveis. Acho que o Ronaldo já é dono da marca do Cruzeiro, dono do futebol do Cruzeiro e tem a Toca da Raposa I e II para usar. Ele assinou compra das ações da SAF, não comprou nenhum patrimônio do Cruzeiro. Isso não foi aprovado pelo Conselho, e acho que não será. A gente viu que nenhum dos outros clubes comprometeu patrimônio na SAF”, avaliou Gilvan também ao “Superesportes”.
Por fim, Gilvan lamentou a falta de transparência na venda das ações da SAF. “Infelizmente, o teor da negociação não foi divulgado nem para os conselheiros. Fizeram um negócio sem ninguém ter acesso às informações. Os conselheiros estavam muito interessados, tanto que toparam aprovar a venda de até 90% da SAF sem saber o valor nem para quem era, confiando no Sérgio Rodrigues. Agora, todo mundo foi pego de surpresa”, concluiu.
