Palmeiras: imparáveis no Mundial, Veiga e Dudu só se ‘encontraram’ em 2022
Dupla foi decisiva na vitória do Verdão sobre o Al Ahly
Na histórica vitória do Palmeiras sobre o Al Ahly — a primeira do clube na história do Mundial de Clubes da Fifa —, na última terça-feira (8), Dudu e Raphael Veiga foram os óbvios destaques. Além de terem marcado um gol e distribuído uma assistência cada, tiveram ótimos desempenhos em suas respectivas funções.
O camisa 7 foi, por exemplo, incisivo em seus dribles, corridas e arrancadas, e brilhante em suas jogadas, como no lindo passe para o primeiro gol e na bomba do segundo. O 23, por sua vez, foi inteligente em seus posicionamentos, como na escapada do primeiro gol e na puxada da marcação no segundo.
As atuações de Dudu e Raphael Veiga só ilustra, para não dizer consolida, suas posições como destaques técnicos e protagonistas do Palmeiras de Abel Ferreira. E abrem o caminho para uma parceria que, pasmem, é absolutamente recente.
Dudu e Veiga ainda não tinham se “encontrado” no Palmeiras
Colegas de clube desde 2017, quando o Veiga chegou ao Verdão vindo do Coritiba, os dois tiveram momentos de destaque distintos, muito porque o meia demorou a engrenar na equipe, tornando-se de fato titular somente quando o atacante saiu, em 2020. Quando voltou, em 2021, precisou se readaptar e deixar o seu companheiro brilhar, como fez, por exemplo, na final da Libertadores, contra o Flamengo.
A situação fica melhor ilustrada nos números. No total, fizeram 59 partidas juntos no Palmeiras (com ambos em campo), vencendo 34, empatando 12 e perdendo 13, segundo dados do Transfermarkt. Nesse período, apesar dos grande número de conquistas de cada um, só levantaram um troféu, justamente a última Libertadores.
Veiga ainda não tinha chegado ao Palmeiras quando Dudu liderou o Palmeiras rumo à Copa do Brasil de 2015 e ao Brasileirão de 2016, assim como estava emprestado ao Athletico Paranaense quando o camisa 7 foi “o cara” do título do Brasileirão de 2018. Na mesma moeda, o camisa 23 estava “sozinho” quando empilhou Paulsitão, Copa do Brasil e Libertadores em 2020.
Além de conquistas, a dupla, apesar de tecnicamente a mais favorecida do Verdão, não havia “se encontrado” em campo. Nessas 59 partidas, eles só trocaram assistências apenas três vezes. E todas elas em 2022: além da atuação de gala diante do Al Ahly, os dois fizeram a jogada do primeiro gol do time na temporada, marcado por Dudu sobre o Novorizontino.
Parceria no novo esquema de Abel Ferreira
Os números deixam claro que, para além de finalmente terem alinhado seus momentos no clube, com ambos confiantes, bem fisicamente e consolidados no time titular, Dudu e Raphael Veiga foram beneficiados pela nova tática de Abel Ferreira no Palmeiras.
Com Gustavo Scarpa — que em nível técnico forma, na verdade, um trio com os camisa 7 e 23 — “sacrificado” e fechando uma linha de 5 na defesa, além de Rony puxando facões, corredores, e toda a sorte de bolas enfiadas no comando de ataque, a dupla atua com maior conforto e por mais tempo na faixa de campo em que são melhores e mais decisivos, a intermediária ofensiva.
Mais importante, eles passaram a ficar muito próximos um do outro, já que Dudu foi fixado pela porção direita do campo, mas quase sempre cortando para dentro, enquanto Veiga atua centralizado, mas com a tendência de buscar o lado direito para armar jogadas.
A nova tática e novo momento beneficia a dupla, mas quem deve colher os frutos é o Palmeiras, que já conta com seus principais jogadores na busca de seu sonho, para não dizer obsessão: o título do Mundial de Clubes. A final está marcada para o dia 12, um sábado, às 13:30 no horário de Brasília. Dudu e Veiga, claro, estão confirmados.