Home Futebol Atuação do Fluminense na janela de transferências é a prova de que o clube quer chegar muito mais longe

Atuação do Fluminense na janela de transferências é a prova de que o clube quer chegar muito mais longe

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Abel Braga pode aproveitar os reforços e montar uma equipe altamente competitiva

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Abel Braga pode aproveitar os reforços e montar uma equipe altamente competitiva

De todos os clubes que estão se reforçando nessa janela de transferências, o Fluminense parece ser aquele que está investindo mais pesado em contratações. Isso porque a situação financeira do clube das Laranjeiras parece ter melhorado bastante nos últimos anos. Não se trata de avaliar a qualidade dos reforços, mas perceber que o perfil mudou bastante. Ao invés do foco no “bom e barato”, o Fluzão começou a apostar seu alvo para jogadores experientes e capazes de assumir o protagonismo numa temporada que promete ser muito desgastante. Felipe Melo, Nathan, David Duarte, Willian Bigode, Cristiano, Pineida, Cano e o goleiro Fábio se encaixam nessas características. É nesse cenário que entra Abel Braga. O técnico de 69 anos tem mais uma boa chance de calar os críticos e montar uma equipe altamente competitiva para chegar longe nas principais competições de 2022.

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Fato é que o Fluminense inicia a temporada disposto a brigar por coisas grandes. E o primeiro passo já foi dado com a chegada de reforços experientes, capazes de assumir a bronca no time titular e servirem de referência para a ótima safra de jovens valores surgidos nas categorias de base do clube. Difícil não apontar o Tricolor das Laranjeiras como uma das equipes com plenas condições de brigar por títulos importantes ou de, pelo menos, criar problemas sérios para as grandes forças do país. Ainda mais quando se sabe que a tendência é vermos Atlético-MG, Palmeiras, Flamengo e (quem sabe) Corinthians dominando o noticiário esportivo pelos próximos meses.

Nesse ponto, a experiência de Abel Braga será fundamental para que todos esses reforços se transformem num time competitivo, coeso e consistente. Por mais que boa parte da imprensa e da torcida o considerem ultrapassado, este que escreve já mostrou no Internacional vice-campeão brasileiro em 2020 que tem condições sim de montar equipes fortes. E não é difícil ver a grande maioria desses reforços se encaixando e executando o modelo de jogo do comandante tricolor com e sem a bola.

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É possível dizer que a grande maioria dos reforços que chegaram ao Fluminense devem sim ser bastante utilizados por Abel Braga no Campeonato Carioca, na Copa do Brasil, no Brasileirão e (principalmente) na fase eliminatória da Libertadores. Difícil não imaginar, por exemplo, Felipe Melo entrando no time e dividindo o papel de principal líder dentro de campo junto com Fred (ainda grande ídolo e grande referência técnica do escrete das Laranjeiras). Mas como encaixar o volante de 38 anos sabendo que ele pode tirar o lugar ou sacrificar o garoto André, talvez a principal revelação do Fluminense nos últimos anos? Ou como encaixar Nathan e Willian Bigode junto de Fred sem que a média de idade se torne um problema? Ao menos para este que escreve, está mais do que claro que Abel Braga terá que fazer escolhas que podem não agradar a todos num primeiro momento.

https://twitter.com/FluminenseFC/status/1470440218503397386

Eu e você sabemos muito bem que Abelão adota um estilo mais reativo nas suas equipes, mas sem abdicar da força ofensiva com ligações diretas e contra-ataques em altíssima velocidade. A características dos jogadores que já estavam no Fluminense e aqueles que chegaram nos últimos dias se encaixam nesse sistema. Diante disso, há como se pensar numa formação que atenda aos conceitos do veterano treinador (já sabendo que ele já mostrou capacidade de se adaptar às características do elenco que tem à disposição). Com Felipe Melo, André, Marlon, David Duarte e outros nomes é possível pensar em formações diferentes do 4-4-2, do 4-2-3-1 e do 4-1-4-1 de Abel Braga no Internacional na campanha do vice-campeonato brasileiro em 2020. É bom deixar claro que tudo isso faz parte das escolhas complicadas que o veterano treinador terá que fazer ao longo da temporada.

E quando falamos de uma equipe competitiva e com condições de encarar a “porrada” que vai ser essa próxima temporada, fica complicado cravar a utilização de todos os reforços ao mesmo tempo. Difícil pensar, por exemplo, numa equipe que tenha Fred e Cano jogando juntos a não ser em situações muito específicas. Ou pensar em Willian Bigode jogando numa posição que não seja a de segundo atacante num 4-4-2 ou qualquer outra formação com dois jogadores mais à frente. E se formos pensar na utilização do jogador de 35 anos, como sacar da equipe titular o talentosíssimo Luiz Henrique sabendo do potencial da jovem promessa tricolor? Talvez a grande missão de Abel Braga nesse estrelado elenco do Fluminense seja garantir que os novos valores que surgem nas categorias de base não percam espaço e tenham minutos em campo para crescer, evoluir e se aprimorar.

https://twitter.com/FluminenseFC/status/1483963091968839680

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Na humilde opinião deste que escreve, nomes como Felipe Melo, David Duarte, Nathan e Fábio devem iniciar a temporada com status de titular. Os demais podem se transformar em ótimas opções no banco de reservas. Mas qual seria a formação que melhor poderia explorar as características do time do Fluminense? É plenamente possível pensar num 3-5-2/5-3-2 de muita marcação na frente da área e bastante velocidade nos contra-ataques. Não é um desenho tático estranho para Abel Braga. Ele mesmo já apostou num volante recuado na zaga para liberar os laterais/alas para o apoio ao ataque. Amplitude, profundidade e muita intensidade numa formação que pode ser muito boa para o Flu.

Felipe Melo seria esse volante que recuaria para fazer o papel de terceiro zagueiro com Yago Felipe correndo de área a área e se juntando a Nathan na armação das jogadas. Mais à frente, Luiz Henrique seria a válvula de escape da equipe tricolor e daria opções de passe para Fred. Ao mesmo tempo, Samuel Xavier e Marlon abririam o campo e fechariam a linha de cinco nos momentos defensivos. Isso tudo com André qualificando a saída de bola na posição onde se sente mais confortável.

Fluminense - Football tactics and formations

Fluminense escalado no 3-5-2/5-3-2 com Felipe Melo entre os zagueiros, Nathan como “enganche” e Luiz Henrique se juntando a Fred. Amplitude e intensidade nos contra-ataques.

É evidente que há como se pensar num 3-4-3/3-4-2-1 com Nathan mais recuado e Willian Bigode entrando pela esquerda junto a Fred e Luiz Henrique no comando de ataque. Ou num 4-3-3 com Felipe Melo na base do meio-campo e dois volantes de boa velocidade para fazer o “box-to-box”. As alternativas que o elenco do Fluminense dá para Abel Braga são as mais variadas possíveis. No entanto, a formação que melhor vai encaixar os talentos que o veterano treinador terá à disposição vai depender muito da pré-temporada e do contexto de cada partida. Este que escreve faz questão de lembrar que o ano 2022 será marcado pelas competições espremidas num calendário insano e cruel para quem quer praticar o esporte de alto rendimento com qualidade. E não é difícil concluir que Abelão vai precisar de todas as opções possíveis para manter sua equipe competitiva e consistente.

Mas certo é que o Fluminense vem forte e promete criar dificuldades para Atlético-MG, Palmeiras, Flamengo e os demais clubes considerados favoritos aos principais títulos do país e do continente. Quem sabe até mais. A atuação da diretoria tricolor na janela de transferências é a prova de que há desejo por um 2022 extremamente feliz para o torcedor. E cabe a Abel Braga encontrar a melhor formação para tanta qualidade no elenco que tem à sua disposição.

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